Doença de Huntington e Resveratrol
Doença de Huntington e Resveratrol
A doença de Huntington é uma doença hereditária autossómica dominante e é uma das nove doenças de poliglutaminas, sendo a mais frequente entre elas. Entre os sintomas encontra-se disfunção cognitiva, alteração da personalidade e perda da coordenação e função motora.
Esta doença é causada por uma mutação que leva à repetição do trinucleótido CAG no gene que codifica a proteína
huntingtina, conduzindo ao aumento do número de resíduos de glutamina na região amino terminal (N-terminal) desta proteína. Esta mutação irá alterar a conformação da proteína huntingtina, resultando numa agregação anormal desta e, por último, na morte neuronal.
As sirtuínas têm sido investigadas como alvo terapêutico no atraso da progressão desta doença de Huntington em culturas celulares e modelos animais. Estudos em modelos nematóides e em culturas de neurónios primários possuindo a huntingtina mutante demonstraram que tanto o tratamento com resveratrol como a sobre-expressão de SIRT1 possuem efeitos neuroprotetores sobre a lesão induzida pela citotoxicidade da poliglutamina.
Num modelo de doença de Huntington em murganhos, quimicamente induzida por ácido 3-nitropropiónico, os deficits motores e cognitivos provocados melhoraram através do tratamento oral com resveratrol.
A sobre-expressão de SIRT1 e o tratamento com resveratrol demonstraram também proteger contra a toxicidade em células HEK293T transfectadas com poliglutaminas. Os autores propuseram que a SIRT1 e o resveratrol exerceram os seus efeitos através da deacetilação de Ku70, uma proteína multifuncional envolvida na reparação do DNA e sobrevivência celular.
Por último, estudos em modelos da doença de Huntington em Drosophila, mostraram que o resveratrol consegue reduzir o impacto da proteína huntingtina mutante através do aumento da fosforilação da cinase reguladora de sinal Ras extracelular (ERK), ativando-a e promovendo assim a neuroprotecção.
Fonte: RESVERATROL: DO LABORATÓRIO À CLÍNICA, Ana Margarida Carmo Viola, Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, 2016
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