loader image

O almíscar é uma substância valiosa, extremamente aromática, contida numa bolsa sob a pele do abdómen do almiscareiro macho, que habita os elevados picos dos Himalaias.

Quando o almiscareiro alcança certa idade, o odor penetrante do almíscar começa a exalar dessa bolsa. O almiscareiro, fica então excitado com o aroma delicioso e passa a pular para lá e para cá, farejando sob as árvores e furnas, buscando em toda a parte, por vezes por muitas semanas, a fonte da persistente fragrância.

Incapaz de localizar o perfume perturbador, ele torna-se extremamente inquieto e, em seguida irritado. Na sua agitação e num esforço último e desesperado de encontrar a fonte da essência enlouquecedora, sabe-se de casos em que o almiscareiro acaba por saltar dos altos picos alcantilados e cair para a morte no vale que se estende a baixo. Os caçadores, assim, achando os cadáveres, cortam a almejada bolsa de almíscar.

Um bardo iluminado cantou certa vez:

“Ó tolo almiscareiro…buscaste a fragância por toda a parte, exceto no teu próprio corpo, eis porque não a encontraste. Se pelo menos tivesses voltado a tua busca para ti mesmo, terias encontrado o almejado almíscar e te terias salvado a ti, mesmo da morte, sobre as rochas abaixo das montanhas.”

A maior parte das pessoas comporta-se como o almiscareiro. Buscam a felicidade efusiva, sempre fragante, por toda a parte, fora delas próprias: nos divertimentos, nas tentações, no amor humano e nos caminhos escorregadios da riqueza e da fama.

E, quando finalmente não podem achar a verdadeira felicidade, cuja fonte jaz oculta nos recônditos secretos de suas próprias almas, pulam dos picos alcantilados das esperanças elevadas e despedaçam-se nas pedras da desilusão.

“Ó tolo almiscareiro humano…se pelo menos voltasses a tua mente para dentro, na meditação diária profunda, acharias a fonte de toda a verdadeira e duradora felicidade no silêncio no silêncio mais recôndito da tua própria alma.”

Bem-amado que estás à procura da felicidade: não sejas como o almiscareiro, perecendo na vã busca exterior.

Desperta!

E na caverna da meditação profunda, encontra a felicidade eterna dentro do teu imortal Ser.

(Texto de Paramahansa Yogananda) 

Quer receber as novidades de Paula Oliveira?

Registe-se para receber os meus conteúdos no seu email.

Não enviamos spam! Leia a nossa política de privacidade para mais informações.