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Glossário das Doenças

Artrite e Artrose

Muitas vezes associadas à idade, as dores articulares apresentam muitas formas. Desde a poliartrite reumatóide até à artrose, passando pela simples dor de costas ou pelas doenças infecciosas, tais como a doença de Lyme.

Neste contexto iremos apenas falar, mais especificamente, das doenças reumatismais mais conhecidas, isto é:

–  a artrite não infecciosa: poliartrite reumatóide, reumatismo articular agudo, etc:

–  artrose.

 

Quais são os sintomas?

A dor é ainda o sintoma predominante. Variam apenas:

–  a localização (joelho, pescoço, anca, costas, etc);

–  a intensidade;

–  o carácter permanente ou intermitente;

–  o grau de rigidez ou de falta de mobilidade que ela provoca.

 

Quais são as causas físicas?

Para a artrite (não infecciosa): o sufixo “ite” especifica que se trata essencialmente de uma inflamação da articulação. Desconhecem-se as causas exactas das doenças artríticas, mas os factores seguintes poderão estar implicados:

–  hereditariedade;

–  distúrbio imunitário (a poliartrite reumatóide seria uma doença dita auto-imune);

–  alimentação inadequada.

Para a artrose: o sufixo “ose” significa que existe uma degenerescência ou desgaste mecânico da articulação. Este fenómeno explica-se por duas causas principais:

–  uma malformação podendo provocar um desgaste prematuro;

–  uma sobrecarga articular de origem profissional ou desportiva, nomeadamente.

 

Quais são os factores psicológicos?

Segundo a abordagem da biologia total (ver o capítulo 14), as afecções reumatológicas têm a sua origem num conflito de desvalorização.

A artrose corresponde a uma rigidez e a uma frieza mental, conducente a uma intransigência face aos outros e a si mesmo. Esta atitude pode ter a sua explicação numa:

–  motivação excessiva quanto à concretização de um objectivo;

–  sensação de suportar uma pessoa ou uma situação intolerável;

–  forte resistência face à autoridade.

A artrite reumatóide é uma doença auto-imune em que o organismo se ataca a si próprio (ver o capítulo 1).

De resto, podemos aqui encontrar componentes psicológicos que testemunham um processo de auto-destruição:

–  cólera recalcada há muito tempo;

–  desprezo por si mesmo ou autocrítica cuja intensidade pode afectar a nossa energia mais fundamental;

–  recusa em obedecer a toda a autoridade, quaisquer que sejam as consequências de tal atitude.

Quer se trate de artrose ou de artrite, a rigidez mental leva, assim, a uma perda de flexibilidade física.

NOTA: Ver também o capítulo 2 (Chave n° 1) relativamente aos factores psicológicos associados ao aspecto imunitário da artrite.

 

Como Curar-se mais Depressa

Em muitos casos, a medicina poderá aliviar as dores articulares. E o que acontece, designadamente, se a origem do problema for de ordem infecciosa ou associada a um modo de vida específico – como no caso da gota, por exemplo.

Em contrapartida, se sofre de poliartrite reumatóide, reumatismo articular, artrose, etc, não deve contar exclusivamente com os meios habituais.

Como sabemos, não existe, em princípio, nenhum tratamento definitivo para tratar estas diferentes afecções.

No entanto, tenha em conta o que dizia o Dr. André Passebecq, ele próprio sofrendo de reumatismo articular agudo desde os 25 anos de idade. O efeito dos medicamentos começava a repercutir-se intensamente no seu estado de saúde, quando descobre, por fim, os benefícios da naturopatia:

“Sei agora, por experiência pessoal e pelos casos que tive ocasião de estudar, que a artrite e o reumatismo, afecções extremamente dolorosas, são consideradas, erradamente, como incuráveis.

“Tais doenças só podem ser consideradas incuráveis se nos limitarmos apenas aos tratamentos clássicos, na maioria das vezes sintomáticos, que visam exclusivamente a supressão das manifestações e da dor, mas que não atacam as causas profundas.”

 

Os melhores expedientes dos médicos

Os mais clássicos:

–   Repousar as articulações afectadas. (Porém, também não se deve abusar do repouso. Ver, mais à frente, a secção sobre o exercício físico.)

–   Durante uns quinze minutos, aplicar gelo para acalmar a inflamação. Conforme a natureza da dor, pode recorrer a este estratagema 2 a 3 vezes por dia. Coloque um pano entre o gelo e a pele, de forma a evitar as reacções alérgicas ao frio.

É possível encontrar, no mercado, uns sacos contendo gelatina, para guardar no congelador. Estes são mais cómodos de utilizar do que o gelo.

 

As melhores plantas

Existem várias plantas que são anti-inflamatórios naturais e que não apresentam os efeitos secundários habituais dos anti-inflamatórios clássicos.

Vejamos então as mais interessantes.

—► Garra do diabo (Harpagophytum procumbens)

Vários estudos clínicos comprovaram que a raiz da garra do diabo pode melhorar a mobilidade e aliviar sensivelmente a dor, no caso de afecções músculo-esqueléticas, entre as quais a artrite e as dores de costas. Um estudo controlado demonstrou que a garra do diabo pode não só actuar ao nível das articulações e dos tendões, como também favorecer o relaxamento muscular.

A sua acção anti-inflamatória parece ser diferente da dos medicamentos anti-inflamatórios não esteróides.

Utilização:

Seja para tratar as dores nas articulações, nos músculos ou nos tendões, utilize o pó da raiz desta planta em cápsulas ou comprimidos.

Estes são normalmente estandardizados para conter aproximadamente 3% de glico-iridóides. Em geral, tome 1 ou 2 comprimidos de 500 mg, 3 vezes por dia.

De notar, no entanto, que a dose pode variar consoante a marca utilizada. Siga as instruções de fabrico.

—► Pimenta

Como demonstrado por vários estudos, os produtos à base de pimenta utilizados por via externa (creme, loção ou unguento) permitem aliviar a dor associada à artrite reumatóide, à artrose e às dores lombares. O efeito da pimenta explica-se essencialmente pela sensação de ardor que o seu princípio activo, a capsicina, proporciona.

Utilização:

Aplique um produto contendo 0,025% a 0,075% de capsicina sobre as zonas doridas, até 4 vezes por dia. De referir que, muitas vezes, são necessários 2 ou 3 dias de tratamento, para poder sentir os benefícios deste produto. Na primeira aplicação poderá sentir uma dor intensa, que irá diminuir posteriormente. Suspenda a aplicação do produto se:

–  a dor persistir após dois tratamentos;

–  aparecerem manchas vermelhas.

 

Importante:

–  Não aplicar o produto perto dos olhos ou das mucosas, ou ainda sobre a pele gretada ou inflamada.

–  Lavar bem as mãos. Uma vez que uma substância irritante dissolve-se pouco em água, utilize sabão, vinagre ou então leite para limpar a pele.

 

Os melhores suplementos

—► Óleos de peixe

Os óleos de peixe contêm duas substâncias pertencentes à família dos ácidos gordos omega-3:

–  ácido eicosapentanóico (EPA);

–  ácido docosahexanóico (DHA).

Vários estudos importantes demonstraram que a administração de um suplemento de óleo de peixe ajuda a aliviar os sintomas da poliartrite reumatóide. (De notar, no entanto, que ele não permite retardar a progressão.) Dois especialistas australianos em reumatologia chegaram mesmo a recomendar que os suplementos de óleo de peixe passassem a constituir um tratamento standard para o alívio dos sintomas de artrite reumatóide.

Utilização:

Segundo estes especialistas australianos em reumatologia, as pessoas que sofrem de artrite reumatóide deveriam tomar 15 ml (ou seja, uma colher de sopa) a 20 ml por dia.

—► Condroitina

Este constituinte essencial da cartilagem desempenha um papel na formação e na manutenção das cartilagens.

Vários estudos clínicos demonstraram que a condroitina pode exercer uma tripla acção:

–  alivia os sintomas provocados pela artrose leve ou moderada:

–  protege as articulações contra uma degradação posterior da cartilagem;

–  favorece uma certa regeneração dos tecidos cartilagíneos.

Dois estudos demonstraram que as propriedades benéficas da condroitina podem manter-se durante 2 ou 3 meses, depois de se suspender a administração dos suplementos.

Utilização:

Tome:

–  400 mg, 2 a 3 vezes por dia;

–  ou, 800 mg a 1 200 mg numa única toma diária.

São precisas entre 2 a 8 semanas para que a condroitina exerça plenamente efeito.

Diferentes marcas estão disponíveis na farmácia.

—► Sulfato de glicosamina

Esta substância estimula a produção de colagénio, uma proteína que assegura a coesão dos tecidos.

Ora, uma deficiência metabólica, ou simplesmente o processo de envelhecimento, podem levar o organismo a deixar de produzir glicosamina em quantidade suficiente. As cartilagens começam assim a degenerar, preparando o caminho para a artrose.

Várias meta-análises e sínteses concluem que a administração de suplementos de glicosamina podem aliviar as dores associadas à artrose leve ou moderada. Em diversos estudos comparativos, a acção de tais suplementos revelou-se mesmo igual ou superior à de um anti-inflamatório não esteróide convencional.

A investigação demonstra igualmente que os suplementos de glicosamina podem deter a progressão da artrose! Apresentam assim uma nítida vantagem, em comparação com os anti-inflamatórios habituais, cuja utilização a longo prazo parece acelerar a degenerescência das articulações.

 

Utilização:

Acompanhada de alimentos, tome 500 mg de sulfato de glicosamina, à razão de 3 vezes por dia.

Em geral, a sua acção leva duas semanas a manifestar-se. No caso de certas pessoas, será necessário contar até 6 semanas para que se faça sentir.

 

Outras boas alternativas

—► Alimentação

Em qualquer dos casos, privilegie sempre uma alimentação saudável. Isto é:

–  fraca em gorduras “nefastas” (ver Afecções articulares) e em açúcar;

–  rica em omega-3 (ver acima).

Coloque igualmente a possibilidade de o seu organismo ser alérgico a determinados alimentos. As alergias ou as intolerância alimentares podem afectar várias doenças comuns – incluindo o caso da artrite, onde o factor imunitário pode estar implicado.

Segundo o Dr. Marshall Mandell:

“As reacções alérgicas agravam a inflamação, as manchas vermelhas e as dores, bem como a limitação na amplitude dos movimentos. Estou convencido de que estas reacções alérgicas constituem a principal causa da maioria das formas de artrite reumatóide. Da mesma maneira, a alergia poderá desempenhar um papel essencial no caso da artrite reumatóide juvenil e nos casos de artrose.”

Por exclusão de partes, procure descobrir qual, ou quais, os alimentos que possam ser eventualmente responsáveis pela sua artrite reumatóide.

 

Alimentos potencialmente alergénicos:

–   trigo, milho;

–   leite e lacticínios (manteiga, queijo);

–   carnes vermelhas;

–   açúcar refinado;

–   gorduras;

–   alimentos industriais contendo diversos aditivos alimentares (conservantes, corantes, etc);

–   plantas da família das solanáceas (ver destaque);

–   álcool;

–   alcalóides (chá, café, cacau).

 

—► Magnetoterapia

A terapia dos ímans pode proporcionar resultados apreciáveis em caso de artrose e de artrite.

Utilização:

Coloque simplesmente alguns ímans sobre as zonas doridas das articulações afectadas. Muito importante: é a face norte que deve ser aplicada contra a pele. Fixe os ímans por meio de um penso circular.

 

As melhores soluções psicológicas

—► Primeira medida importante:

Procure identificar em que medida a sua falta de flexibilidade física reproduz uma certa rigidez mental. É uma pessoa demasiado crítica com relação a si mesma e aos outros? Demore o tempo necessário para se colocar este tipo de questões.

 

—► Aposte na hipnose e no relaxamento

Os problemas articulares afectam tanto a vida profissional, como pessoal. Daí resulta um importante stress que pode até agravar a intensidade dos sintomas ou a forma como nos apercebemos deles.

Para ajudar a ultrapassar todo este stress gerado pela doença é, assim, importante aprender a relaxar. De resto, a constatação empírica, como também a investigação científica, demonstram bem que a hipnose ou o relaxamento podem contribuir para o aliviar.

Assim, investigadores da Universidade de Paris X levaram a cabo um estudo controlado para avaliar a eficácia da hipnose “ericsoniana” e a técnica de relaxamento activo de Jacobson (ver o capítulo 37) para reduzir as dores provocadas pela artrose. Estes investigadores puderam observar que:

–  estas duas abordagens conseguiam, de uma maneira geral, baixar o nível de dor subjectiva, comparativamente com o grupo de controlo;

–  os efeitos benéficos manifestavam-se mais rapidamente no grupo tratado por hipnose;

–  a hipnose e o relaxamento permitiam reduzir a utilização de analgésicos. Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita então as afirmações seguintes:

–  Estou mais flexível, aceito os outros tal como eles são e o meu corpo recupera a sua flexibilidade.

–  Aprendendo a aceitar-me tal como sou, vou-me tornando mais fluido, mental e fisicamente.

–  Sob o sol da aceitação, o meu gelo derrete-se e o meu rio interior corre melhor.

—► Experimente também a visualização seguinte:

  1. Aplique os conselhos de base, tal como são descritos no capítulo 38.
  2. Imagine os seus braços, os dedos e as pernas como se fossem tentáculos de um polvo amarelo e luminoso. Quanto à coluna vertebral e à cabeça, formam a cabeça gelatinosa deste invulgar polvo.
  3. Imagine que estes tentáculos ondulam e se alongam à sua frente, o mais longe possível. Sinta a elasticidade destes membros que se estendem sem limitações, em todas as direcções.
  4. Sinta também a cabeça a ondular livremente.
  5. Conserve, durante um certo tempo, a sensação de bem-estar que esta imagem evoca.
  6. Abra os olhos.

Pratique sempre que necessário – durante cerca de 30 segundos – esta visualização inspirada pelo psiquiatra Gerald Epstein.

NOTA: Quanto à espondilartrite anquilosante consulte, no capítulo 8, a abordagem psicossomática original que utilizou por Norman Cousins.

 

Faça ao menos isto

–  Tome garra do diabo, óleos de peixe, glicosamina.

–  Aposte na hipnose e no relaxamento.

 

 

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

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