A minha Essência
O misto de sentimentos e vozes que por vezes nos invadem, são estratégias das diversas personalidades internas que lutam por assumir o contrato da nossa própria vida e colocar-nos ao seu serviço. Todas elas procurando desenfreadamente afastar-nos de nós próprios, distrair-nos do que realmente é importante e colocar-nos em espaço de dor, sofrimento e medo que nos imobilizam nesse caminho que é o nosso, fazendo-nos esquecer da nossa Essência, do nosso Ser. Esqueço assim uma e outra vez quem sou, de onde venho e o que faço aqui.
Existem dentro da nossa alma personalidades tão fortes de outras vidas e provavelmente de outros planos, que interferem connosco, cada uma delas desejando algo diferente da outra; lutam entre si e geram conflitos internos nos quais nos vemos perdidos no meio dessas tantas vozes, a um ponto em que a nossa alma grita por encontrar a sua própria voz.
A nossa voz é a expressão da nossa Essência, do nosso Ser, que mudamos conforme nos relacionamos com uma ou outra pessoa, o que prova que nos deixamos alterar internamente, mediante o que nos é apresentado externamente.
A minha voz terá de ser constante, independentemente de com quem falo, pois ela é a expressão de quem sou;mas porque deixo que a realidade externa, o mundo à minha volta, as pessoas que me rodeiam e o mundo em si influencia, perturba e invade o meu espaço interno, o território da minha alma, o meu templo?
A resposta é simples: é porque não recordo que Sou Sagrada, esqueci que o meu coração é meu templo e que ser Divino é a minha Essência.
Ao deixar que esta plenitude, estes momentos em que sinto o que é a realidade do Espírito, penetrem o meu corpo, a minha Alma e as minhas células, permito o reconhecimento da minha verdadeira e real natureza.
O que eu conhecia como sendo a minha realidade, não é mais, transforma-se numa realidade mais ampla e verdadeira, onde várias dimensões de tempo e espaço se unem; onde as coisas adquirem outro valor, outra percepção e perdem qualquer relatividade. Caminhar com um pé em cada uma destas realidades é possível e maravilhoso, real e verdadeiro. Só quando nos esquecemos de algo tão simples como sermos Sagrados/os filhos/as de Deus, é quando sofremos.
O nosso problema, é a memória. Vivemos dependentes de recordações e expectativas. A nossa mente move-se no tempo, em busca de recuperar um passado que já não existe e alcançar um futuro baseado nesse mesmo passado e por conseguinte… ilusório. Ilusório porque as nossas memórias desse passado são iguais à memórias dos sonhos, do que imaginámos, tem características semelhantes na cor, na imagem, não importa o quão longínquas se encontrem no tempo, sejam elas do dia anterior ou de há 10 anos atrás.
Quando recordo que tenho que esquecer tudo o que me prende ao passado ou ao futuro, recoloco-me no presente.
Existe sempre a possibilidade que hoje tenhamos acordado com memórias implantadas, memórias de sermos uma determinada personagem a viver uma determinada vida, e se agora perguntarmos:
– Quem sou eu aqui agora?
– Como me sinto?
– O que é para mim a vida?
– Será que o que conheço do mundo que me rodeia, continua a ser o mesmo lugar?
– Que tudo o que tenho persiste de acordo com o que é a minha ideia dessa realidade?
– Sem memórias, que faço?
– Para onde me dirijo?
– O que me resta?
Apenas o Coração me resta, morada no nosso Ser Interior Profundo, Deus Desconhecido em nós. O Guia Interno.
Sinto o meu Coração, o seu fiel soar em mim, a minha voz silenciosa e oculta e sei quem Sou. Estou com ELE/ELA, meus pais em mim e estou plena, receptiva a Sentir e Agir, a Ser em Verdade, Liberdade e Amor.
É interessante observar e aprender estes mecanismos dessas personalidades, que nos fazem mover a mente em direcção ao passado e ao futuro, fazendo-nos esquecer do presente e então passamos a vida sem na realidade estado nela, adormecidos.
Há que Despertar, todos os dias, todos os instantes, recordar a Vida, a Luz do Sol que nos inunda a Alma e o Ar que se interioriza em nós trazendo essa mesma vida, essa mesma luz. Estamos vivos, somos sagrados e abençoados por poder a cada instante decidir como queremos vivê-la, se queremos Amar ou Sofrer
Mas no fundo…no final…nunca haverá outra opção a não ser o AMOR
Comentários recentes