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Óleo de primavera

A primavera onagra é uma erva que cresce por toda a América do Norte e pela Europa. Tem muitos nomes, incluindo erva-dos-burros, enotera e zécora. Geralmente com uma altura de um metro e meio dá flores grandes com um veio verde claro a cruzar as suas pétalas. As flores duram uma noite e murcham com uma cor rosada.

Os Pilgrims conheceram a onagra através dos índios que usavam extratos externamente para curar feridas e acalmar inflamações e erupções cutâneas. Internamente. usavam-na para controlar a tosse e infeções. É possível fazer um xarope para a tosse a partir das suas raízes, sendo eficaz tanto na coqueluche como nas tosses provocadas por asma ou tuberculose.

Em épocas recentes, os cientistas descobriram que o óleo de semente de primavera é rico num nutriente raro, o AGL, ou ácido gama linoleico, que alivia muitos problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, artrite e problemas cutâneos. O ácido gama linoleico não é a forma comum do ácido linoleico, conhecido como ácido alfa linoleico, ou AAL. O AGL é necessário ao organismo para produzir uma família de compostos de tipo hormonal chamados prostaglandinas (PGs). Uma deficiência de AGL resulta numa deficiência de PGs. Antigamente pensava-se que c AGL podia ser sintetizado a partir do ácido linoleico, um dos ácidos gordos essenciais. Agora estamos a descobrir que devido a deficiências relacionadas com o consumo excessivo de gorduras naturais, álcool, colesterol, químicos cancerígenos e a exposição a radiação, a produção de AGL. e subsequentemente de PG, não é completa.

Os PGs não são armazenados no organismo; cada tecido produz os PGs à medida que são necessários. Estes podem ser rapidamente descativados por enzimas em certos órgãos. Nos anos 30 do século passado, dois médicos a trabalharem independentemente, um na Inglaterra e outro na Suécia, descobriram que uma certa substância reduzia a tensão arterial em animais de laboratório. Visto este material se encontrar em concentração elevada na próstata, foi chamada prostaglandina. Anos mais tarde, a investigação revelou que a prostaglandina constitui realmente uma família de compostos estreitamente relacionados com os AGE (ácidos gordos essenciais). Veio a descobrir-se que muitas situações de doença têm a ver com um excesso ou uma deficiência de PGs no organismo. Os PGs têm uma nomenclatura semelhante à das vitaminas, sendo as suas principais classes E, F, A, B, C e D. Estas classes são determinadas pelos seus constituintes químicos.

Para além do leite humano, a única fonte substancial de AGL é o óleo de semente de onagra. Estudos realizados sobre o óleo de onagra revelaram resultados dramáticos quando administrado a pacientes com doenças cardíacas variadas. Descobriu-se a sua eficácia na diminuição dos níveis de colesterol, na inibição da formação de coágulos e no abaixamento da tensão arterial que sofrem moderadamente de hipertensão. Os efeitos de coagulação são rápidos (1-4 horas), enquanto os efeitos sobre o colesterol e a tensão arterial levam três a quatro semanas. As experiências indicam que o AGL que é convertido em PGE (prostaglandina E). pode ser usado como suplemento dietético direto em pacientes para diminuir o risco de ataque cardíaco.

As doenças relacionadas com o sistema inflamatório e o sistema imunitário foram tratadas com sucesso com óleo de primavera. Nelas incluem-se a artrite reumática, os eczemas. as inflamações intestinais e a esclerose múltipla.

Estas doenças partilham duas características comuns: o funcionamento inadequado de certas células linfáticas (linfócitos supressores-T) e a produção excessiva da prostaglandina classe 2. Os linfócitos supressores-T são células que mantêm outras partes do sistema imunitário sob controlo. Ajudam a assegurar que o sistema imunitário ataca apenas corpos estranhos e não os próprios tecidos do organismo. Quando estas células são defetivas, ocorrem danos provocados pelo ataque do sistema imunitário às células do organismo. Este fenómeno do organismo a atacar-se a si próprio é um dos principais fatores na artrite reumática, na colite ulcerativa e na esclerose múltipla. No caso da artrite reumática, o óleo de onagra revela-se eficaz no espaço de 4-12 semanas, continuando a doença o seu curso em alguns casos.

Os problemas cutâneos do género do eczema também são devidos a uma deficiência de AGEs. O óleo de onagra esfregado na pele das crianças com eczema leva à cura completa. O eczema desenvolve-se quando a criança troca o leite materno pelo leite de vaca (que contém menos AGL, e muitas crianças são alérgicas a ele).

Testes laboratoriais a doentes de EM tornaram-se normais após o uso de óleo de onagra.

O Grupo de Apoio às Crianças Hiperativas em Inglaterra conduziu uma pesquisa junto de crianças hiperativas que utilizavam óleo de primavera. Essas crianças apresentavam deficiências em AGEs, especialmente AGL. Com algumas das crianças obteve-se melhores resultados quando o óleo era esfregado na pele em vez de tomado oralmente. Descobriu-se que a prostaglandina E determina fortemente o humor, e verificaram-se baixos níveis de PGE nos alcoólicos, especialmente no caso de ressaca já que o próprio álcool em si eleva temporariamente o nível de PGE. O óleo de onagra foi usado com sucesso no tratamento de alcoolismo.

O óleo de primavera pode também ajudar a aliviar os sintomas pré-menstruais nas mulheres: intumescência, dores no seio. irritabilidade, depressão e outros sintomas. Quando tomam óleo de primavera juntamente com vitaminas 8-6 e E, as mulheres conseguem livrar-se dos sintomas PM. Este óleo revelou-se também benéfico no caso de mulheres com perdas menstruais fortes e prolongadas. Na mastite cística (doença benigna da mama) em que se verificam inchaços moles e dolorosos precedendo o fluxo menstrual, este óleo ajudou a atenuar as cistites a atenuarem-se ou mesmo a desaparecerem.

No caso de cancro, a PGE revelou ser um dos agentes naturais mais poderosos em induzir a reversibilidade das células cancerígenas. Além das medidas tomadas para fortalecer o sistema imunitário tenta-se agora a reversibilidade das células cancerígenas em experiências conduzidas em vários centros da Inglaterra mediante o uso de óleo de primavera.

Outras situações em que o óleo de primavera se revelou útil são a perda de peso e as unhas quebradiças. Durante um período experimental, cápsulas deste óleo eram administradas a um grupo de indivíduos durante um período de seis a oito semanas; alguns sentiam menos fome. e alguns deles emagreceram. Aqueles que desejavam amaciar as unhas registaram efeitos positivos após três a quatro semanas de utilização do óleo. As unhas quebradiças são um sinal de deficiência em AGE.

Do livro: Manual Completo de Medicina Natural, de Marcia Starck

Postado por: Isabel Pato

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