loader image

A bexiga

A bexiga

 

Ela recebe, armazena e elimina os líquidos orgânicos carregados de toxinas que lhe foram confiados pelos rins. Essa gestão das urinas está longe de ser tão secundária quanto parece, pois se a bexiga não fizer o seu papel, o corpo ficará completamente intoxicado. Ela está para o sistema urinário assim como o intestino grosso está para o sistema digestivo. É a última fase do processo de gestão e de eliminação dos líquidos orgânicos e, por extensão, do processo energético das “velhas memórias”.

Os males da bexiga

Eles são um sinal das nossas dificuldades para eliminar nossas “águas usadas”, ou seja, nossas velhas memórias que não nos satisfazem mais. Crenças antigas, velhos hábitos, esquemas de pensamento inadequados para a situação presente – são muitas as “memórias” que “intoxicam” o nosso espírito, como as toxinas o fazem com o corpo. Quando as energias da bexiga funcionam corretamente, essas “toxinas” são eliminadas sem problema. As tensões ou as dores nos dizem, ao contrário, que isso não vai assim tão bem. Elas significam que temos medo de abandonar ou de mudar esses hábitos, essas crenças, esses esquemas ou esses modos de pensamento ou de ação. Às vezes, uma ligação forte demais com as memórias, satisfatórias ou não, nos leva a permanecer estáticos na vida, a nos cristalizar, correndo o risco de sofrer (apesar de, muitas vezes, encontrarmos também algum beneficio, ele só servirá como um conforto interior mais conveniente para o instante). Essas situações se traduzem por tensões na bexiga. As cistites ou outras inflamações nos falam disso ao nos mostrar ainda que existe dentro de nós uma cólera ou uma revolta diante da nossa atitude.

Os males da bexiga podem também significar que temos medos em relações aos nossos “ancestrais” que não conseguimos superar. Os meninos que têm medo (justificáveis ou não) dos seus pais, e em particular do pai, ou, às vezes, das suas representações (avós, professores etc.) o exprimem muitas vezes através da enurese (incontinência urinária à noite). As meninas têm maior tendência a exprimir os mesmos receios através das cistites repetitivas.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

Os rins

Os rins

São dois órgãos essenciais para o processo de gestão e de filtragem dos líquidos orgânicos e do sal no corpo. Filtrando mais de 1.500 litros de sangue por dia, eles separam e extraem as toxinas do sangue e transformam-nas em urina. São eles que regulam o nível de água e de sais minerais, extraindo-os do sangue e restituindo-os em função das necessidades. Assim, ajudam na capacidade de resistência e de recuperação em relação ao esforço. Podemos observar como tudo isso tem a ver com o papel “energético” deles. Eles encontram apoio na bexiga para libertar a urina do corpo.

Enfim, têm um papel muito importante em relação ao stress e aos medos, e na gestão deles. Por intermédio das glândulas suprarrenais (medula suprarrenal e córtex suprarrenal), na verdade, secretam as hormonas que vão determinar o nosso comportamento diante do stress e dos medos. A medula suprarrenal vai secretar a adrenalina e a noradrenalina que vão pressupor as nossas reações de fuga ou de luta. A córtex suprarrenal vai, por sua vez, secretar corticóides naturais que vão controlar o nível “inflamatório” da nossa reação, ou seja, a sua intensidade emocional, passional no nível celular.

 

Os males dos rins

Eles nos falam dos nossos medos. Sejam eles profundos e essenciais (a vida, a morte, a sobrevida) ou então os que estão relacionados à mudança. Os problemas renais podem significar que temos dificuldade para romper com hábitos ou velhos esquemas de pensamento ou de crença. Às vezes, essa resistência à mudança se deve seja aos medos, a uma insegurança, ou a uma recusa a se mobilizar, a uma teimosia em relação às nossas crenças profundas que nos recusamos a abandonar, mesmo que tudo pareça nos levar, para não dizer forçar, a essa mudança. Essa cristalização dos velhos esquemas pode chegar a se traduzir por uma cristalização equivalente no nível dos rins (pedras nos rins). Muitas vezes, esses males também estão acompanhados de tensões, até mesmo de dores a nível lombar.

Os sofrimentos renais significam também que vivemos uma situação de medo violenta e visceral (acidente, atentado, etc.) na qual tivemos consciência de sentir a morte, de tê-la visto de perto. Às vezes, em algumas situações, os cabelos (que dependem energeticamente dos rins) chegam até a embranquecer absurdamente.

Enfim, os males dos rins podem exprimir nossa dificuldade para conseguir ou encontrar estabilidade na nossa vida, a encontrar um meio-termo certo entre a atividade, a agressividade e a defesa – que pertencem ao rim esquerdo – e a passividade, a capacidade de ouvir e a fuga – que pertencem ao rim direito. É por isso que essas tensões renais às vezes exprimem a nossa dificuldade para tomar decisões na nossa vida e para fazer, em seguida, o que convém para que aquilo que tenhamos decidido se produza.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O Sistema Urinário

O Sistema Urinário

O Sistema Urinário faz-nos gerar os líquidos orgânicos e a eliminar as toxinas do corpo. É composto pelos rins e pela bexiga. É o sistema que filtra, armazena e elimina as “águas usadas” do nosso organismo, enquanto o intestino grosso evacua as matérias orgânicas. Um elimina o sólido, enquanto o outro elimina o líquido. Esse papel é fundamental pois a água do corpo é um vetor essencial da memória profunda dos indivíduos. Aliás, o Princípio energético da Água está intimamente ligado à memória ancestral. Estamos aí na presença da atividade mais oculta e mais poderosa do corpo humano, aquela da gestão das “águas subterrâneas” e da fertilidade (fecundidade).

Os males do sistema urinário

Eles significam que vivemos tensões no que diz respeito às nossas crenças profundas, aquelas sobre as quais construímos a nossa vida e que representam nossas “fundações”. Eles significam que mostramos medo e resistência diante das eventuais mudanças da nossa vida, que temos medo que as obrigações de mudança nos desestabilizem. Eles nos falam também dos nossos medos profundos, fundamentais, como o medo da morte, da doença grave ou da violência.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

A pele

A pele

É um dos órgãos mais interessantes e mais completos do corpo humano. Na verdade, trata-se do único órgão que está diretamente ligado a todas as funções do corpo e do espírito. Essa capa de mais de 2 metros quadrados envolve todo o nosso corpo e representa um verdadeiro cérebro exposto. Toda a sua superfície é irrigada, e coberta por nervos de forma notável e vem a ser um extraordinário sistema de informações diretamente ligado ao nosso cérebro.

O seu primeiro papel é o da proteção. Ela representa a barreira face ao mundo exterior. Ela nos protege das agressões microbianas e materiais (calor, golpes, sujidade etc.) e aí está a sua função mais conhecida. Podemos nos perguntar por que estou falando da pele ao nível do sistema respiratório. Ela possibilita a ventilação cutânea através da qual auxilia os pulmões no seu papel de assimilação da energia do ar. No entanto, vai além da simples troca gasosa, pois ela recebe e transforma a radiação solar através da sua ação no metabolismo da vitamina D. Graças a mais de 700.000 recetores nervosos, ela nos faz sentir o meio ambiente, seja ele físico (tocar), humano (reações epidérmicas, emotivas etc.) ou térmico (temperatura).

A pele finaliza também uma missão de assistência nada insignificante de todo o sistema de eliminação do corpo. Quando os rins, a bexiga, mas também o intestino grosso e os pulmões estão cansados ou entupidos, é a pele que toma as rédeas e ajuda a eliminar – particularmente através da transpiração, porém também através dos odores, das dermatoses etc. – as toxinas que o organismo não consegue eliminar de outra forma.

Enfim, é interessante saber que a pele e, de entre outras, a “pele dos músculos”, ou seja, o que chamamos de “fáscias”, “memoriza” nossas experiências e nossas emoções. Isso nos faz compreender por que é que o toque e certas técnicas de massagem, com a Prática Taoísta das Energias têm resultados espantosos, especialmente todas as manifestações de ordem psicossomática.

A pele é o órgão mais representativo do corpo no que diz respeito à capacidade de cicatrização. Esse milagre, cuja causa profunda permanece inexplicável, permite que um “organismo” se autorrepare, se reconstrua por si só, e é espantoso, tanto pela sua força como pela sua eficácia. Tudo isso acontece através de um processo que tem uma certa relação com os fenómenos de cancro e nos faz compreender que algumas cicatrizações de traumatismos, que se realizaram dentro de contextos psicológicos difíceis, às vezes terminaram na multiplicação de células cancerosas da área recentemente traumatizada.

O papel social da pele também é fundamental. Ela participa diretamente do tipo e do modo de relação que temos com o mundo à nossa volta. Aliás, quanto mais “assépticas” as sociedades e as culturas se tomam, mais elas se distanciam da vida para privilegiar apenas o intelecto e a aparência, e mais o toque será algo eliminado. Na introdução deste livro, mencionei o homem moderno e o seu tipo de comunicação. É divertido constatar que, hoje em dia, podemos interromper sem constrangimento alguém que está falando. Porém, se por azar tocarmos ou roçarmos nessa mesma pessoa para apanhar algo sobre a sua mesa, então nos desculpamos, como se o toque acidental fosse mais incongruente e incorreto que o fato de interromper a sua fala.

Os males da pele

Os problemas de pele são um sinal das nossas dificuldades de vivência em relação ao mundo exterior. Eczema, psoríase, micose, vitiligo, pústula – são muitas as nossas manifestações diante das agressões, reais ou não, que sentimos vindo do exterior. Elas permitem que possamos ‘justificar’ a dificuldade de contato com esse mundo e, ao mesmo tempo, ajudam na eliminação da tensão sentida. Esses males são tão significativos que se localizam sempre em lugares muito reveladores, atrevo-me a dizer. Vários exemplos me vêm à mente.

O primeiro de entre eles é pessoal. Há alguns meses, tinha ido ao interior visitar os meus pais e guiava por uma estrada que conheço bem. Na entrada de uma aldeia, fui incomodado por um veículo que guiava à minha frente, não cumprindo as regras do código de trânsito e da estrada. Obrigado a travar bruscamente e, naturalmente, descontente com o comportamento alheio, pisquei os faróis para o motorista. Tudo o que consegui foi desagradá-lo e ele achou melhor diminuir a marcha a fim de provar que era “mais forte”. Arrependido da minha reação, que foi inútil de qualquer maneira, resolvi esquecer o assunto. Porém, algumas centenas de metros adiante, como tinha um carro relativamente potente, aproveitei-me de um trecho com quatro pistas para ultrapassar rapidamente o outro motorista. No entanto, este acelerou para impedir a minha ultrapassagem. Como o meu carro era mais potente, consegui ultrapassá-lo apesar de tudo, porém com o custo de uma aceleração muito superior à prevista e, exatamente no fim da pista direita, havia um radar. Logo, fui parado e advertido por excesso de velocidade. É claro que isso provocou uma sensação muito forte de agressão em relação ao mundo exterior e mesmo de injustiça. A partir do dia seguinte, uma placa de herpes se formou no meu peito e em particular sobre o externo, entre o plexo solar (emoções brutas, agressões, medos) e o plexo cardíaco (emoções elaboradas, amor pelo outro e por si, altruísmo etc.). Enquanto não fiz as pazes comigo mesmo, essas placas não pararam de coçar. O meu amigo homeopata, a quem eu havia confiado a história, ajudou-me a fazê-las desaparecer mais rapidamente drenando os meus intestinos, pois eu tinha dificuldade para “romper”, para evacuar o acontecimento (intestino grosso) mas também para assimilar (intestino delgado).

O segundo exemplo no qual pensei é ainda mais impressionante. Uma das minhas alunas de Prática Taoísta, que se chama Christine, sofria de um problema de psoríase desde Maio de 1988. Apesar dos tratamentos que fazia todos os anos em Israel (Mar Morto), ela voltava sistematicamente e parecia estar cada vez mais forte. Essa jovem, fina e elegante, sofria muito com essa situação que a levava a se esconder cada vez mais dela mesma, pois o seu corpo era cada vez mais atingido. A psoríase é uma descamação da pele que se apresenta sob forma de placas avermelhadas que têm a particularidade de aparecer, na maior parte do tempo, nas articulações, cotovelos e joelhos. Podemos ver aí que a tensão vivida está associada a uma dificuldade para ceder, para aceitar o que está acontecendo. Como a pele é o primeiro órgão caracterizado pela troca, parece que as trocas que temos com o mundo exterior nos desagradam. Após algumas sessões de trabalho com as energias, Christine viu a sua psoríase diminuir e depois desaparecer completamente no mês de maio de 1990 (que coincidência que tenha sido novamente em maio…). Ela nunca mais a teve depois disso.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

Os pulmões

Os pulmões

São os órgãos principais da respiração. É neles que se realiza a troca fundamental do oxigénio e do dióxido de carbono, sem a qual não poderíamos viver. Isso passa-se dentro de bolsas minúsculas (temos aproximadamente 300 milhões) chamadas de “sacos alveolares”. Esses sacos são muito bem irrigados por pequenos vasos, os capilares, que permitem que o sangue (glóbulos vermelhos) liberte o dióxido de carbono que contém e que se recarregue de oxigénio para, em seguida, alimentar todas as células. A membrana desses alvéolos é tão fina que permite essa troca. Se pudéssemos estender essa membrana, obteríamos uma superfície de várias centenas de metros quadrados.

Deixo que vocês presumam a fragilidade desse tecido e dos estragos provocados pelo ar poluído que respiramos, mas que nós também provocamos, particularmente através do tabagismo. Os pulmões são, ainda, os únicos orifícios naturais que estão permanentemente abertos para o exterior e que devem estar em condições de se defender e de nos defender constantemente. Existe todo um sistema para representar esse papel. A passagem do ar pelo nariz aquece-o – filtrado em parte pelos pêlos e humidificado pelo muco que aprisiona alguns tipos de poeira antes que ele penetre nos brônquios -, e o muco retém as últimas partículas de poeira, expulsas pela tosse ou por pequenos cílios vibratórios.

Podemos constatar até que ponto esse sistema de proteção e de defesa é elaborado. No sistema digestivo, é todo o processo de “desestruturação” dos alimentos que é sofisticado; é o processo de proteção. Uma última coisa muito interessante merece ser ressaltada. A respiração é a única função orgânica que é automática (não-consciente e não-voluntária), ou seja, gerada pelo sistema nervoso autónomo, e sobre a qual podemos intervir voluntariamente, apoiando-nos no sistema nervoso central. Isso faz com que possamos compreender melhor a razão da eficácia das técnicas respiratórias de relaxamento, pois, na verdade, elas permitem que o “sistema nervoso autónomo se acalme” e, por um processo associado, que as nossas tensões não-conscientes relaxem.

Os males dos pulmões

As fragilidades ou doenças pulmonares expressam a nossa dificuldade para gerar situações com o mundo exterior. O exemplo mais simples é o da baixa da temperatura no início do inverno. As pessoas que não reagem reequilibrando o seu sistema térmico interno vão “apanhar uma constipação”, ou seja, o sistema pulmonar vai estar fragilizado e vai abrir a porta para uma gripe ou para um resfriado, Tosses, asma, anginas, bronquites – são muitos os sinais de que nós percebemos uma solicitação importante vinda do mundo exterior, quando não é uma agressão, que não percebemos, não chegamos a gerar. O sofrimento ou a doença permite que nós a eliminemos. As tosses irritativas nos mostram que essas agressões nos irritam e nos são insuportáveis, fazendo com que reajamos violentamente. As tosses com expetoração são um sinal de que os agentes agressores permanecem prisioneiros dentro de nós. Eles estão presos nas mucosidades acumuladas nos brônquios que devemos segregar em grandes quantidades para conseguir “cuspir os pedaços”, para eliminar o que nos agride e “que se pega” dentro de nós.

Quando adolescente, eu era um menino bastante tímido, apesar de ser bem expansivo (para esconder essa timidez). Magro, apesar de comer bem, tinha os pulmões frágeis e tive mesmo, durante vários anos, uma bronquite crónica que o médico da família tentava eliminar à base de antibióticos. Felizmente, eu morava no campo e as tradições e o bom senso natural dos meus pais fizeram com que a prática terapêutica empregada frequentemente, e aliás a mais eficaz, fosse a das ventosas e a das cataplasmas. Na época, cada contrariedade ou dificuldade que eu atravessava se traduzia, antes de tudo, por acessos de tosse e depois por uma gripe ou uma bronquite. Para melhorar o quadro, eu fumava. Foi apenas com a minha mudança de relação com a vida e com os outros (fim da competição com o mundo) que as minhas fragilidades pulmonares desapareceram e que, como que por acaso, não senti mais “necessidade” de fumar. Hoje em dia, ainda é assim.

Essa ligação entre o que é pulmonar e o relacionamento com os outros se encontra na homeopatia com o uso da preparação que se chama Gelsemium. Sem entrar em detalhes, notemos simplesmente que a Gelsemium é prescrita para pessoas que sofrem de timidez ou de “medo por antecipação” (antes das provas, por exemplo), mas também quando das complicações dos estados gripais e outras afeções pulmonares. Aliás, a Gelsemium não é a única preparação homeopática que faz com que constatemos até que ponto a homeopatia e as energias funcionam no mesmo nível e de acordo com as mesmas leis.

Apesar de ter sido sentida, a vivência da agressão não se manifesta obrigatoriamente. As atmosferas pesadas, “sufocantes”, os ambientes em que não nos sentimos confortáveis solicitam muito das energias do pulmão. Logo, os sofrimentos ou as doenças do sistema pulmonar (nariz, garganta, brônquios etc.) nos falam das situações ou das pessoas que nos deixam pouco à vontade sem, no entanto, nos agredir diretamente. Quantas pessoas me disseram durante a consulta “Eu me sinto sufocada nessa sociedade”, ou então “Eu sinto falta de ar no meio dessa família”. Aliás, foi um asmático o autor dessa última consideração e que conseguiu compreender rapidamente quem “lhe tirava o ar” na sua família.

Para as crianças, as angústias maternas excessivas, as atmosferas familiares pesadas muitas vezes se traduzem por fragilidades pulmonares que, se forem “tratadas” com muita eficácia ou parecerem insuficientes para a criança, podem se transformar em alergias respiratórias ou cutâneas. A criança se “defende” então reagindo, às vezes, violentamente, Asma, eczemas, anginas purulentas – são muitos os “gritos” para exprimir que o que se passa em torno dela não a satisfaz, que ela vive uma situação como se estivesse sendo agredida e que ela precisa de proteção (amor e presença), e não de ser sufocada.

O último significado que pode ser associado a problemas pulmonares é o da tristeza, da melancolia, da aflição, da solidão. A energia do pulmão é responsável por esses sentimentos que o esgotam quando são em excesso. O excesso ou o fato de cultivar a tristeza para sustentar a lembrança de alguma coisa ou de alguém pode se manifestar através de uma fragilidade dos pulmões. É interessante lembrar que a grande época do romantismo piegas (Chateaubriand, Goethe, J.-J. Rousseau, Chopin etc.) foi também a “grande época” da tuberculose.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul

O Sistema Respiratório

O Sistema Respiratório

Ele faz com que nós respiremos, assim como indica o seu nome. Graças a ele, podemos assimilar particularmente a energia do ar. No entanto, ele é muito mais elaborado do que imaginamos e não serve somente para que se respire o ar ambiente. Ele compreende os pulmões, é claro, mas também a pele e todas as células do corpo. Na verdade, existem dois níveis respiratórios distintos, a respiração dita “externa” e a respiração dita “interna”. A respiração externa é aquela que conhecemos, ou seja, a ventilação pulmonar. Porém também existe uma ventilação externa dita “cutânea”. A nossa pele tem um papel importante na nossa respiração. Essa respiração externa é aquela das trocas gasosas articuladas em torno do oxigénio e do dióxido de carbono no aparelho respiratório. A respiração interna é uma respiração que se dá ao nível celular, em que as trocas intercelulares se fazem diretamente. As células realizam, por si só, certas trocas gasosas que não se devem à comtribuição clássica feita pelo sangue. O mesmo processo existe no nível energético.

Órgão ligado ao sistema respiratório, a pele também faz o papel de proteção do corpo perante o mundo exterior. Capa flexível porém eficaz, protege o corpo da maioria das agressões, seja as que se devem aos agentes ativos (micróbios, vírus, insetos etc.) ou aos agentes passivos (poeira, temperatura, chuva etc.). Recetora essencial, tem um papel preponderante na gestão protetora dos estímulos e das solicitações externas e na cicatrização das eventuais feridas.

Os males do sistema respiratório

O sistema respiratório pertence ao Princípio do Metal, em que uma das funções principais é a proteção em relação ao mundo exterior. Essa proteção se exerce por dois motivos: pela filtragem da poeira e das trocas gasosas (rejeição do dióxido de carbono) e pela capacidade de responder, de reagir às “agressões” ambientais. Outra das suas funções essenciais é a da cicatrização das feridas.

Os problemas do sistema respiratório nos falam da nossa dificuldade para nos proteger perante o mundo exterior, para encontrar reações adaptadas diante das agressões eventuais, reais ou imaginárias, desse mundo. Eles também podem significar que não conseguimos ou não queremos fechar certas feridas da nossa vida e, dessa forma, nos falam das nossas eventuais tristezas, ressentimentos ou rancores, da nossa dificuldade ou da nossa recusa em esquecer, em perdoar, até mesmo do nosso desejo de acertar as contas ou, pior ainda, de vingança.

Do Livro Diga-me onde dói e eu te direi por quê de Michael Odoul