Propriedades Anti-bacterianas do Resveratrol
O resveratrol é activo contra: Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis, Helicobacter pylori, Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis e Propionibacterium acnes.
A terapêutica anti-bacteriana é uma ferramenta poderosa no tratamento de doenças infecciosas, porém o aumento da resistência dos microrganismos aos fármacos anti-bacterianos têm vindo a aumentar, surgindo a necessidade de pesquisar novas moléculas com actividade terapêutica.
Dado que o resveratrol é uma fitoalexina, intervindo na defesa das plantas contra microrganismos, tem-se vindo a estudar o seu potencial como agente anti-bacteriano. Deste modo, verificou-se que o resveratrol possui propriedades bacteriostáticas, principalmente, contra bactérias gram positivas possivelmente devido às características da parede celular destes microrganismos.
O resveratrol é activo contra: Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitidis, Helicobacter pylori, Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis, Pseudomonas aeruginosa, Proteus mirabilis e Propionibacterium acnes.
Em relação às concentrações inibitórias de 100% (IC100%) para Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis (cocos gram negativo), estas são 75 e 125µg/mL, respectivamente, sendo o mecanismo inibitório ainda desconhecido.
No que respeita a Helicobacter pylori, é uma bactéria que infecta a mucosa do estômago e do duodeno causando gastrites, úlceras pépticas e, nalgumas situações, cancro gástrico. O seu crescimento é também inibido pelo resveratrol , sendo a concentração inibitória mínima, de 50% e 90% (CIM50 e CIM90), 12,5 e 25 µg/mL, respectivamente. O controlo positivo
deste ensaio in vitro foi a amoxicilina com uma CIM entre 0,002-0,06 µg/mL.
De acordo com Chang, o crescimento de Staphylococcus aureus (gram positivo), Enterococcus faecalis (gram positivo) e Pseudomonas aeruginosa (gram negativo) é também inibido pela solução de resveratrol em DMSO, numa gama de concentrações entre 171-342 µg/mL.
S. aureus, E. faecalis são responsáveis por causar foliculite, celulite, impetigo e furúnculos e P. aeruginosa é responsável pela infecção de feridas com queimaduras, estando ambas as bactérias envolvidas na infecção de úlceras do pé diabético e poderão surgir em ambiente hospitalar.
Assim, a utilização do resveratrol nestas condições cutâneas poderá assumir importância nomeadamente na protecção ou
eventual tratamento de infecções causadas por estes microrganismos.
Em relação a Proteus mirabilis, é uma bactéria patogénica que infecta trato urinário, sendo o seu crescimento totalmente inibido pelo resveratrol na concentração de 60 µg/mL.
Por último, Propionibacterium acnes está presente na acne vulgaris. Esta caracteriza-se por uma reacção inflamatória resultante da infecção cutânea por P. acnes. Assim sendo, como o resveratrol possuí propriedades anti-inflamatórias e bactericidas, em elevadas doses, sobre três estirpes deste microrganismo (IC100=187mg/L) e elevada biodisponibilidade
cutânea, este poderá ser utilizado com benefício em indivíduos que sofrem desta patologia.
É ainda de acrescentar que de acordo com Docherty et al., o resveratrol não apresenta propriedades inibitórias do crescimento de Escherichia coli, Streptococcus pyogenes, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus na concentração máxima testada, 200mg/L.
Fonte: O RESVERATROL COMO MOLÉCULA ANTI-ENVELHECIMENTO, Andreia Catarina Lopes Alves, Faculdade de Ciências e Tecnologias da Saúde da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, 2015
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