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O braço (bíceps e úmero)

Ele está localizado entre o ombro e o cotovelo. Um relato mais detalhado sobre o que essas duas articulações representam já foi feito anteriormente. Lembremo-nos simplesmente que o ombro e a omoplata são a representação da relação não-consciente com a ação. Eles representam a passagem depois da porta do Não-Consciente, que chamo de porta da Integração, o ponto de emergência, o ressurgimento do nosso Não-Consciente na sua relação com a ação sobre o mundo e os seres (logo nós mesmos).

O cotovelo é, por sua vez, a porta, a barreira da Aceitação. O braço, disposto em volta do úmero, encontra-se entre os dois e une-os. Logo, ele representa a projeção da fase de passagem das vontades, ou desejos de ação, do Não-Consciente para o Consciente. Estamos então no processo de Densificação, no momento que precede a Aceitação consciente. Porém, também pode se tratar da passagem do Consciente para o Não-Consciente. Estamos então no processo de Libertação, no momento que segue à sua Aceitação consciente e que precede a não consciente.

Os males do braço

As tensões sentidas no braço (pontos dolorosos, cãibras, nevralgias braquiais etc.) são a manifestação da dificuldade para agir que a pessoa experimenta. As memórias ou feridas inconscientes profundas de um indivíduo em relação à sua capacidade de ação que vêm à tona e que este se recusar a aceitar vão se manifestar através do sofrimento no braço, até mesmo de fraturas no úmero, quando a lembrança, a memória que vem à superfície é forte demais ou quando ela transtorna a estrutura (osso) das crenças pessoais ou das escolhas de vida da pessoa. Fracasso pessoal, impossibilidade de realizar alguma coisa profissionalmente ou no âmbito da família, medo em relação à ação ou às suas consequências -eles vão escolher, se preciso for, exprimir-se através das dores ou dos traumatismos nos braços.

Podemos estar diante de vivências e de experiências de ações que o indivíduo aceitou no seu Consciente, no seu mental, mas que não pode ou ainda não está pronto para aceitar dentro de si. Esse pode ser o caso de alguém que teve de ceder a respeito de alguma que considerava importante para si (projeto, realização técnica, promoção etc.) e que ele compreendeu e aceitou. No entanto, bem no fundo de si mesmo, essa pessoa não o aceita. Apesar de todas as razões lógicas que fizeram com que compreendesse as coisas, ele recusa- se a integrá-las. Se a dor ou o traumatismo se localizar no úmero, isso significa que a tensão está ligada à estrutura profunda, às crenças e aos valores inconscientes da pessoa em relação aos seus atos. Se, por outro lado, ela se localizar no braço, nos músculos, estamos diante de uma manifestação menos “grave”, pois menos enraizada na estrutura.

Se a tensão, a dor ou a fratura for no braço direito, vai se tratar de alguma coisa relacionada ao Yin, a simbólica materna, e todas as suas representações. Se, pelo contrário, a tensão, a dor ou a fratura for no braço esquerdo, será algo relacionado ao Yang, a simbólica paterna, e todas as suas representações. Vou retomar aqui o exemplo do Hervé que já citei anteriormente no parágrafo dedicado ao cotovelo. A tensão profissional que ele vivia se exprimia claramente nos seus braços, nos seus ombros e nos seus cotovelos. Evidentemente, ele achava que não podia agir ou que as coisas não aconteciam como gostaria, por causa do mundo exterior (ombros). Ele o sabia e compreendia as razões inconscientemente (braço), porém encontrava dificuldade para aceitá-las ou para admiti-las, até mesmo para simplesmente reconhecê-las (cotovelos), provavelmente porque achava que a situação era injusta ou injustificável em relação a ele. Logo, essa situação não podia ser admitida conscientemente e a energia ficava bloqueada deste lado dos cotovelos…

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

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