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Fibromas Uterinos

Glossário das Doenças

Fibromas uterinos

Aproximadamente 30% das mulheres com mais de 30 anos apresentam um ou mais fibromas. Nesta percentagem incluem-se normalmente mulheres que têm perdas menstruais abundantes e/ou relações sexuais dolorosas.

Os fibromas uterinos são excrescências hormonodependentes, geralmente presas à parede interna do útero. Pode variar entre o tamanho de uma ervilha o de … uma bola de futebol!

Não apresentando, muitas vezes, quaisquer consequências, os fibromas acabam por desaparecer por si mesmos com a menopausa, quando são pequenos. É muito raro um fibroma tornar-se canceroso (1 caso em 1000).

 

Quais são os sintomas?

–     Aumento das perdas menstruais (períodos mais abundantes e mais prolongados).

–     Perdas sanguíneas após o coito.

–     Sangramento nos dias que antecedem o período menstrual.

–     Aumento e distorção do baixo ventre.

–     Dores no baixo ventre e no fundo das costas.

–     Incontinência urinária devido à pressão do fibroma sobre a bexiga.

–     Obstipação devido a uma compressão sobre o recto.

–     Infertilidade.

–     Abortos repetidos.

–     Partos prematuros.

 

Quais são as causas físicas?

–     Não estão ainda totalmente esclarecidas, mas a hereditariedade parece desempenhar aqui um papel importante. Se a sua mãe sofreu um ou mais fibromas, correrá então maior risco de vir a tê-los também.

–     Um excesso de estrogénios e uma carência em progesterona podem igualmente favorecer o crescimento de fibromas.

NOTA: Muitas vezes, mulheres que não apresentam qualquer desequilíbrio hormonal têm, no entanto, fibromas. 

Quais são as causas psicológicas?

Os fibromas uterinos podem estar ligados a uma agressão ao ego feminino, a um ferimento infligido pelo parceiro e do qual não tenha conseguido libertar-se.

 

Como curar-se mais depressa

Um fibroma que não provoque sintomas raramente requer tratamento. Deve-se, no entanto, consultar regularmente o ginecologista, a fim de seguir a sua evolução.

No caso de um fibroma incomodativo, algumas soluções médicas poderão ser empreendidas. O ginecologista poderá então prescrever um dos tratamentos seguintes:

–      Um contraceptivo oral de fraco teor de estrogénios, para reduzir o fluxo menstrual.

–      Um derivado da progesterona, para limitar a acção dos estrogénios e, consequentemente, travar o desenvolvimento do fibroma. Este tratamento, que permite estabilizar entre 70% a 80% dos casos, actua regularizando os períodos menstruais e eliminando as perdas sanguíneas. É geralmente bem tolerado, mas deve ser seguido até à menopausa.

–      Tomar Gn-RH, uma hormona que permite reduzir a taxa de estrogénios e, por conseguinte, o tamanho dos fibromas. Os efeitos secundários da Gn-RH são os provocados pela menopausa: afrontamentos, secura vaginal, variações do humor, fragilização dos ossos, etc. Em suma, nada de muito agradável!

Nos casos mais graves (perdas sanguíneas incontroláveis, infertilidade, dores abdominais ou lombares intensas, fibroma cancerígeno), o cirurgião poderá optar por uma miomectomia (ablação do fibroma, ou mioma) ou uma histerectomia (ablação do útero), a fim de suprimir os fibromas.

Felizmente, existem determinados meios naturais que permitem reduzir o tamanho dos fibromas, evitando intervenções mais profundas.

 

Os melhores suplementos

—► Ferro

Quando os períodos menstruais são longos e abundantes, podem ser indicados suplementos de ferro para prevenir uma carência demasiado grande deste mineral.

—► Vitamina E

Para reduzir o tamanho dos fibromas, tome 400 UI de vitamina E, 2 vezes por dia.

 

Outras boas alternativas

Pode consultar diferentes especialistas em naturopatia, em osteopatia ou em acupunctura. No entanto, as duas abordagens que a seguir descrevemos são imprescindíveis.

—► Alimentação

Para reduzir o tamanho dos fibromas, aplique as seguintes medidas alimentares:

–    Evitar as carnes, aves, ovos e lacticínios, a menos que tenha a garantia de que estes alimentos estão isentos de hormonas.

–    Consumir regularmente soja ou produtos derivados (tofu, leite de soja, miso, etc.).

–    Limitar o consumo de gorduras a 25% das calorias totais.

–    Favorecer o consumo de óleos vegetais (AG poli e mono-insaturados). Os óleos vegetais fornecem os ácidos gordos essenciais que não são produzidos pelo organismo.

–    Aumentar o consumo de ácidos gordos poli-insaturados do tipo omega-3 (óleo de linhaça, óleo de canola, óleo de soja, óleo de peixes).

–    Consumir muitos frutos e legumes de cultura biológica.

—► Exercício físico

A prática regular de exercícios cardiovasculares pode contribuir para reduzir os fibromas.

 

As melhores abordagens psicológicas

—► Primeira medida importante:

Consulte um especialista para resolver os problemas sexuais, se a causa residir aí.

—► Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita uma das afirmações seguintes:

–    Vou curar-me de todos os ferimentos provocados pelo meu parceiro. Sei perdoar e vou libertar-me das suas consequências no meu útero.

–    Procuro fazer sempre o que é melhor para mim.

—► Experimente também a visualização seguinte:

  1. Feche os olhos.
  2. Deixe que lhe surjam à memória todos os acontecimentos felizes que partilhou com o seu parceiro.
  3. Deixe-se impregnar pela sensação de bem-estar que se liberta destas recordações. A partir desta impressão, permita que se corporize em si um “amante interior”, um amante ideal cheio de bons sentimentos para consigo.
  4. Visualize a mão deste amante a acariciar-lhe o ventre, cuja irradiação vai dissolver todos os tecidos uterinos patológicos.
  5. Faça algumas respirações profundas e abra os olhos.

 

Como prevenir os fibromas?

  • A mulher sexualmente activa e/ou que tenha mais de 18 anos deverá submeter-se a um exame ginecológico pelo menos de dois em dois anos, por forma a detectar rapidamente qualquer anomalia. Em caso de fibroma(s) uterino(s) diagnosticado(s), será desejável um exame anual, para prevenir eventuais complicações.
  • Pratique exercício físico. As mulheres desportivas estão menos sujeitas a fibromas do que as sedentárias ou obesas.

 

Faça ao menos isto:

–    Experimente a vitamina E.

–    Siga uma alimentação saudável e pratique exercício físico.

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

A Epilepsia

Glossário das Doenças

Epilepsia

Epilepsia

A epilepsia é uma doença física que provoca alterações breves e súbitas da actividade eléctrica normal no cérebro. Efectivamente, durante a crise, as células cerebrais efectuam uma descarga incontrolável de influxos nervosos, cuja intensidade é 4 vezes maior do que o habitual! O comportamento, os movimentos, pensamentos, percepções e emoções ficam então temporariamente afectados. A epilepsia pode surgir em qualquer altura da vida – incluindo depois dos 65 anos. (Isto explica-se, em particular, devido ao aumento de casos de problemas cardíacos ou de acidentes vasculares cerebrais). Aproximadamente 10% das pessoas sofrem uma crise ao longo da sua vida, mas é necessário que se esteja em presença de crises repetidas para que se possa falar de epilepsia.  

Quais são os sintomas?

–     Aura. Esta sensação varia de caso para caso: alteração da temperatura, odor particular, ansiedade, tensão, som musical, odor ou sabor especial. –    Outros sintomas: convulsões, contracções musculares, gritos, perda de consciência, respiração ruidosa.  

Quais são as causas físicas?

Cerca de 70% dos casos não encontram explicação. No entanto, crê-se que 10 a 15% do conjunto dos casos sejam de origem genética, uma vez que a epilepsia parece ser mais dominante em certas famílias. Em cerca de 30% dos casos, a epilepsia pode nomeadamente explicar-se por uma das razões seguintes: –     traumatismo craniano; –     tumor no cérebro; –     acidentes vasculares cerebrais; –    malformação congénita no cérebro, associada a uma doença, um ferimento ou uma infecção na mulher grávida, que possa ter afectado o desenvolvimento do sistema nervoso do feto; –    febre elevada; –    infecções como a meningite ou a encefalite; –    intoxicação associada ao abuso de álcool ou de drogas, ou ainda desmame de qualquer destas substâncias; –    certas doenças neurológicas: esclerose em placas, paralisia por lesão cerebral; –    desequilíbrio bioquímico: reduzida taxa de açúcar, sódio ou cálcio, carências vitamínicas graves; –    reacções alérgicas a certos alimentos.

 

Quais são os factores psicológicos?

  • O stress e as emoções violentas, tais como a raiva, o medo ou a ansiedade, podem desencadear crises.
  • Segundo a abordagem da biologia total, as crises de epilepsia podem explicar-se, designadamente, pela atitude seguinte:

“Para viver uma tal situação, é com certeza porque a vida me deu rejeição, violência, raiva e desespero. (…) A rejeição de si próprio é extrema e dela resulta um conflito de individualidade. (…) Não tenho outra opção senão abandonar-me aos sentimentos intensos que me habitam. Fujo inconscientemente destas situações que tanto me fazem sofrer (…). O espírito não tem, neste momento, qualquer controlo. A epilepsia adverte assim as pessoas que me rodeiam sobre a minha grande necessidade de amor e de atenção.”  

Como curar-se mais depressa

A medicina recorre à cirurgia (lobectomia), aos medicamentos anti-convulsivos ou ainda à estimulação do nervo vago, por meio de um implante. A epilepsia pode durar toda a vida, mas a maioria das pessoas atingidas acabam por deixar de ter crises. Boa notícia (se assim se pode dizer!): o facto de ser diagnosticada em tenra idade constitui um dos factores que favorecem uma remissão a longo prazo.  

Os melhores expedientes dos médicos

—► Experimente a abordagem global do Dr. Andrew Weil Este médico pensa que seja possível reduzir a dose de anti-convulsivos, observando as medidas seguintes: –    Elimine todos os estimulantes: tabaco, café, chá, bebidas do tipo cola, drogas estimulantes. –    Tome 500 mg de cálcio e 250 mg de magnésio 3 vezes por dia, com as refeições, para reduzir a irritabilidade nervosa. –    Tome vitamina E. Dose: 400 UI para as pessoas com menos de 40 anos e 800 UI para as que têm mais de 40 anos. –    Pratique exercícios de respiração para relaxar e controlar o stress (Ver adiante). –    Pratique a retro-acção biológica para retardar as ondas cerebrais (Ver adiante).   —►Para os casos difíceis: a dieta cetogénica No princípio do século XX, alguns médicos observaram que as crianças que jejuavam tinham menos crises de epilepsia. Daí nasceu a dieta cetogénica, assim designada porque força o organismo a produzir mais cetonas. Por razões não totalmente esclarecidas, um nivel elevado de cetonas no sangue (cetose) está associado a uma redução das crises. Este método foi abandonado, dada a sua dificuldade de aplicação e devido também ao aparecimento dos anti-convulsivos; no entanto, há alguns anos, recomeçou-se a utilizá-lo para tratamento das crianças epilépticas que não respondiam aos tratamentos clássicos. E os estudos mais recentes tendem a confirmar a eficácia deste método. Em síntese, esta dieta poderá revelar-se: –    eficaz para 1/3 a metade dos casos; –    parcialmente eficaz para outro 1/3 dos casos. Uma boa parte das crianças assim tratadas poderão regressar a uma dieta normal ao fim de dois ou três anos sem terem crises, nem terem tomado medicamentos.   Como funciona esta dieta?

  1. A criança jejua 2 ou 3 dias para libertar o organismo das suas reservas de gorduras.
  2. É submetida a um regime muito rico em gorduras (natas, manteiga, ovos, molhos, etc.), mas muito fraco em açúcar e em proteínas. É necessário seguir a dieta à risca, pois mesmo uma pequeníssima quantidade de açúcar pode reduzir, em muito, a produção de cetonas.

  E quanto aos adultos? Poucas investigações foram dedicadas à eficácia deste regime nos adultos. Tudo indica, no entanto, que os que se prontificarem a seguir uma tal dieta extremamente restrita poderão obter bons resultados. Observações: –  Este regime é muito rico em gorduras, mas deve-se contar escrupulosamente as calorias. Sendo bem seguido, não provocará qualquer aumento de peso e em certos casos de obesidade, as crianças irão mesmo emagrecer. –  Esta dieta pode apresentar alguns efeitos secundários: desidratação, problemas gastrintestinais, cálculos renais, toxicidade hepática, etc. Provoca igualmente inúmeras carências que irão requerer a administração de suplementos de vitaminas e minerais. Daí a importância em seguir tal regime sob estrita supervisão médica.  

A melhor planta

Talvez valha a pena experimentar a valeriana (Valeriano officinalis). Estudos efectuados em animais sugerem que a valeriana pode apresentar propriedades anti-convulsivas, o que daria um certo crédito à utilização tradicional desta planta no tratamento da epilepsia. A valeriana exerce igualmente uma acção sedativa. É calmante e favorece o sono. Utilização: 30 a 60 gotas de tintura-mãe, 3 vezes por dia.  

Os melhores suplementos

Ver acima as recomendações do Dr. Andrew Weil no que diz respeito ao cálcio e à vitamina E.  

Outras boas alternativas

—► Alimentação As alergias estão associadas a diversas doenças da criança. Experimente, por isso, suprimir progressivamente certos alimentos. Talvez consiga assim isolar um ou mais alimentos potencialmente causadores das reacções alérgicas que desencadeiam as crises. —►Homeopatia Segundo o médico homeopata Alain Horvilleur, não é possível curar a epilepsia com a homeopatia. Esta pode, no entanto, “reduzir as doses dos medicamentos clássicos indicados, bem como acalmar o estado nervoso concomitante “. Para isso, consulte um homeopata.  

As melhores soluções psicológicas

—► Técnicas de relaxamento Qualquer exercício respiratório pode favorecer o relaxamento, e a redução do stress permitirá controlar melhor a epilepsia. Para mais informações, ver o capítulo 37 (Chave n° 8). —► Experimente a retro-acção biológica (“biofeedback”) Os diversos aparelhos de Biofeedback permitem modular certas funções biológicas consideradas, em princípio, involuntárias: pulsação cardíaca, ondas cerebrais, pressão arterial, etc. Se sofre de epilepsia, pode seguir uma formação para aprender a utilizar tais aparelhos. Deste modo, poderá controlar certas funções fisiológicas associadas às crises de epilepsia. —► Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita a afirmação seguinte: Opto por ver a minha natureza eterna e alegre.  

Como prevenir as crises de epilepsia?

São bastante conhecidos os factores que podem desempenhar um papel de desencadeamento nos epilépticos declarados. Para além de evitar o stress e as emoções violentas (raiva, medo, ansiedade, etc.), é preciso ter-se igualmente consciência dos riscos que os factores seguintes poderão representar: –    alimentação deficiente e refeições irregulares; –    estimulação luminosa intermitente (vídeo, estroboscopio, etc.); –   doença, febre ou alergias (entre outras, reacções alérgicas a certos alimentos); –    falta de sono; –    calor ou humidade.   De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

Distúrbios cardiovasculares

Glossário das Doenças

Distúrbios cardiovasculares

A hereditariedade, o modo de vida e o tipo de alimentação podem predispor às doenças cardiovasculares. Mas estes dois últimos factores também podem ser aproveitados para inverter a tendência.

 

Os principais distúrbios vasculares são:

–  afecções coronárias (isto é, ligadas às artérias coronárias), tais como a angina de peito e o enfarte do miocárdio;

–  os acidentes vasculares cerebrais, ou AVC (acidente isquémico ou hemorragia cerebral);

–  a insuficiência cardíaca (o coração não consegue bombear o sangue em quantidade suficiente para fornecer o oxigénio de que necessita)

–  a hipertensão.

Para informações mais específicas acerca das doenças do coração, consulte as rubricas Acidente vascular cerebral. Angina de peito, Hipertensão, Enfarte do miocárdio, Insuficiência cardíaca.

Nesta parte iremos ver as melhores soluções para tratar os distúrbios cardiovasculares em geral.

 

Quais são os sintomas?

Ver Acidente vascular cerebral, Angina de peito, Enfarte do miocárdio, Insuficiência cardíaca.

 

Quais são as causas físicas?

Diversas causas – isoladas ou em combinação – podem ter a sua influência no aparecimento dos principais distúrbios cardiovasculares.

–  aterosclerose, isto é, a formação de depósitos de gordura nas artérias, associada a um endurecimento (arteriosclerose);

–  taxa elevada de colesterol e de trigliceridos (que são indicadores da aterosclerose);

–  hereditariedade;

–  hipertensão;

–  falta de exercício;

–  resistência à insulina (que está associada à diabetes de tipo I e afecta entre 25 e 30% dos não diabéticos).

–  tabagismo;

–  taxa elevada de homocisteína.

 

Quais são os factores psicológicos?

 

—► O stress crónico

Há um tipo de stress que estimula o espírito e a vitalidade. Mas existe também um stress destruidor, que afecta em particular o sistema cardiovascular. Assim:

–  Activa o sistema nervoso simpático que, por seu turno, provoca um aperto das artérias, do qual resulta a hipertensão.

–  Faz trabalhar o coração mais depressa.

–   Aumenta a taxa de colesterol e a necessidade de ácido fólico (uma substância que baixa a taxa de homocisteína).

—► O perfil psicológico

O “tipo A” foi associado a um maior risco de sofrer distúrbios cardiovasculares. Este tipo A puro engloba as características seguintes: agressividade, impaciência, tendência para se estar sempre com pressa, atitude ambiciosa com espírito de competição pronunciado, temperamento vulcânico, necessidade de reconhecimento e de responsabilidade, dificuldade em delegar ou em deixar o trabalho, palavras marteladas, insensibilidade à lógica, etc. No entanto, o facto de se ser apreçado ou de ter espírito de competição não é nocivo em si. São as componentes de hostilidade e de raiva que fazem aumentar os riscos de vir a tornar-se vítima de uma crise cardíaca ou de sofrer de uma doença cardiovascular. E os tipos A puros são muito raros.

 

—► A falta de comunicação e de expressão emocional

Existe uma ligação estreita entre o coração físico e o coração afectivo. Muitas vezes, as doenças coronárias estão enraizadas num sentimento de isolamento profundo, tantas vezes identificado com o que se verifica nas nossas sociedades individualistas. Muitas pessoas “guardam tudo para si próprias”. Este acumular de emoções cria uma tensão enorme que, mais cedo ou mais tarde, se arrisca fortemente a provocar problemas cardíacos.

NOTA: Ver também Enfarte de miocárdio, relativamente à abordagem da biologia total.

 

 Como curar-se mais depressa

Embora continue a recorrer à cirurgia e à medicação, a medicina insiste agora, cada vez mais, na necessidade de mudar radicalmente de hábitos de vida para reduzir os factores de risco. Neste sentido, ela alia-se cada vez mais às medicinas naturais.

Os conselhos que se seguem dizem essencialmente respeito aos distúrbios cardiovasculares associados à aterosclerose e ao excesso de colesterol. (Relativamente à hipertensão, consulte a respectiva rubrica.)

 

Os melhores expedientes dos médicos

Se o médico for um pouco aberto a outras vias, poderá fazer as recomendações seguintes. Estas medidas não só previnem as doenças cardiovasculares, como também podem igualmente travar a sua progressão e melhorar o estado de saúde do doente.

—► Perca peso

Está claramente demonstrado que a obesidade constitui um factor de risco para as crises cardíacas.

Porém, não confie muito nas curas de emagrecimento sucessivas! Muitas vezes, elas acabam, ao fim e ao cabo, por provocar um aumento progressivo do peso. Além disso, ao que parece, esta má gestão do peso pode revelar-se igualmente perigosa para o coração.

Um estudo recente, realizado pela cardiologista Claire Duveroy, demonstra que as mulheres vítimas do síndroma do io-io ponderal, danificam as células endoteliais que revestem os vasos sanguíneos, o que afecta a circulação sanguínea e, consequentemente, aumenta o risco de crise cardíaca.

Mas isto não quer dizer que seja então preferível viver com excesso de peso. O melhor é eliminar aqueles quilos a mais e empreender as medidas necessárias para nunca mais os recuperar.

—► Não fume

Só por si, o tabaco é o suficiente para aumentar os riscos de doença cardio­vascular. Com efeito, ele afecta o sistema cardiovascular de várias maneiras:

–  aumenta a pressão arterial,

–  acelera a frequência cardíaca,

–  diminui a oxigenação,

–  favorece a formação de placas de ateroma e de coágulos sanguíneos,

–  reduz a taxa de “bom” colesterol. Se não conseguir deixar completamente de fumar, pelo menos reduza drasticamente o consumo. No capítulo 17 poderá encontrar 7 bons truques para deixar de fumar mais facilmente.

 

—►Pratique exercício físico

Se apresenta já uma hereditariedade desfavorável ou se combina vários factores de risco, a falta de exercício está associada a um maior risco de sofrer de distúrbios cardiovasculares.

Efectivamente, nada como o exercício físico para cuidar do seu coração:

–   A prática de uma actividade física durante os tempos livres reduz em 70% a mortalidade total e em 63% os acidentes cardio-vasculares.

–   O exercício físico vigoroso permite reduzir a resistência das células à insulina, um outro factor de risco.

–   Como mostra um estudo recentemente realizado pelo Dr. William Kraus, da Universidade Duke nos Estados Unidos, o exercício protege as artérias contra os efeitos nocivos do colesterol, actuando ao nível do tamanho e do número de partículas que transportam o colesterol no sangue.

Mas um pouco já é muito!

Segundo um relatório publicado em 1994 por Santé Canada (Data Analysis of Fitness and Performance Capacity), “um aumento, ainda que mínimo, do nível de actividade física na população teria uma influência muito maior sobre a prevenção das doenças cardiovasculares do que a diminuição do número de hipertensos, de fumadores ou de indivíduos com uma taxa de colesterol elevada “.

—► Não beba demasiadas bebidas à base de cafeína

Em grandes doses, a cafeína apresenta várias acções nefastas para o coração:

–  Pode contribuir para elevar a taxa de homocisteína (ver acima), bem como a tensão arterial.

–  Obriga o coração a trabalhar mais intensamente e impede-o de relaxar.

Neste sentido, o chá parece ser preferível ao café. Um estudo sobre o chá preto indica que este poderá mesmo reduzir os riscos de crises cardíacas. Ver Enfarte de miocárdio.

 

Os melhores alimentos

Está actualmente confirmado que uma dieta alimentar adaptada pode, geralmente, ajudar a reduzir e a prevenir o excesso de colesterol e a aterosclerose.

—► Aumente o consumo de alimentos ricos em omega-3 (ácido alfalinoleico)

O salmão, as sardinhas ou as sementes de linhaça, nomeadamente, estão incluídos nesta categoria de alimentos que a investigação associa a uma redução do risco de vir a sofrer um problema coronário ou de morrer devido a ele.

Por conseguinte:

–  Para reduzir os riscos de morrer de um distúrbio cardiovascular, consuma peixe pelo menos uma vez por semana.

–  Em caso de colesterol elevado ou de doença cardíaca, tome um suplemento de óleo de peixe de excelente qualidade.

De referir ainda que:

–  as nozes são ricas em ácidos gordos omega-3 e omega-6;

–  o azeite pode reduzir, de forma significativa, a taxa de mau colesterol (LDL).

—► Reduza o consumo de “gorduras nefastas “

  • Trata-se, nomeadamente, de evitar os alimentos mais ricos em gorduras saturadas: manteiga, natas, queijo, leite, carnes vermelhas. Uma boa maneira de reconhecer estas gorduras saturadas é o facto de, geralmente, solidificarem a temperaturas baixas.
  • Fuja igualmente dos seguintes produtos: alimentos ricos em ácidos gordos saturados, margarinas, todos os óleos parcialmente hidrogenados, bem como qualquer alimento que possa conter ácidos gordos trans (como os alimentos fritos). Reduza, portanto, ao mínimo o consumo de batatas fritas, bolachas, pipocas ou qualquer outro tipo de “petiscos”.

—► Aumente o consumo de alimentos ricos em “bons” glícidos, mas pobres em “maus”glícidos

Vários estudos tendem a demonstrar que existe uma ligação entre o consumo de glícidos rápidos (os maus açúcares) e as doenças cardiovasculares. Neste sentido, opte então por massas, pão e arroz integrais sem ser na versão refinada e evite o açúcar refinado, os bolos e os doces.

—► Procure os alimentos ricos em anti-oxidantes

Os estudos indicam que as carências em vitaminas C e E estão especialmente associadas aos distúrbios cardiovasculares.

Quanto à vitamina C, veja Acidente vascular cerebral. Quanto à vitamina E, veja Enfarte do miocárdio.

—► Beba moderadamente bebidas alcoólicas … mas beba!

O álcool – mais particularmente o vinho tinto – parece ser eficaz na prevenção da aterosclerose, das doenças coronárias e do enfarte do miocárdio.

Um ou dois consumos (vinho, etc.) por dia poderão reduzir aproximadamente 30 a 50% o risco de sofrer uma doença coronária.

De referir, no entanto:

–   que não se deve beber em excesso, já que o álcool produzirá então o efeito contrário;

–   que o consumo de bebidas alcoólicas não permite melhorar o estado de saúde nem reduzir o risco de mortalidade numa pessoa que já sofra de uma doença cardiovascular.

Aliás, segundo certas opiniões, o consumo de sumo de uva ou de uvas frescas terá o mesmo efeito positivo.

Saiba distinguir entre bom e mau colesterol

O colesterol desempenha um papel crucial e útil no organismo. No entanto, é

necessário estabelecer bem a diferença entre os 2 tipos de colesterol:

– O HDL ou “high density lipoproteins”, mais vulgarmente designado como “bom colesterol”, que permite eliminar a gordura das artérias e drenar o resultado do seu trabalho até ao fígado, onde será reprocessado.

– o LDL ou “low density lipoproteins” ou “mau colesterol”, que se deposita em placas sobre as paredes das artérias e, a longo prazo, pode impedir a passagem do sangue.

É sobretudo a produção excessiva desta segunda forma de colesterol que coloca verdadeiramente um risco cardiovascular. No entanto, uma taxa muito elevada de colesterol total (LDL e HDL) é igualmente de evitar. Para evitar ou tratar os distúrbios cardiovasculares, deve, portanto, encontrar simultaneamente um equilíbrio satisfatório entre LDL e HDL, bem como uma taxa moderada de colesterol total.

 

A melhor planta

Pode utilizar o alho (Allium sativum) para fins preventivos, bem como curativos. Certos estudos levam a pensar que o alho poderá ser eficaz na prevenção dos problemas vasculares e da aterosclerose relacionados com a idade.

Pode também utilizá-lo com fins curativos.

Os médicos recomendam, frequentemente, o uso de alho fresco para baixar a taxa de colesterol. De facto, segundo a maioria dos estudos, o alho seria eficaz para reduzir a taxa de colesterol total, de LDL e de trigliceridos.

Utilização:

–   Para os extractos: Tome 600 a 1000 mg, repartidos por 3 doses diárias. Na maior parte dos estudos favoráveis foram utilizados extractos estandardizados contendo 1,3% de aliina. De notar que uma dose diária de 900 mg, tomada durante 4 anos, parece retardar o desenvolvimento da aterosclerose.

–   Para o alho fresco: Consuma 4 g (cerca de um dente de alho), uma vez por dia.

Os melhores suplementos

—► Vitaminas B6, B9 (ácido fálico) e B12

O consumo destas 3 vitaminas permite baixar a taxa de homocisteína.

Utilização: Embora existam vitaminas do complexo B nas multivitaminas, as doses fornecidas poderão não ser suficientes quando se tem uma taxa elevada de homocisteína (um factor de risco). Neste caso, utilize doses superiores destas 3 vitaminas e controle a taxa de homocisteína de 6 em 6 meses, depois de ter tomado suplementos.

—► Vitaminas C e E

A administração combinada de suplementos de vitaminas C e E parece poder retardar a progressão da aterosclerose da artéria carótida no homem. Num estudo controlado recente, esta combinação pareceu ser benéfica, tanto nos homens fumadores como nos não fumadores.

Segundo os autores do estudo, os resultados observados levam a pensar que esta abordagem poderá, eventualmente, revelar-se válida para outras complicações associadas à aterosclerose.

Utilização:

No decorrer deste estudo, os participantes tomaram as doses seguintes, à razão de 2 vezes por dia, durante 3 anos:

–  250 mg de vitamina C de libertação prolongada combinada;

–  91 mg ( 136 UI) de vitamina E.

Como sugere um recente estudo prospectivo, o uso combinado de vitaminas C e E poderia reduzir a progressão prematura da arteriosclerose coronaria associada aos transplantes cardíacos.

Uma vez que os transplantes cardíacos geram um stress de oxidação que pode favorecer o desenvolvimento de arteriosclerose coronária acelerada, os investigadores em causa estudaram o uso de produtos anti-oxidantes, como as vitaminas C e E.

Utilização:

Neste segundo estudo citado, os indivíduos tomaram as doses seguintes, à razão de 2 vezes por dia, durante um ano:

–  500 mg de vitamina C;

–  400 UI de vitamina E.

 

Outras boas alternativas

—► Acupunctura

Como sugerem vários estudos controlados, a acupunctura poderá ajudar a tratar vários distúrbios cardiovasculares.

—► Homeopatia

Pode contribuir para tratar diversos distúrbios cardiovasculares: ansiedade sentida na região do coração, aterosclerose, dores no coração, hipertensão,  insuficiência cardíaca, palpitações, etc. Consulte um médico homeopata.

—►Ioga

Seja através de uma técnica respiratória ou da prática das famosas posturas, o ioga constitui um dos melhores instrumentos para tratar as doenças do coração.

—► Dieta vegetariana

Combinada com o exercício físico e uma boa gestão do stress, uma dieta vegetariana rigorosa, como a do Dr. Dean Ornish (Life Choice Diet) poderá fazer regredir a aterosclerose.

Esta dieta compreende apenas 10% de gorduras. Não só exclui a carne, como também os ovos, os lacticínios e as gorduras de origem animal. Em contrapartida, poderá seguramente obter muito bons resultados.

 

As melhores soluções psicológicas

—► Primeiras medidas importantes:

–   Aprenda uma técnica de relaxamento. É uma etapa incontornável para gerir melhor o stress. Ver o capítulo 37.

–   Faça uma boa limpeza emocional. Isto significa, em particular, saber perdoar-se a si próprio e aos outros. A culpabilidade e o ressentimento são importantes fontes de stress crónico.

(Ver os capítulos 18 e 19, bem como a Chave n° 7.)

–   Abra o coração. Segundo Dean Ornish (ver acima), a abertura aos outros revela-se uma medida imprescindível para prevenir e fazer regredir a doença coronária. A comunicação ocupa, aliás, um lugar privilegiado num programa de prevenção e de regressão das doenças coronárias que ele empreendeu nos anos 1980.

Para além de cuidarem da sua alimentação, de praticarem exercício, de se dedicarem ao relaxamento, etc, os doentes do Dr. Ornish participam, duas vezes por semana, em sessões de terapia de grupo. Numa atmosfera de cordialidade, os participantes falam de si mesmos, da sua raiva, das suas dores, das suas esperanças frustradas, etc.

Os peitos oprimidos soltam-se, pouco a pouco, a respiração liberta-se, o coração fica aliviado.

—► Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita uma das afirmações seguintes:

–  O meu coração é uma fonte de água viva onde me refresco.

–  Um suave calor nasce progressivamente no meu peito para me acalmar.

–  Lentamente e de forma segura o meu coração faz o seu trabalho.

—► Experimente igualmente as visualizações seguintes:

Aplique os conselhos de base (ver o capítulo 38) e depois pratique uma destas duas visualizações.

 

As mãos de luz

  1. Imagine duas mãos de luz que penetram docemente no seu peito e que se colocam, em cúpula, sobre o seu coração.
  2. Observe a reacção do coração. Veja como ele se reanima, fazendo o seu trabalho de forma enérgica e calma. Sinta a sua força tranquila.
  3. Se sente sofrimento, veja como esse sofrimento se derrete como a neve ao sol.
  4. Visualize as duas mãos a retirarem-se suavemente.
  5. Abra os olhos.

 

A seta de dor

  1. Abra o peito, como se ele tivesse um fecho de correr e tome suavemente o coração na palma da mão.
  2. Retire todas as setas de dor que o trespassam e deite-as para longe.
  3. Massaje docemente o coração.
  4. Volte a colocá-lo no lugar, tão suavemente como o tirou e feche o peito.
  5. Demore alguns minutos para sentir o coração a bater de forma regular e com vigor. Tome consciência do sangue que corre livremente por todos os vasos sanguíneos do seu corpo.
  6. Abra os olhos.

 

Faça ao menos isto:

–  Pratique exercício em pequenas doses.

–  Modifique a sua alimentação.

–  Tome alho.

–  Reduza o stress por meio do relaxamento, da auto-hipnose e da visualização.

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

Diabetes (tipo I e tipo II)

Glossário das Doenças

Diabetes (tipo I e tipo II)

Consoante os casos, a diabetes pode ser de tipo I ou de tipo II. A diabetes é uma doença crónica atribuível a uma carência ou a uma deficiência na utilização da insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas e que faz baixar a glicemia (taxa de açúcar no sangue). Este distúrbio metabólico aumenta a taxa de açúcar no sangue (hiperglicemia), o que provoca diversos sintomas e complicações de gravidade variada. Felizmente, mesmo sendo a diabetes uma doença incurável, é possível facilitar a vida por meios naturais, que permitem:

–  reduzir a glicemia e, por conseguinte, a utilização de insulina;

–  controlar melhor as manifestações mais graves da diabetes (neuropatia, etc.)

 

O que é a diabetes de tipo I ?

Também chamada “diabetes juvenil”, surge quando o pâncreas deixa, total ou parcialmente, de produzir insulina. Esta forma atinge sobretudo as crianças e os jovens adultos, afectando cerca de 10% dos diabéticos.

O que é a diabetes de tipo II ?

Conhecida pelo nome de “diabetes não insulinodependente”, esta caracteriza- se por uma produção insuficiente de insulina ou pelo facto de o organismo não utilizar correctamente a insulina que o pâncreas segrega em quantidade suficiente. Trata-se de um problema que surge nas pessoas com mais de 40 anos e que afecta cerca de 90% dos diabéticos.

 

 

Quais são os sintomas?

Os sintomas seguintes poderão ser sentidos, de forma gradual ou súbita:

–  eliminação excessiva de urina (acontece frequentemente ter de se levantar durante a noite para urinar);

–  aumento da sede e da fome;

–  grande perda de peso;

–  fadiga e fraqueza;

–  visão turva;

–  maior ocorrência e recorrência de infecções na pele, nas gengivas ou na bexiga;

– entorpecimento ou formigueiro – ou até perda de sensação – nas extremidades dos membros (fenómenos atribuídos à neuropatia,uma deterioração dos nervos).

 

Quais são as causas físicas?

Desconhecem-se ainda qual, ou quais, as causas exactas da diabetes, embora se saiba que esta doença é de natureza auto-imune. O sistema imunitári0 afecta as células pancreáticas que produzem a insulina, acabando por destruí-las, por razões ainda não esclarecidas.

 

Quais são os factores psicológicos?

Segundo a abordagem da biologia total (ver o capítulo 14), a diabetes resulta de um conflito de repugnância e de resistência.

Em suma, o diabético resiste e sente repugnância face àquilo que deseja evitar, mas sente-se obrigado a suportá-lo. Daí o aparecimento frequente de uma tristeza ou de uma amargura, uma ausência de doçura no coração. Como explica igualmente Christian Flèche, “o diabético procura doçura, doçura, nada mais que doçura, em todas as suas relações”. Segundo ele, a insulina representa a autoridade e o açúcar, a doçura. Daqui resulta a atitude seguinte “Sou confrontado com a autoridade; não posso resistir à autoridade; quero afecto.”

 

Como curar-se mais depressa

 

Se sofre de diabetes de tipo I, a administração de insulina é incontornável. Se sofre de diabetes de tipo II e a doença se encontra ainda no princípio, pode – como a maioria das pessoas atingidas – controlá-la por meio de certos medicamentos. Provavelmente, em sequência deverá ter de recorrer a injecções diárias de insulina.

Verdade seja dita que alguns doentes com diabetes de tipo II observam tão bem as recomendações do seu médico que não tomam um único medicamento!

Seja como for, a gestão da diabetes (I ou II) exige uma muito boa disciplina da parte do doente, na aplicação das recomendações que se seguem. Se esta disciplina for seguida, pode-se esperar vir a ter uma vida activa, autónoma e dinâmica. E sentir-se-á tanto melhor se utilizar igualmente as alternativas que sugerimos mais adiante.

 

Os melhores expedientes dos médicos

Uma dieta adaptada é a primeira forma de controlo da diabetes. A fim de controlar melhor a glicemia, é assim necessário evitar os “picos glicémicos”. Para isso, deve-se:

–  limitar o consumo de açúcar;

–  privilegiar os hidratos de carbono de índice glicémico fraco (frutas, legumes, sementes, aveia e cereais integrais).

É igualmente importante distribuir o total de glícidos diários permitidos por várias refeições: 3 refeições principais, mas 2 ou 3 pequenas refeições. Em qualquer dos casos, a consulta de um nutricionista é imperativa.

 

Coma muitas fibras

Certos alimentos ricos em fibras alimentares, tais como as favas, ervilhas secas, frutos, aveia e cereais integrais apresentam um índice glicémico baixo, embora tenham um teor elevado em hidratos de carbono. 

Para além de reduzir o índice glicémico geral, a substituição dos açúcares por alimentos ricos em fibras alimentares (em particular as fibras solúveis), proporciona um melhor consumo vitamínico e mineral.

De notar que, num estudo controlado recentemente realizado em diabéticos tipo II, uma alimentação rica em fibras alimentares – e, em particular, do tipo solúvel (incluindo o farelo de aveia) – revelou ser mais eficaz na redução da taxa de glicose sanguínea pré-prandial (antes da refeição), do que a dieta standard, preconizada pela American Diabetes Association.

 

Perca peso

É particularmente importante para a gestão da diabetes de tipo II. O tratamento começa por uma redução do peso, graças a uma dieta alimentar e à actividade física.

 

Pratique exercício

Quando praticado regularmente, o exercício físico apresenta várias vantagens que podem ajudar o diabético a gerir a sua doença. Para além de ajudar a atingir e a manter um peso saudável, pode ainda exercer os benefícios seguintes:

  • Reduz a taxa de açúcar no sangue. No caso da diabetes II, o exercício pode assim reduzir os sintomas. No entanto, o exercício poderá não melhorar o controlo da glicose a longo prazo, no caso da diabetes de tipo I, pelo que se impõem certas precauções neste sentido.
  • Reduz a pressão sanguínea e fortalece a função cardíaca. Esta é uma vantagem segura, dado que os diabéticos se encontram especialmente em risco, no que diz respeito às doenças cardiovasculares.
  • Aumenta o bem-estar geral (auto-estima, etc), bem como o tónus e a força muscular.
  • Permite reduzir o consumo de medicamentos antidiabéticos.

É particularmente importante praticar exercícios cardiovasculares (marcha, jogging, ténis, bicicleta, etc). Os especialistas da Clínica Mayo sugerem que se pratique aproximadamente durante 30 minutos, todos os dias, e que se façam alongamentos e exercícios de musculação com pesos e halteres.

Se é verdade que, em caso de diabetes, certas precauções se impõem, também é, de longe, mais arriscado não fazer exercício nenhum, do que fazê-lo regularmente.

 

Atenção!

Tal como a insulina, o exercício físico reduz a taxa de açúcar no sangue. Assim, é necessário assegurar que as actividades físicas e as injecções de insulina sejam suficientemente espaçadas no tempo por forma a evitar uma quebra demasiado acentuada da taxa glicémica.

Por isso se deve prever a inclusão de pequenas refeições suplementares quando se praticam actividades físicas intensivas. Por outro lado, deve-se avançar sempre com prudência, quando se inicia um programa de exercício físico. Peça a opinião do seu médico assistente.

NOTA: Em caso de diabetes, os médicos recomendam igualmente uma gestão correcta do stress. Veja “As melhores soluções psicológicas”.

 

As melhores plantas

—► Ginseng (Ginseng quinquefolium)

O ginseng pode ajudar a reduzir a taxa de glicose, quando se sofre de diabetes de tipo II.

Mais de vinte estudos científicos, realizados tanto em seres humanos como em modelos animais, vieram demonstrar que esta planta exercia uma acção hipoglicémica, podendo eventualmente revelar-se vantajosa no tratamento da diabetes.

É o que confirma um outro estudo recente, realizado por investigadores da Universidade de Toronto. Este estudo demonstra mesmo que o ginseng pode ser suficiente para se atingir uma redução de 15 a 20% na taxa de açúcar no sangue!

Utilização:

Neste estudo, os indivíduos tomaram uma dose de 3 g de ginseng americano, até 2 horas antes das refeições.

 

Os melhores suplementos

—► Acido alfa-lipoico

Este anti-oxidante natural é utilizado há mais de 30 anos na Alemanha para tratar a neuropatia diabética. Trata-se de um produto utilizado por via oral ou intravenosa. Em caso de diabetes de tipo II, utiliza-se igualmente para favorecer:

–  a resistência à insulina;

–  a eliminação da glicose.

Dados preliminares que se prolongaram por mais de dois anos indicam que, a longo prazo, poderá melhorar a condução nervosa (motriz e sensorial) nos membros inferiores.

E, facto interessante, não parece causar quaisquer efeitos secundários importantes!

Utilização:

Curtos tratamentos de 3 semanas, com 600 mg por dia, parecem reduzir os principais sintomas da polineuropatia diabética.

—► Ácido gama-linoleico (GLA)

Vários estudos tendem a demonstrar que esta substância exerce uma acção benéfica sobre a evolução da polineuropatia diabética distal.

Utilização:

Num estudo controlado, a toma diária de 360 mg de um suplemento de GLA, durante 6 meses, permite melhorar, de forma significativa – em comparação com um placebo – vários marcadores da polineuropatia diabética.

De referir que o óleo de onagro (Oenothera biennis) é muito rico em ácido gama-linoleico.

Outras boas alternativas

—► Alimentação vegetariana

Para além de poder vir a prevenir a diabetes de tipo II, a alimentação vegetariana pode também ter um impacto positivo nas pessoas já atingidas:

  • Dado que esta forma de alimentação é, geralmente, menos rica em gorduras, permite assegurar uma melhor prevenção contra os distúrbios cardiovasculares. Ora, estes representam a primeira causa de mortalidade nos diabéticos.
  • Outros estudos demonstram igualmente que uma alimentação deste tipo poderia actuar sobre a neuropatia diabética (ver acima):

 

–  Num destes estudos foi observada uma melhoria ao fim de alguns dias, nos diabéticos de tipo II, depois de estes terem adoptado uma alimentação dita “vegetariana” (sem carne, sem ovos e sem lacticínios).

–  Num outro estudo mais recente, 17 doentes em 21 viram as suas dores desaparecer completamente com a dieta “vegetariana”.

–  As investigações mostraram igualmente que uma redução no consumo de proteínas (como acontece no caso da alimentação vegetariana) poderia ser útil na nefropatia (lesão inflamatória ou degenerativa dos rins).

Observações:

–  Consulte um médico antes de seguir uma dieta com certas restrições alimentares.

–  Adopte pelo menos uma alimentação semi-vegetariana.

—► Homeopatia

Em paralelo, pode também recorrer à homeopatia.

Esta abordagem poderá ajudá-lo a controlar as perturbações menores associadas à diabetes.

Além disso, como refere o Dr. Alain Horvilleur, “em certos casos, o tratamento de fundo permite reduzir a quantidade de anti-diabéticos clássicos, na medida em que proporciona um melhor equilíbrio ao doente”. Consulte um homeopata.

—►Ioga

Para além de exercer uma acção anti-stress, esta antiga prática indiana poderia desempenhar um papel mais específico em caso de diabetes. Com efeito, certas posturas de hatha-Yoga (Ioga do corpo) permitem reequilibrar os processos naturais do corpo e, neste sentido, melhorar o funcionamento do pâncreas.

Vejamos o que diz André Van Lysebeth a propósito dos efeitos benéficos de uma postura específica, Halasana (a charrua):

“O pâncreas é (igualmente) massajado, desobstruído, tonificado. Alguns diabéticos conseguiram reduzir a sua dose diária de insulina, ou mesmo normalizar completamente o seu estado, o que se explica, já que o pâncreas contém os ilhéus de Langerhans que produzem insulina.” São ainda referidas outras posturas consideradas benéficas para melhorar a função do pâncreas: Matsyasana (o peixe), Pashchimotanasana (a pinça), Bhujangasana (a cobra), Shalabasana (o gafanhoto). Consulte um professor de Ioga ou um bom livro de Hata-Ioga.

 

As melhores soluções psicológicas

—► Aprenda a gerir melhor o stress

Uma boa gestão do stress quotidiano favorece um melhor controlo da doença. E há várias razões para isso:

–  Sob o efeito do stress, o doente pode ver-se tentado a consumir alimentos pouco adequados, arriscando-se assim a esquecer-se de medir a taxa de glicose sanguínea, de tomar os medicamentos ou ainda de praticar exercício físico.

–  Um stress prolongado pode elevar a taxa de glicose no sangue. Mesmo na medicina oficial, são aconselhadas diversas técnicas anti-stress como os exercícios de respiração, o Taí Chi, a meditação e o ioga.

Quanto às técnicas de relaxamento, ver o capítulo 38.

—► Trabalhe sobre as causas subtis

Segundo Christian Flèche dever-se-á procurar ver se os pares seguintes se encontram equilibrados:

–  doçura/autoridade;

–  resistência/passagem ao acto.

—► Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita a afirmação seguinte:

Aceito o que me acontece e sinto, cada vez mais, toda a doçura que há em mim.

Como prevenir a diabetes?

No caso da diabetes de tipo I:

Oficialmente, nada indica que seja possível prevenir a diabetes de tipo mesmo que se vá ao médico em fase precoce. No entanto, alguns estudos sugerem determinadas pistas em relação à alimentação (leite de vaca), aos suplementos (niacinamida, vitamina E) ou outros factores (vacinação).

No caso da diabetes de tipo II:

Os investigadores pensam que a diabetes de tipo II está estreitamente ligada ao modo de vida. Para prevenir esta doença ou retardar o seu aparecimento será, portanto, de todo o interesse (sobretudo se a hereditariedade for um factor de predisposição) a vigilância dos aspectos seguintes:

–  adoptar uma alimentação saudável,

–  controlar o peso,

–  praticar regularmente exercício físico,

–  reduzir o stress.

 

Em caso de diabetes, não esquecer as seguintes acções para prevenir ou controlar as complicações:

  • Efectuar anualmente diversos exames:

–  Controlo regular da glicemia, para retardar ou prevenir as complicações associadas aos olhos, nervos e rins.

–  Um exame geral anual é obrigatório, bem como um exame aos olhos.

–  Igualmente importante consultar regularmente o dentista, já que os diabéticos têm tendência para fazer infecções das gengivas.

 

  • Deixar de fumar. Os diabéticos que fumam incorrem em maior risco sofrer afecções renais e cardíacas, bem como outros problemas ligados à diabetes.
  • Controlar a hipertensão para retardar os danos ligados aos rins.
  • Beber muita água, em caso de outra doença que não a diabetes, como por exemplo, o caso de uma gripe. Deste modo poderá repor os líquidos perdidos e pode prevenir o coma diabético.
  • Ter em atenção os pés e examiná-los todos os dias. Uma vez que a diabetes afecta seriamente os nervos, pode causar insensibilidade nos pés. Pequenos problemas mal tratados podem assim degenerar em graves infecções.

 

Faça ao menos isto

–  Coma muitas fibras.

–  Perca peso.

–  Pratique exercício físico.

–  Experimente o ginseng americano.

–  Tome ácido gama-linoleico (GLA).

–  Adopte uma alimentação vegetariana (ou, pelo menos, semi-vegetariana).

–  Pratique ioga.

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

Depressão Sazonal

Glossário das Doenças

 

Depressão Sazonal

 

É daquelas pessoas que têm tendência para se “ir abaixo” quando chega o Inverno? Se sim, é provável que sofra de depressão sazonal. As informações que se seguem poderão interessar-lhe.

Durante o período que antecede e que se segue ao solsticio de Inverno (21 ou 22 de Dezembro, conforme os anos), os dias são mais curtos e, muitas vezes, o sol brilha pela sua ausência. Esta falta de sol actua directamente sobre os pequenos seres solares que somos todos nós. Toda a gente é mais ou menos afectada pela falta de luz mas, em certas pessoas, este período cinzento provoca uma verdadeira depressão.

Calcula-se que entre 3 a 6% da população adulta nórdica é atingida por este tipo de depressão. Quanto mais afastado do equador, mais aumenta esta percentagem. No Alasca, por exemplo, cerca de 9% da população imerge em estado depressivo com a aproximação do Inverno.

As mulheres correm maior risco do que os homens de serem atingidas por este tipo de depressão. Uma questão de hormonas… Quanto às crianças, as estatísticas indicam que 2 a 6% das crianças com idades compreendidas entre 9 e 19 anos, sofrem esta doença, em diferentes graus.

 

Quais são os sintomas?

–  Estado de fadiga crónica.

–  Irritabilidade.

–  Dores de cabeça.

–  Dificuldades de concentração.

–  Redução da libido.

–  Falta de iniciativa.

–  Necessidade exagerada de sono.

–  Fome excessiva.

–  Tendência incontrolável para os doces.

Todos estes sintomas surgem sempre no mesmo período do ano, ou seja, durante os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro.

 

Quais são os factores psicológicos?

–   A depressão sazonal pode facilmente ver-se agravada por ocorrências traumatizantes, tais como um luto, uma separação, a perda de um emprego, etc.

–   Estão também frequentemente ligados a estados depressivos: sentimento de culpabilidade, de melancolia ou de tristeza crónica, falta de auto-estima ou, pior, uma raiva dirigida contra si mesmo.

 

Como curar-se mais depressa

Em caso de depressão sazonal, o médico pode receitar um antidepressivo (Prozac®, Celexa®, Paxil® e Zoloft®), em combinação, ou não, com a fototerapia (ver a seguir). Estes medicamentos são eficazes, mas provocam vários efeitos secundários. Trata-se, portanto, de um tratamento de último recurso.

 

Os melhores expedientes dos médicos

—► Experimente a fototerapia

Uma vez que a depressão sazonal resulta da falta de luz, tem boas hipóteses de recuperar a alegria de viver, se ultrapassar esta situação. Umas férias no Sul seriam o mais indicado, mas também pode trazer o sol a sua casa, graças à fototerapia.

Basta que se exponha diariamente a uma luz de largo espectro, de intensidade variando entre 2500 e 10000 Lux e que possa reproduzir fielmente a luz solar. Para além de ser eficaz (os estudos demonstram resultados positivos em 80% das pessoas afectadas, a fototerapia actua rapidamente e não provoca muitos efeitos secundários ou complicações.

As sessões processam-se a uma hora fixa e duram entre 30 minutos e 2 horas.

Para maior eficácia, siga estas sessões de fototerapia de manhã.

O tratamento deverá durar entre 8 e 21 dias, consoante a gravidade da

depressão, mas 3 ou 4 sessões podem já revelar alguma melhoria.

Se é particularmente sensível à falta de luminosidade, pode contrariar a depressão fazendo uma cura de 10 sessões no princípio do Inverno, logo que os primeiros sintomas comecem a manifestar-se.

Existem já algumas clínicas que oferecem um serviço de fototerapia. Pergunte ao seu médico assistente quais são as clínicas mais próximas do sítio onde vive.

Se não tem a possibilidade de se deslocar diariamente a uma clínica, pode arranjar uma lâmpada portátil e seguir a fototerapia no domicílio. Estas lâmpadas são fabricadas por diversas empresas, que poderá encontrar através da Internet. Para procurar, utilize as palavras-chave seguintes: perturbações afectivas sazonais, lâmpada de largo espectro, “seasonal affective disease” ou “SAD”, “light boxes”.

—► Pratique exercício físico ao ar livre

O Dr. Andrew Weil considera que, depois da fototerapia, o exercício físico praticado ao ar livre representa o tratamento mais eficaz para combater a depressão sazonal.

Faça exercícios a meio do dia e, de tempos a tempos, posicione-se em frente ao sol por um momento – mas sem o olhar directamente.

 

A melhor planta

—► Hipericão (Hypericum perforatum)

John Ott e Norman Rosenthal não hesitam em recomendar o uso de hipericão em caso de depressão sazonal. Além disso, vários estudos importantes demonstraram a eficácia desta planta.

Contrariamente aos antidepressivos farmacêuticos, o hipericão não apresenta praticamente quaisquer efeitos secundários indesejáveis.

Utilização: A dose normalmente recomendada para um adulto que sofra de depressão sazonal fraca a moderada é de 300 mg de extracto de hipericão (3% de hiperina), 3 vezes por dia. São necessárias, pelo menos, 6 semanas para que o alívio se faça sentir.

 

Pode-se combinar o hipericão com a fototerapia?

O hipericão provoca, no indivíduo que o consome, uma fotossensibilização que pode traduzir-se no aparecimento de manchas cutâneas, se se expuser aos raios ultravioletas. Estes raios não fazem, no entanto, parte do espectro luminoso que é emitido pelas lâmpadas utilizadas no tratamento da depressão sazonal.

Segundo o Dr. Andrew Weil, não haverá, portanto, qualquer risco em combinar o hipericão com a fototerapia.

 

O melhor suplemento

A melatonina, denominada a hormona do sono, é produzida pela glândula pineal, uma pequena glândula particularmente sensível à luz. Quanto menos luz receber esta glândula, mais melatonina produz.

Durante os sombrios meses do Outono e do Inverno, segregamos, assim, mais melatonina, o que pode conduzir a um estado depressivo, quando se é muito sensível a tal flutuação.

Paradoxalmente, certos estudos demonstraram que, em determinadas pessoas, a administração de suplementos de melatonina pode atenuar os sintomas. Por outro lado, também pode acontecer que o suplemento venha a provocar exactamente o efeito inverso.

Uma vez que a administração de melatonina não comporta quaisquer efeitos secundários negativos, pelo menos a curto prazo, o Dr. Andrew Weil sugere simplesmente que se faça a experiência.

Utilização: 1 g por dia, à noite ao deitar, durante o período de tempo recomendado pelo farmacêutico.

 

As melhores soluções psicológicas

—► Em estado de auto-hipnose (ver o capítulo 32), repita as afirmações seguintes:

–  Eu vivo na luz.

–  O meu coração abre-se à luz. Pode repetir compassadamente estas afirmações benéficas, nos seus passeios exteriores, à luz do dia.

—► Experimente igualmente a visualização seguinte:

  1. Instale-se num local bem iluminado, com o rosto virado para a luz.
  2. Feche os olhos. Visualize o astro solar que brilha com toda a intensidade, bem alto lá no céu.
  3. Veja como os seus raios descem até si, envolvendo-o em luz. “Inspire” esta luz, para impregnar com ela cada uma das suas células.
  4. Ao expirar, visualize as grossas nuvens cinzentas que se afastam,
    dissipando-se na luz.
  5. Abra os olhos e sorria à vida.

 

Como prevenir a depressão sazonal?

  • Adquira o bom hábito de tomar ar pelo menos uma hora por dia, e um pouco mais tempo nos dias cinzentos. De tempos a tempos, volte-se para o céu para captar mais luz. Evite, contudo, olhar o sol de frente, para não afectar os olhos.
  • Procure habitar num espaço luminoso. Se necessário, mande colocar mais janelas na sua casa. Paredes de cores pálidas, bem como alguns espelhos colocados em locais estratégicos, permitem aumentar imediatamente a luminosidade de um espaço.

 

Faça ao menos isto:

–  Experimente a fototerapia.

–  Pratique exercício físico ao ar livre.

–  Tome hipericão.

 

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.

Depressão

Glossário das Doenças

Depressão

A depressão é uma doença muito corrente. Em maior risco de serem afectados por esta perturbação estão as mulheres ou os artistas – ou os dois, em simultâneo – dada a sua maior sensibilidade. No entanto, tal não deve ser motivo de preocupação excessiva: mais vale ser sensível – apesar do facto de se perder o equilíbrio de vez em quando – do que passar pela vida sem nada sentir. Dito isto, outros factores, para além da sensibilidade, podem igualmente entrar em linha de conta.

Todavia, de uma maneira ou de outra, é sempre possível curar uma depressão –  sem psicanálise e sem medicamentos, como afirma o psiquiatra David Servan-Schreiber, especialista em neurobiologia dos sentimentos.

 

Quais são os sintomas?

No adulto:

–  falta de energia e de entusiasmo,

–  irritabilidade, agressividade,

–  pensamentos suicidas,

–  tristeza,

–  insónia ou excesso de sono,

–  dores de toda a espécie (enxaquecas, dores de costas ou de estômago, dores articulares e musculares, etc).

Na criança:

–  sono agitado, pesadelos,

–  choro sem razão aparente,

–  perda de apetite,

–  agressividade e irritabilidade,

–  tendência para o isolamento,

–  perda de confiança em si mesmo.

 

E no adolescente:

–  humor particularmente variável,

–  falta de interesse pelo que antes o interessava,

–  tendência para o isolamento,

–  indiferença quanto à aparência,

–  perda de confiança em si mesmo,

–  tendência bulímica ou anoréctica,

–  excesso de sono ou, inversamente, crises de insónia.

NOTA: Aproximadamente 5% das crianças e dos adolescentes vivem episódios depressivos.

 

Quais são as causas físicas?

–  Ingestão de medicamentos.

–  Carências nutritivas.

–  Doenças físicas (afecções da tiróide, hipoglicemia, etc.)

–  Hereditariedade.

–  Parto (10 a 12% das mães recentes sofrem de depressão pós-parto).

–  Menopausa e andropausa.

 

Quais são os factores psicológicos?

Inconscientemente, adoptamos muitas vezes os comportamentos dos nossos pais. Nas crianças e adolescentes, uma situação familiar penosa, um divórcio, um luto, um pai ou uma mãe depressivos, dificuldades de aprendizagem, de atenção ou de comportamento são outros factores possíveis. Um motivo aparentemente inócuo para um adulto pode também ter a sua influência. A perda de um animal, por exemplo, um conflito com os amigos ou uma reprimenda de um professor são, por vezes, o suficiente para desencadear um processo depressivo.

 

Como curar-se mais depressa

Se o leitor se sente deprimido há já um certo tempo sem conseguir ultrapassar a situação, não espere mais para consultar um médico. A depressão é um círculo vicioso, no qual é fácil mergulhar.

O médico começará então por tentar determinar se a depressão resulta de uma doença física (problema da tiróide, hipoglicemia, etc). Se não for esse o caso poderá receitar um antidepressivo e recomendar a psicoterapia. O recurso a antidepressivos pode ajudar a atravessar um período particularmente difícil. No entanto, é preciso cuidado! O tratamento medicamentoso de distúrbios do comportamento aplica-se, muitas vezes, em detrimento de outras abordagens, tais como a psicanálise ou a psicoterapia, abordagens essas que, no entanto, se revelam bastante úteis, senão mesmo indispensáveis, em muitos casos. Assim, portanto, antes de recorrer aos antidepressivos, porque não explorar a psicologia?

Por outro lado, é igualmente importante determinar se o médico de família será a pessoa mais indicada para o ajudar. Embora este possa receitar-lhe antidepressivos, o psiquiatra possui um melhor conhecimento acerca dos distúrbios nervosos e respectivos tratamentos.

 

Os melhores expedientes dos médicos

—► Não se isole

Se está deprimido, faça um esforço particular para manter contactos com os familiares ou os amigos. O simples facto de poder contar com uma pessoa prestável é, por vezes, o suficiente para restabelecer a esperança. Não hesite em confiar nos outros.

—► Pratique exercício físico

Segundo os especialistas, o exercício físico torna-se, muitas vezes, tão eficaz como a psicoterapia e os medicamentos para tratar a depressão. A verdade é que o exercício favorece a produção de substâncias euforizantes, como as endorfinas e a serotonina.

Além disso, ao desempenhar um papel activo na melhoria do seu estado, obterá um estado de satisfação que nenhum antidepressivo lhe pode proporcionar. Terá a sensação de que está a recuperar o controlo da sua vida, e é mesmo isso que se passa.

Para combater a depressão e prevenir uma recaída ainda mais profunda, bastam normalmente 20 minutos de exercícios cardiovasculares, 3 a 4 vezes por semana.

 

A melhor planta

—►Hipericão (Hypericum perforatum L.)

Na Alemanha, o hipericão é o produto mais frequentemente recomendado contra a depressão. São vendidas mais de 60 milhões de cápsulas por ano. O Prozac® posiciona-se muito atrás na lista de vendas.

Estudos científicos demonstram que, tal como o Prozac®, o hipericão permite prolongar a produção de serotonina, um neurotransmissor que acalma o cérebro, mas que as pessoas deprimidas têm dificuldade em metabolizar. Esta planta é adequada para todas as formas de depressão ligeira a média. Se tomar um antidepressivo do tipo SRI (Prozac®, Seropram®, Deroxat®, etc), pode progressivamente substituir o medicamento por hipericão. Fale do assunto ao seu médico.

Utilização:

Alguns estudos demonstraram uma melhoria de 61% com fracas doses (400 mg de extracto, ou seja, 1,2 mg de hipericina por dia) e de 75% com doses mais fortes (900 mg de extracto, ou seja, 2,7 mg de hipericina). O tratamento começa, geralmente, a fazer efeito ao fim de 3 ou 4 semanas.

Os melhores suplementos

—► Ácidos gordos omega-3

O Dr. Servan-Schreiber mencionou a “revolução dos omega-3” para descrever os extraordinários efeitos que os omega-3 exercem em várias doenças, incluindo a depressão.

Utilização:

A investigação tende a demonstrar que se obtém um efeito antidepressivo com 2 a 3 g por dia de uma mistura de dois ácidos gordos de peixe: o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexainoico (DHA). Contudo recentes estudos demonstram que a relação EPA/DHA deve ser de 7/1 ou seja 700 mg de EPA por 100 mg de DHA.

O Dr. Servan-Schreiber considera “preferível escolher um produto que contenha também um pouco de vitamina E para proteger o óleo contra a oxidação sempre possível que o tomaria ineficaz, ou mesmo nocivo.”

—► S-Adenosilmetionina

Há já uma vintena de anos que a S-adenosilmetionina é utilizada para tratar a depressão. Trata-se de uma substância orgânica que desempenha um papel chave na produção dos neurotransmissores, os quais asseguram o funcionamento do cérebro. Em princípio, o organismo produz toda a S-Adenosilmetionina de que necessita, mas uma falta de metionina, de folato e de vitamina B12 podem provocar a carência daquela substância. Alguns estudos de pequeno porte demonstraram que a administração de suplementos de S-Adenosilmetionina poderia ser eficaz contra a depressão.

Utilização:

A dose diária recomendada varia entre 600 mg e 1600 mg. distribuídos em 3 ou 4 tomas diárias. O tratamento pode ser iniciado com doses de 400 mg, a tomar 3 ou 4 vezes por dia.

Se o tratamento se revelar eficaz e não provocar efeitos secundários indesejáveis (ligeiros distúrbios digestivos), ao fim de algumas semanas, tome doses de 200 mg, 2 vezes por dia.

Em caso de efeitos secundários indesejáveis, a dose inicial deve ser reduzida, para aumentar depois progressivamente.

 

Outras boas alternativas

—► Alimentação

Tal como os ácidos gordos essenciais – como o EPA (ver acima) – as vitaminas C, B9 e BI2, o ferro, o magnésio, o zinco, etc. são elementos igualmente importantes para um bom equilíbrio mental.

Se a alimentação não for a mais adequada, o médico deverá pedir-lhe uma análise ao sangue para detectar uma eventual carência alimentar.

—► Homeopatia

Não soluciona a causa da depressão, mas ajuda a reencontrar o equilíbrio psíquico necessário para fazer face ao problema.

A fim de se obter melhores resultados, deve-se consultar um homeopata desde o início da depressão ou das crises depressivas.

—► Massagem

Graças à estimulação cutânea que ela proporciona, a massagem favorece a secreção de uma substância que ajuda a combater a depressão. Ao nível afectivo, o contacto com uma mão quente e reconfortante dá tranquilidade e acalma a ansiedade e a raiva. O corpo distende-se, a respiração torna-se mais profunda, o coração abranda e o espírito, fonte de todas as angústias, sossega.

Contacte um bom massagista ou peça a um amigo que se disponha a oferecer-lhe este pequeno alento.

—►Ioga

No Ioga, todos os exercícios são bons, mas os que aumentam a energia, entre os quais, designadamente, a saudação ao sol, são absolutamente benéficos.

 

As melhores soluções psicológicas

—► Primeiras medidas importantes:

Muitas vezes, a depressão constitui uma mensagem do inconsciente para incitar a pessoa à mudança. Assim, torna-se importante observar as circunstâncias que rodeiam o seu aparecimento.

Se a depressão resulta, geralmente, de um stress intenso (doença, divórcio, perda de emprego, nascimento de um filho. etc). ela pode igualmente surgir durante um período de estagnação (monotonia no casamento, rotina no trabalho, falta de interesse, etc).

Tanto num caso como no outro impõe-se um trabalho de introspecção, o qual deve ser empreendido o mais rapidamente possível. Quanto mais se tarda a reagir, mais difícil se torna sair da situação. Convém, por isso, munir-se de todas as armas para conseguir ultrapassá-la.

 

Algumas estratégias que poderão ajudar:

  • Ao acordar, procure encontrar uma boa razão para se levantar da cama. Quer sugestões? Vá ter com uma pessoa de quem goste, faça um passeio num belo jardim, ofereça a si própria um ramo de flores, vá ao cinema ver um bom filme, faça uma massagem, etc.
  • Talvez seja um bom momento para fazer umas férias, partir em viagem ou empreender uma actividade que o interesse já há muito, mas tem vindo sempre a protelar.
  • Se se sente sobrecarregado pelo trabalho (como acontece frequentemente com as jovens mães), peça ajuda (na preparação das refeições, a tomar conta de crianças, limpeza da casa, compras) a uma pessoa amiga ou a um serviço comunitário. Aproveite estes momentos de descanso para se restabelecer: dormir, fazer um pouco de exercício, passar mais tempo com a família ou com os amigos, etc.
  • Seja paciente no sofrimento. Normalmente, o tempo acaba por curar as feridas psicológicas.
  • Se costuma passar muitas horas diante da televisão, corre o risco de aumentar o estado de letargia. Em vez de se deixar “esmagar” diante do pequeno ecrã, faça um esforço por empreender algo de criativo.
  • Tente exprimir-se! Seja pela escrita, pela música, a pintura ou o desenho. Este processo pode ajudá-lo grandemente a identificar as causas profundas da sua depressão. Permite-lhe igualmente acabar com certos comportamentos obsessivos e certas vozes interiores.
  • Mantenha-se afastado daquele tipo de pessoas que passam o tempo a queixar-se. O que precisa é de energia positiva que lhe levante a moral.

Como prevenir a depressão

  • Uma alimentação saudável e variada, exercícios regulares e uma vida afectiva bem preenchida constituem os melhores antídotos para a depressão.
  • Numa situação difícil (luto, divórcio, violação, etc.), peça ajuda. Algumas consultas podem ser o suficiente para dar início a uma nova vida. Esta via é, de longe, preferível aos medicamentos.
  • Se toma medicamentos, informe-se sobre os seus efeitos secundários porque, a longo prazo, um grande número de medicamentos podem provocar estados depressivos.

 

Faça ao menos isto

–  Pratique exercício físico

–  Tome hipericão(Hypericum perforatum L.)

–  Insista nos ácidos gordos omega-3.

–  Recorra às massagens.

De Glossário das Doenças, do Livro O FACTOR X – Como curar-se mais depressa, de ROBERT DEHIN & JOCELYNE AUBRY, Publicações Prevenção de Saúde.