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O intestino grosso

O intestino grosso

Ele faz, por sua vez, o papel de lixeiro, de evacuante. É ele que transporta e que possibilita a eliminação das matérias orgânicas que ingerimos e que não foram assimiladas. Assim, evita que o organismo se entupa, se suje, se sature e, por conseguinte, se sufoque, se intoxique. Para se convencer, basta observar o que se passa quando há uma greve de lixeiros numa grande cidade. Esse órgão contribui então para a boa “respiração” do corpo. Isso faz com que compreendamos melhor por que o Intestino Grosso é o complemento do Pulmão quando se trata de energética.

Os males do intestino grosso

As tensões, os sofrimentos do intestino grosso significam que retemos as coisas, que as impedimos de partir. Medo da falta, medo de se enganar, retenção excessiva (timidez) ou recusa em abandonar, em romper, tudo isso é expresso pelo intestino grosso (constipação, dor, inchaço, gases etc.). Esses males também nos falam da nossa dificuldade para “cicatrizar”, para esquecer as más experiências, a acidez vindo muitas vezes sinalizar a presença suplementar de uma cólera recolhida e guardada. Como ele possibilita a eliminação, a rejeição do que nós ingerimos (alimentos) e que não assimilamos, ele também possibilita a rejeição das experiências que ingerimos (vivências) e que não aceitamos.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O intestino delgado

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O intestino delgado

Ele tem cerca de 6 metros de comprimento no homem. Isso faz com que possa oferecer uma grande superfície, aumentada por numerosas saliências interiores. Essa superfície permite o metabolismo digestivo final que termina na última transformação dos elementos nutritivos, antes que passem para o sangue. Faz-se uma triagem entre o assimilável e o não assimilável, que continua então no intestino grosso. Tudo que é considerado assimilável, que passa pela “alfândega”, e o que é “julgado” bom, vai para o sangue e para o sistema linfático. É importante saber que o intestino delgado não é simplesmente um “filtro” que deixa os alimentos passarem ou não. Ele participa ativamente da digestão, segregando as enzimas necessárias. Além disso, tem um papel importante no “transporte” de certos sucos e aminoácidos. Logo, é através da sua intervenção que se faz a seleção final dos elementos que ele veicula.

Os males do intestino delgado

As diarreias, úlceras etc. falam- nos das nossas dificuldades para assimilar as experiências, para deixar que elas penetrem em nós sem julgá-las. Enquanto aduaneiro, é ele que deixa passar algumas informações e que rejeita outras. Ele é o representante físico da subjetividade. As dores ou as doenças do intestino delgado também podem significar que temos uma forte tendência a julgar os acontecimentos e os outros, a raciocinar em demasia em termos de bem ou de mal, de certo ou de errado. O exemplo astrológico é o signo de Virgem, que é muito articulado em torno das noções de valores, da sua precisão e do seu respeito, e cuja fragilidade orgânica é principalmente intestinal.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

A vesícula biliar

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A vesícula biliar

 

Ela trabalha em ligação direta com o fígado, de onde recolhe e concentra a bílis. Ela a redistribui no intestino delgado, logo na saída do estômago. A libertação dessa bílis vai permitir que o processo de digestão, particularmente o dos alimentos gordurosos, continue de maneira harmoniosa. No caso de disfunção, a digestão é recebida como “má digestão”.

Os males da vesícula biliar

Ela participa da digestão física dos alimentos e, na digestão psicológica dos acontecimentos, o seu papel é equivalente. Assim como exprime a linguagem popular, “derramamos bílis” quando temos inquietações. Porém, são sempre inquietações ligadas a um ser (nós mesmos ou um outro) que nos é querido. Os males da vesícula falam da nossa dificuldade para produzir os nossos sentimentos e para torná-los transparentes. Estamos na dinâmica Yang, ou seja, em relação com o exterior. “Qual é o meu lugar?”. “Sou reconhecido pelos outros?” “Os outros me amam pelo que eu faço e represento?” São muitas as interrogações às quais as tensões vesiculares se referem, assim como as cóleras violentas que acompanham os momentos difíceis, sobretudo quando existe na pessoa uma sensação de injustiça no que diz respeito a si mesma. A justificação dos atos também está muito presente, ainda mais porque não é sempre que eles se caracterizam pela sinceridade e pela verdade. Os males da vesícula podem significar, na realidade, que a nossa noção do que é justo e verdadeiro não é muito clara nem peca pelo excesso, e que temos uma tendência a constranger, usar, até mesmo manipular os outros (naturalmente, nos dando sempre boas desculpas).

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O fígado

O fígado

É um órgão extremamente elaborado e polivalente. É o maior do corpo humano. Na verdade, ele tem um papel essencial na digestão pela secreção da bílis, porém também garante uma outra atividade muito importante: a filtragem do sangue. Assim sendo, também participa da composição do sangue e da sua qualidade, aliás, tanto no nível nutritivo quanto no nível imunológico (defesa, cicatrização, armazenamento etc.). Logo, ele produz a sua “textura”, a sua composição, o seu nível vibratório, a sua “coloração”. Aliás, o seu duplo papel está materializado pelo fato de que recebe uma dupla alimentação sanguínea -uma através da artéria hepática responsável pela nutrição de oxigénio, e a outra através da veia que traz os nutrientes assimilados pelo intestino delgado. Esses dois canais se encontram no fígado e “se unem” na veia cava inferior. Depois ela transporta o sangue enriquecido pelos nutrientes e outros glóbulos, que, graças ao coração, vai ser redistribuído em seguida por todo o corpo, que depois será enriquecido pelo oxigénio, graças aos pulmões.

Os males do fígado

Os problemas hepáticos também são, naturalmente, um sinal de que encontramos dificuldade para “digerir” alguma coisa na nossa vida, porém há uma nuance mais subtil quando comparado ao estômago. A principal emoção associada ao fígado é a cólera. As tensões ou sofrimentos desse órgão podem querer dizer que o nosso modo – habitual e excessivo – de reagir diante das solicitações da vida é a cólera. Toda vez que “resolvemos” os nossos problemas com o mundo exterior gritando, nos zangando, mobilizamos toda a energia do fígado nessa direção, privando-o dessa forma de uma grande parte da energia necessária para o seu funcionamento cada vez que isso acontece. O órgão vai então se manifestar, deixando de fazer o seu papel corretamente na fase digestiva. No entanto, por outro lado, na maioria das vezes, cóleras que são armazenadas ou sistematicamente guardadas no interior vão densificar a energia no fígado. Assim elas correm o risco de se traduzir em patologias mais importantes (cirroses, quistos, cancro).

Os males do fígado também podem nos falar da nossa dificuldade para viver ou para aceitar os nossos sentimentos, os nossos afetos ou aqueles que os outros nos dedicam. A imagem que temos de nós mesmos ou que os outros fazem de nós depende, em grande parte, do fígado. A perceção dessa imagem participa da nossa alegria de viver, o que encontramos através do papel de filtragem e de “alimentação” do sangue que o fígado tem. Essas tensões também podem significar que a nossa imagem é colocada em discussão pela nossa vivência e que a nossa alegria de viver deu lugar ao azedume e à acidez interior diante desse mundo exterior que não nos reconhece como gostaríamos. Estamos em pleno domínio da culpa. O fígado participa profundamente do sistema imunológico, particularmente da imunidade elaborada, ou seja, enriquecida pelas experiências feitas pelo organismo. Ora, o sentimento de culpa nos “obriga” a nos justificar, a nos defender. Ele mobiliza as nossas energias de defesa psicológica e muitas cóleras são um sinal e a expressão de um medo que não encontra outro meio de defesa. Se essa estratégia for frequente, ela fragiliza a energia do fígado, depois da vesícula, e ambos sofrem. O fígado é um órgão Yin e ele representa as sensações que dizem respeito ao ser profundo. Veremos que, no que se refere à vesícula biliar, que é Yang, trata-se sobretudo de ser social.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O Baço e o Pâncreas

O Baço e o Pâncreas

Esses dois órgãos participam da digestão (pâncreas) – através das secreções que libertam no intestino delgado – e da composição do sangue (baço) – através da produção e do armazenamento de glóbulos vermelhos e brancos. O pâncreas gera, através da insulina que fabrica, a taxa de açúcar que temos no sangue, e, através do suco pancreático, ele participa ativamente da digestão dos alimentos preparados pelo estômago. Estamos no Princípio energético da Terra com os órgãos “necessitados e trabalhadores”, principalmente mobilizados quanto à tarefa digestiva. São os executantes “sérios e sensatos”.

Os males do baço e do pâncreas

Eles significam que temos uma tendência a atravessar a vida com sensatez demais, ou seja, não deixando espaço suficiente para o prazer, para a alegria. O dever é importante, sendo que o profissional e o material são as coisas essenciais. A vida então sente falta daquela doçura de que todos nós temos necessidade. As preocupações materiais interiorizadas e as angústias obsessivas, o medo de sentir falta ou de não saber, de não estar à altura, estes são os sinais expressos pelos problemas do pâncreas ou do baço. A tendência a viver no passado, por medo de não produzir o presente, ou o fato de cultivar memórias desse passado podem se manifestar através de tensões ou de doenças nesses dois órgãos. A necessidade de corresponder às normas, de respeito às regras, até mesmo de dependência em relação a elas pode ser exprimida através dos desequilíbrios do baço ou do pâncreas. Isso se encontra no nível energético, pois é a energia do Baço e Pâncreas que se encarrega, entre outras coisas, do ciclo menstrual e da manifestação cíclica, que normalmente chamamos de “regras”. Essa necessidade também se reencontra no diabetes, pois as pessoas envolvidas por esse desequilíbrio devem sempre vigiar o aspeto da “regularidade” na sua vida. Os horários das refeições e todos os costumes da vida devem ser perfeitamente “acertados” e respeitados o mais escrupulosamente possível, sob o risco de desencadear uma doença.

Os desequilíbrios pancreáticos podem tomar duas formas: a hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) e a hiperglicemia ou diabetes (excesso de açúcar no sangue). O que é que o açúcar representa na nossa vida? Ele é a doçura, a gentileza e, por extensão, vem a ser uma prova de amor ou de reconhecimento. Em todas as culturas do mundo, ele é a recompensa, o presente que se dá às crianças quando tiveram bom comportamento (respeitaram as regras), quando tiraram boas notas na escola (responderam às normas) ou simplesmente quando temos vontade de agradá-las. Esse presente muitas vezes é “maternal”.

A presença excessiva de açúcar no sangue exprime que temos dificuldade para gerar, para viver ou para obter doçura na nossa vida. A diabetes muitas vezes quer dizer que a pessoa teve um pai excessivamente e mesmo, às vezes, injustamente autoritário (excesso de regras e de normas), e que ela encontrou um “refúgio” na doçura protetora da mãe. A alimentação (mãe) se torna, então, um paliativo, um exutório importante e o diabetes, a conclusão lógica de um ganho de peso progressivo, porém garantido. Alguns choques psicológicos fortes, no decorrer dos quais o indivíduo enfrenta a destruição brutal das seguranças ou crenças afetivas, podem ser expressos pela aparição de um diabetes. Vou citar o caso de uma jovem que me veio consultar pois queria ter um filho, mas o seu diabetes a impedia. A análise da sua situação nos fez remontar a um drama que havia vivido na sua infância. Um dia, quando tinha 7 anos, ela estava andando na beira da estrada na companhia da sua irmã. Um carro, que vinha no sentido inverso, saiu da estrada sem motivo algum e feriu violentamente essa irmã mais nova que ela adorava. Foi com um terror indescritível que ela viu a sua irmã morrer bem diante dos seus olhos e, durante várias semanas, ficou sem poder falar nem exprimir o seu sofrimento diante da perda do que lhe era mais querido, do que preenchia a sua vida com doçura. Seis meses mais tarde, os primeiros sinais de diabetes apareceram. Após três sessões de trabalho sobre essa memória emocional e sobre as energias em questão, sua taxa de açúcar se pôs a baixar lenta, porém progressivamente. Eu aconselhei que ela consultasse paralelamente um amigo, um médico homeopata, para que o nosso trabalho fosse acompanhado por uma assistência médica “inteligente”, ou seja, destinada a estimular as suas funções pancreáticas e não a substituí-las. Ia-me esquecendo da coisa mais importante: há alguns meses, essa jovem teve uma menina.

A hipoglicemia (insuficiência de açúcar) nos fala, por sua vez, de um sofrimento inverso à ideia de incapacidade, à dificuldade de receber, de aceitar, de achar que tem direito à doçura. É o caso frequente de crianças não desejadas pela mãe ou cujo pai foi “ausente”. A ausência de refúgio materno produz uma amálgama negativa em relação à alimentação, que não é querida, até mesmo não é aceite (anorexia) ou que é assimilada somente quando há necessidade. Mas isso é feito sem prazer e sem doçura, com o mínimo de “açúcar”. A busca pelas normas ou pelas regras ausentes resulta num físico anguloso e macilento, em que as formas redondas (doçuras) estão ausentes.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O estômago

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O estômago

É o órgão que recebe, em primeiro lugar, através do esófago, os alimentos brutos que acabam de ser simplesmente preparados pela ação da boca. Logo, é o primeiro recetáculo da alimentação material. É aquele que está encarregado do trabalho pesado e que faz um pouco o papel de “betoneira”. Ele amassa, mistura, porém também dissolve, graças ao ácido clorídrico, os alimentos ingeridos, preparando-os assim para o processo de assimilação. Logo, o estômago é o órgão que se responsabiliza pela parte diretamente “material” da digestão, que realmente coloca “a mão na massa” e que deve se encarregar de controlar a matéria alimentar.

Os males do estômago

Eles nos falam da nossa dificuldade ou das tensões que encontramos quanto ao nosso domínio ou à nossa gestão do mundo material. Aborrecimentos financeiros ou profissionais, escolares ou judiciais vão decidir exprimir-se dessa maneira, se eles provocarem preocupações reais ou imaginárias dentro de nós. Em razão do seu papel de amassador dos alimentos, aquele estômago que nos faz sofrer também pode querer mostrar que temos uma tendência para ruminar, para repisar as coisas e os acontecimentos de forma excessiva. A acidez gástrica pode nos dizer então para parar.

Citarei como exemplo múltiplos casos de úlcera que muitas vezes vem a ser a característica de aborrecimentos profissionais e que, durante muito tempo, foi a “doença preferida” dos homens de negócios. Os números diminuíram bastante hoje em dia, pois se sabe agora como fazer calar o estômago. Há vários alunos que sentem cólicas ou azia no estômago antes das provas. Eles sabem que elas são um sinal da inquietação. Azia, acidez gástrica, úlcera, cancro, são muitas as manifestações cuja intensidade é progressiva e que exprimem essa dificuldade para digerir o que vivemos, os choques da vida ou as situações que não nos satisfazem. Os vómitos são então um sinal suplementar da rejeição pura e simples, da recusa.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul