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OS EXCITANTES

OS EXCITANTES

Para além dos alimentos propriamente ditos, consumimos regular­mente produtos que, erradamente, temos na categoria de alimentos. Trata-se de excitantes como o café, o chá, o cacau, a cola e o álcool. O tabaco é também um excitante corrente, mas não alimentício.

Os excitantes praticamente não proporcionam ao organismo ne­nhuma substância nutritiva. No entanto,são consumidos em larga escala por darem a ilusão de proporcionarem energia.

Devido aos nossos hábitos de vida antinaturais (stress, falta de sono… ), estamos sempre cansados e, por conseguinte, procuramos continuamente estimularmo-nos com a ajuda de excitantes. Na realidade,a energia que sentimos ao tomar um excitante não é proporcio­nada pelo excitante em si, mas extraída das reservas do nosso corpo. Efectivamente, todos os excitantes contêm numerosos venenos. Com o propósito de preservar o organismo, a força vital desencadeia uma reacção defensiva acelerando todos os metabolismos, para neutralizar, decompor e eliminar esses venenos.

stress

Esta aceleração do organismo é sentida como um aumento de força quando, na realidade, o corpo se esgota reagindo contra os sucessivos envenenamentos. Então, produz-se um verdadeiro círculo vicioso: quanto mais se estimula o corpo com excitantes, mais ele se cansa e, quanto mais cansado, maior a necessidade de se estimular.

No momento de qualquer esforço, existe um desgaste dos tecidos e uma produção de resíduos pela decomposição do carburante utili­zado pelas células. As toxinas do cansaço, acumulando-se nos tecidos, podem sobrecarregar perigosamente o terreno, sobretudo se o esforço se prolongar exageradamente. O cansaço é o sinal que nos é dado para que interrompamos os nossos esforços, com o fim de permitir a eli­minação dessas toxinas.

Se esse tempo de depuração que representa o descanso não for respeitado, e se, graças aos excitantes, se extraem novas forças das reservas, possibilitando a continuação dos esforços, então produzir-se­-ão novas toxinas. Estas vão juntar-se às que se acumularam anteriormente e que haviam criado a necessidade do excitante. Quando não se concede ao organismo o repouso necessário, ele intoxica-se cada vez mais com as suas próprias toxinas.

A esta intoxicação endógena pelas toxinas da fadiga junta-se a intoxicação por parte dos venenos contidos nos próprios excitantes.

café, o chá, o cacau e a cola

As bebidas feitas à base de café, chá, cacau ou cola contêm, em proporções variáveis, um ou vários dos seguintes alcalóides: cafeína, teofilina e teobromina. Estas três substâncias são solúveis na água e nas gorduras. Por conseguinte, podem penetrar em qualquer tecido: a membrana protectora da célula, cuja natureza é gordurosa, não pode funcionar como filtro face a esses venenos. A intoxicação com estes três alcalóides é, pois, susceptível de chegar às profundezas dos teci­dos melhor protegidos, como os dos nervos e os do cérebro.

Mas os danos causados por estas bebidas não ficam por aqui. Elas originam, também, uma ingestão de alcatrões e ácido oxálico, as quais não podemos desprezar. Além disso, a purina, substância que, uma vez decomposta, produz ácido úrico, está contida nestas bebidas em percentagem muito elevada. Cem gramas de chá seco fornecem ao organismo tanto ácido úrico como 600 litros de leite.

 

As bebidas alcoólicas

Os danos do álcool são sobejamente conhecidos por todos, mas, como estamos demasiado habituados a ouvir falar deles, não lhes prestamos já a devida atenção. A frase habitual é: “Um pouco de álcool não vai fazer mal nenhum.” Contudo, o consumo diário de 3 decilitros de vinho de 12 graus equivale a uma ingestão de 15 litros de álcool puro por ano; o consumo de 1 litro de vinho de 10 graus corresponde à ingestão de 100 gramas de álcool puro. O álcool não é um alimento; muito pelo contrário, trata-se de um veneno que esgota o fígado e irrita e endurece os tecidos.

tabaco

Conquanto se repita com frequência que a nicotina, o óxido de carbono, o cádmio, o 3-4 benzopireno, etc., inalados pelo fumador a cada cigarro, ou por aqueles que o rodeiam, são venenos violentos, e apesar de todos os anúncios relativos à intoxicação pelo tabaco, pou­cas pessoas, proporcionalmente, levam a sério estas advertências. Efectivamente, existe à nossa volta um grande número de pessoas que parecem sobreviver a este envenenamento, apesar da ingestão de doses de tabaco superiores às que se consideram como mortais.

Não obstante, devemos precisar que essas doses são mortais quan­do se encontram no sangue. Graças aos incessantes esforços da força vital, os venenos do tabaco, assim como todos os produtos tóxicos, sejam quais forem, são rapidamente extraídos do sangue para serem eliminados pelos órgãos excretores, caso estes tenham um funciona­mento normal, ou repelidos para as profundezas dos tecidos. Face a uma intoxicação diária, os órgãos excretores são, com toda a certeza, rapidamente superados e os venenos passam do sangue aos tecidos, o que salva o intoxicado, por conservar o seu sangue dentro dos padrões normais compatíveis com a vida.

  O facto de o fumador se salvar provisoriamente de uma morte rápida não quer dizer que não esteja submetido a um lento envene­namento que provocará, ao longo da sua existência, múltiplos trans­tornos que acabarão por conduzi-lo a uma morte lenta, pela degrada­ção profunda do terreno.

PS. Ao tomarmos um excitante, o aumento de energia que sentimos na realidade nada mais é do que uma reacção defensiva do organismo.

Texto pertencente ao livro COMPREENDER AS DOENÇAS GRAVES

De CHRISTOPHER VASEY

Fonte: http://solucaoperfeita.com/os-excitantes/

OS VENENOS QUÍMICOS

Os aditivos alimentares

OS VENENOS QUÍMICOS

 

Há já umas dezenas de anos que o ser humano consome e se envenena com enormes quantidades de substâncias químicas (venenos) que se encontram misturadas nos alimentos que ingere. Trata-se de uma importante fonte de contaminação do meio humoral.Estas substâncias químicas provêm de várias fontes, como a seguir enumeramos:

 

– Os aditivos alimentares:

Pretendem melhorar a conservação e a apresentação dos produtos alimentares. São os agentes conservadores, os estabilizadores, os antioxidantes, os corantes, os potenciadores de sabor, etc. Alguns são perfeitamente inócuos, como, por exemplo, o sumo de beterraba uti­lizado para colorir de vermelho os iogurtes de frutas, mas outros estão catalogados como venenos fortes. Existem vários milhares de substâncias utilizadas como aditivos. Ainda que cada uma delas se encontre apenas em pequenas quantidades nos vários alimentos, foi calculado que representam, apesar de tudo, um consumo anual de vários quilos de aditivos por pessoa.

Os produtos para tratar as verduras

– Os produtos para tratar as verduras:

As substâncias químicas com as quais se adubam as plantas, assim como aquelas que se utilizam para as proteger (insecticidas, fungicidas, pesticidas, herbicidas… 20 a 30 tratamentos antes de serem colhidas), impregnam os tecidos dos legumes e penetram no nosso organismo ao mesmo tempo que os alimentos.

Os produtos para tratar os animais

– Os produtos para tratar os animais:

Todos os medicamentos administrados aos animais por razões de ordem médica (antibióticos, vacinas, etc.) ou para proporcionar a sua engorda (hormonas, alimentos especiais, etc.) impregnam, mais ou menos profundamente, as suas carnes e os seus derivados (ovos, leite, produtos lácteos, etc.) e, finalmente, ao serem ingeridos, fixam-se nos tecidos do consumidor.

– Os produtos da poluição:

Contaminando o ar, a água ou o solo, procedem dos fumos das fábricas, dos gases dos escapes dos veículos, do fumo dos aquecimen­tos, das águas residuais das residências ou das indústrias… e entram no nosso organismo.

Os medicamentos

– Os medicamentos:

A maior parte dos medicamentos produzidos pela indústria farma­cêutica são substâncias de síntese ou substâncias químicas perigosas. Lendo os prospectos que acompanham estes remédios, onde se men­cionam as contra-indicações e os efeitos secundários, facilmente nos convenceremos desta verdade. O seu carácter perigoso fica igualmente demonstrado pelo facto de, com frequência, serem retirados do mer­cado bruscamente, quando os seus efeitos nocivos se revelaram de modo inesperado. Tão-pouco devemos esquecer-nos das doenças iatrogénicas de que falámos anteriormente em outros artigos.

Os produtos de limpeza

– Os produtos de limpeza:

Algumas substâncias contidas nas lixívias e produtos de limpeza em geral, nos champôs, nas tintas para pintar os cabelos, etc., são tóxicas. A toxicidade poderá não ser demasiado elevada, mas a sua utilização regular torna-se perigosa.

O uso de todas estas substâncias químicas é controlado pelos or­ganismos oficiais que estabelecem a percentagem admissível para cada uma delas. Contra todas as previsões, os produtos tóxicos ou cancerígenos não estão necessariamente excluídos, mas as quantida­des utilizadas estão regulamentadas com o propósito de que apenas se utilizem doses muito pequenas. Estas pequenas doses situam-se cla­ramente abaixo das doses letais e, inclusivamente com o seu uso habitual, jamais deveriam superar as quantidades compatíveis com a vida.

Poderíamos tranquilizar-nos, dizendo para nós próprios que os peritos devem saber se o organismo suporta ou não essas substâncias, e em que quantidades. Mas muitos factos e experiências demonstram que os peritos não possuem esse conhecimento e que o corpo humano tem muita dificuldade em suportar esse envenenamento químico ofi­cialmente autorizado.

A utilização em grande escala de aditivos e medicamentos químicos, que remonta apenas a algumas dezenas de anos, não nos dá ainda uma perspectiva suficientemente boa para uma análise dos efeitos da sua utilização a longo prazo. As repercussões de uma intoxicação nem sempre são visíveis de imediato: o cancro causado pelo tabaco, muitas vezes, só se declara após trinta ou quarenta anos de consumo.

Além disso, foi demonstrado por várias experiências que o apare­cimento de células cancerígenas é tanto mais rápido quanto maior for a dose da substância cancerígena, o que é de esperar, mas, também, que a dose total necessária para fazer aparecer o tumor é praticamente constante. Por outras palavras, que nas ingestões de substâncias cancerígenas, quer sejam constantes ou muito espaçadas, não é a quantidade contida no corpo num dado momento que importa, mas sim a quantidade total que circulou no organismo. Os efeitos de cada dose ingerida somam-se, pois, ao longo da vida, sem nenhuma perda.

Quando se atinge o nível crítico, o efeito das pequenas doses tomadas durante largos períodos é tão desastroso como se tivessem sido toma­das de uma só vez.

Outro ponto preocupante: se conhecemos mal o efeito de cada aditivo considerado separadamente, muito maior será o nosso desco­nhecimento do que ocorre quando as várias substâncias se combinam entre si no interior dos nossos tecidos, dando lugar a novos compostos totalmente desconhecidos e, talvez, muito tóxicos.

Nos nossos dias, a multiplicação das doenças graves está directa­mente relacionada com este envenenamento químico discreto e insi­dioso, do qual o homem é o único responsável.

As repercussões de uma intoxicação nem sempre são visíveis de imediato.

Do livro

 COMPREENDER AS DOENÇAS GRAVES

De CHRISTOPHER VASEY

Fonte: http://solucaoperfeita.com/os-venenos-quimicos/

Os Órgãos Excretores

AS MÁS EVACUAÇÕES

Os Órgãos Excretores

O nosso corpo está dotado de cinco órgãos encarregues de filtrar sangue, libertá-lo de todos os resíduos resultantes dos metabolismos e expulsá-los para o exterior. Estes cinco órgãos excretores, também ­chamados eliminadores, são o fígado, os intestinos, os rins, a pele e as vias respiratórias.

Quando funcionam correctamente, são capazes de eliminar todos os resíduos originados por um modo de vida normal. Quando se cometem erros, a pureza humoral pode defender-se durante algum tempo, dado que a força vital intensifica o trabalho de filtragem e, eliminação dos órgãos excretores. Mas este aumento de trabalho não se prolonga indefinidamente. Mais tarde ou mais cedo, os órgãos  excretores esgotam-se e diminuem a sua actividade. Se continuar, o esgotamento pelo cansaço excessivo, acabarão por se lesionar, tor­nando-se incapazes de recobrar um funcionamento normal.

Deve proceder-se a uma correcção rápida de todos os erros que originam uma ingestão excessiva de toxinas; caso contrário, os órgãos excretores estragam-se, levando ao acumular de toxinas no corpo.

Alguns números permitir-nos-ão tomar consciência da velocidade com que o organismo pode saturar-se de resíduos. Os rins eliminam, normalmente, de 25 a 30 gramas de ureia em 24 horas. Se apenas eliminarem 20, isso representará uma retenção de 5 gramas num dia, ou seja, 150 gramas por mês. Se, em vez de eliminar 12 gramas de sal (NaCl) em 24 horas, os rins eliminarem apenas 10, isso represen­tará uma retenção de 60 gramas por mês.

Naturalmente, estes números não representam exactamente a rea­lidade, pois os resíduos que um órgão excretor não consegue eliminar podem ser eliminados por outro, sempre que a capacidade deste não se encontre também ultrapassada. Mas estes números podem tornar­-nos mais conscientes da quantidade de resíduos que se poderão acumu­lar e deteriorar o terreno se não nos preocuparmos com as nossas vias eliminatórias.

Quais são, pois, os critérios do bom funcionamento dos nossos cinco órgãos excretores?

 

O Fígado

O fígado filtra o sangue e, através da bílis, expulsa os resíduos.

   A bílis tem uma função excretora, mas a sua função principal é a digestiva, uma vez que faz a emulsão das gorduras, etapa importante do processo digestivo.

A insuficiência biliar manifesta-se em geral como uma dificuldade de digerir, apresentando-se sob a forma de dores, náuseas, fermenta­ções, ventre inchado, língua suja, mau hálito, enxaquecas após as refeições, rejeição e impossibilidade de digerir alimentos gordos como os ovos, os fritos, os molhos gordos e os doces.

A consistência e a cor das fezes são, também, reveladoras. Quando falta a bílis, a pessoa encontra-se, geralmente, obstipada, tem fezes duras, secas, como “caganitas de cabra”. A cor amarelo pardo das fezes deve-se à presença de pigmentos biliares; a pele e os olhos podem tomar-se amarelos quando a bílis não é bem eliminada e quando, retidos no fígado, os pigmentos passam para o sangue.

Citemos, também, outros sintomas reveladores: a pele gorda, a propensão para as espinhas, a tendência para os catarros das vias respiratórias.

Mesmo que não padeçamos ainda dos transtornos mencionados, poderá acontecer que o nosso fígado esteja em vésperas de se tomar deficiente, pois todo o nosso modo de vida antinatural não deixa de contribuir para isso (sobrealimentação global ou específica, envene­namento químico, vacinas … ).

Os Intestinos

Quando os intestinos funcionam correctamente, esvaziam-se uma ou duas vezes por dia, não necessariamente a uma hora fixa, as fezes são bem expulsas, saindo com facilidade e não possuem um odor muito forte. Após a passagem pela casa de banho, a pessoa deverá sempre sentir que os seus intestinos ficaram vazios.

Mas quantas pessoas há que só conseguem evacuar a cada dois ou três dias, se não menos, têm fezes duras e secas oupelo contrário, completamente desfeitas e nauseabundas? Estas pessoas costumam evacuar com muita dificuldade e têm a impressão de que nunca es­vaziam o intestino por completo.

Esta impressão está totalmente certa: as matérias acumulam-se, distendem e deformam os intestinos e, ao fermentarem e apodrecerem, agridem as mucosas intestinais que, deste modo, se tornam porosas. Em vez de serem evacuados, os resíduos são reabsorvidos pelas mucosas feridas e, através do sangue, são distribuídos por todo o organismo.

Os Rins

Os rins excretam os resíduos que filtram do sangue, diluindo-os em água. As quantidades e características da urina informam-nos, pois, sobre o estado de funcionamento do aparelho excretor renal. Normal­mente, deveriam eliminar-se diariamente 1,3 litros de urina, em média, o que representa cinco a seis micções por dia. Quando a urina está carregada de resíduos, possui uma coloração amarela dourada e possui um cheiro característico.

Quando as quantidades de urina são inferiores às normais, se a pessoa urina apenas duas ou três vezes por dia, ou se a urina é tão clara que parece água, estaremos perante uma insuficiência renal. Neste caso, os rins eliminam os líquidos mas não estão a eliminar suficientemente os resíduos, pelo menos não na quantidade necessária para colorir de amarelo a urina. Esta observação sobre a cor logicamente que não é válida para as pessoas que bebem mais do que os neces­sários dois ou três litros de água por dia, o que produz o efeito de diluir a urina e fazê-la perder a sua cor.

A pele

Com as glândulas sebáceas que segregam o sebo e as glândulas sudoríparas que segregam o suor, a pele dispõe de um duplo sistema de eliminação. Estas glândulas distintas são muito pequenas, mas muito numerosas. Por conseguinte, podem eliminar avultadas quanti­dades de resíduos. Durante os estados febris, por exemplo, a pele pode transpirar litros de suor carregados de ureia, de ácido úrico e de sal.

Uma pele que funciona bem transpira nos momentos em que se desenvolvem esforços, ou nas subidas de temperatura. Uma pessoa que nunca transpira, ou que só transpira de modo muito localizado, tem o sistema excretor fechado; assim, devido ao seu trabalho insu­ficiente, vai obrigar os outros a trabalharem demais.

Outros sinais de mau funcionamento são: pele demasiado seca ou, pelo contrário, demasiado oleosa e, ainda, a presença de espinhas.

O surgimento de uma espinha ou de um eczema é, certamente, uma reacção defensiva de eliminação, mas é também um sintoma de que as evacuações se fazem mal, uma vez que os resíduos ficam retidos no órgão excretor.

As vias respiratórias

Os resíduos eliminados pelas vias respiratórias deveriam ser, prin­cipalmente, de natureza gasosa: gás carbónico, vapor de água… Os resíduos sólidos deveriam ser bastante raros e constituídos, sobretudo, pelo pó inspirado e retido nos filtros da parte superior das vias respiratórias. Por conseguinte, não é normal ver alguém assoar-se cons­tantemente, tossir ou expectorar. A propensão para sofrer de catarros das vias respiratórias, sejam quais forem os seus aspectos (constipa­ção, sinusite, bronquite… ) é um sinal de contaminação do terreno e de cansaço pelo excesso da actividade dos órgãos excretores.

A inspiração e a expiração do ar deveriam fazer-se normalmente em profundidade e adaptar-se com facilidade a todas as mudanças de ritmo devidas aos esforços mais intensos. Aquele que se cansa com demasiada facilidade, mesmo com ligeiros esforços, que tem frequen­tes faltas de ar ou que necessita de expectorar frequentemente os resíduos coloidais, demonstra que as trocas gasosas se realizam mal e que o excretor pulmonar se encontra sobrecarregado.

O trabalho dos cinco órgãos excretores não consiste apenas na expulsão dos resíduos para fora do organismo. Em primeiro lugar, devem filtrar e extrair essas matérias do sangue e, em seguida, prepará­-las para que abandonem facilmente o organismo, sem danificar os tecidos.

Cada órgão excretor filtra e elimina resíduos específicos. Quando um deles não consegue eliminar todas as matérias que se lhe apresen­tam, é substituído por outro órgão excretor que o alivia do seu traba­lho. Por exemplo, os resíduos coloidais que o filtro hepático não é capaz de filtrar podem ser expulsos através do suor.

 

Existe, pois, um sistema de ajuda mútua entre os órgãos excretores que permite salvaguardar a pureza humoral, assegurando as evacua­ções indispensáveis. É evidente que este sistema só funciona quando os órgãos excretores de socorro não se encontram sobrecarregados. Quando ocorre esta situação, produz-se uma obstrução rápida e pro­funda do corpo.

A deficiência de um órgão excretor não conduz, pois, directamen­te às enfermidades graves. Mas a insuficiência crónica de um ou vários órgãos excretores certamente que conduzirá a elas, devido à saturação progressiva do terreno pelos resíduos. Os doentes graves são todos “evacuadores deficientes”.

Do livro Compreender as Doenças Graves

CRISTOPHER  VASEY

Editora Estampa

fonte: http://solucaoperfeita.com/as-mas-evacuacoes/

A causa da crise – Compreender as Doenças Graves

ATITUDES PSÍQUICAS NEGATIVAS

AS ATITUDES PSÍQUICAS NEGATIVAS

 A CAUSA DA CRISE

Por experiência, todas as pessoas experimentaram já a influência que a atitude psíquica exerce sobre o funcionamento do organismo. O simples estado de nervos que antecede os exames é suficiente para produzir alterações: não temos vontade de comer, transpiramos, o coração bate mais rapidamente, as mãos tremem, os intestinos alte­ram-se e a vontade de urinar é anormalmente insistente… Um proble­ma que surja a meio de uma refeição poderá ser motivo de indigestão para um comensal irritado. Além disso, as mágoas podem tirar o apetite, as preocupações impedem-nos de dormir…

Quem não conhece pessoas com padecimentos hepáticos que, ao menor problema, sofrem uma crise de fígado, ou asmáticos que, a cada contrariedade, têm um acesso de asma? Quem não ouviu já falar nos “doentes da segunda-feira”, estudantes ou adultos que, com o temor de enfrentarem uma nova semana, adoecem à segunda-feira de manhã?

Se os episódios da nossa vida psíquica, limitados no tempo, como os que acabamos de citar, podem transformar momentaneamente as várias funções orgânicas, podemos imaginar quão mais profundos serão os desajustes produzidos numa pessoa que se angustia continuamente por tudo, cujas ideias são sempre negativas, que se deprime e tem medo de adoecer gravemente, que se impacienta com os seus familiares, que agride os vizinhos e disparata por nada.

Seria falso pensar que nada se pode fazer e acreditar que somos apenas vítimas dos acontecimentos. Efectivamente, o principal não é tanto a situação que vivemos, mas a nossa atitude frente a ela. Algu­mas pessoas aborrecem-se por coisas insignificantes, enquanto outras são capazes de conservar a calma, inclusive em situações de grande tensão.

Duas pessoas que vivem juntas uma mesma situação, em que ambas se encontram envolvidas da mesma maneira (por exemplo, no mo­mento de um falecimento), podem reagir de forma bastante diferente uma da outra: uma estará completamente abatida e decairá lenta­mente, enquanto a outra, profundamente abalada, se refará e, cheia de força, dará um novo sentido à sua vida.

A prevalência da nossa atitude e dos nossos pensamentos sobre os acontecimentos também se revela através do facto de que basta imaginar uma situação desagradável para que o funcionamento orgâ­nico se altere. O simples pensamento, com semanas de antecipação, dos exames que se aproximam, pode originar angústias imediatas e comprimir o estômago. Os pensamentos de agressividade e de ódio são capazes de modificar o ritmo respiratório e criar um estado de tensão, mesmo que a pessoa contra quem se dirige a agressividade esteja ausente. Mas também a alegria provocada por uma visita que aguardamos pode modificar todo o estado geral de um paciente.

A influência dos pensamentos é tal que, até certo ponto, podemos dizer que a vida e a morte dependem deles. O apego à vida que se verifica em alguns doentes ou acidentados graves é capaz de fazê-los ultrapassar situações absolutamente desesperadas. Em contrapartida, doentes e feridos que se “abandonam”, que “deixam passar”, acabam, às vezes, por morrer vítimas de transtornos totalmente ao alcance dos métodos terapêuticas.

O facto de a nossa atitude como doente poder influir até este ponto no resultado de uma doença, inclusive numa enfermidade grave, indica claramente que podemos facilmente desinteressarmo-nos do aspecto psíquico da questão, como se este fosse um ponto secundário, e concentrarmo-nos apenas nos aspectos materiais e físicos da doença. O psiquismo exerce uma influência permanente sobre o físico e, assim como uma atitude negativa pode aumentar a gravidade dos transtornos ou dificultar os tratamentos, uma atitude positiva pode, também, ser condição para se obterem melhoras.

Como se degrada o terreno, especialmente quando a nossa atitude psíquica é negativa?

Tanto os nossos pensamentos, como os sentimentos que geram modificam o equilíbrio normal dos nossos órgãos, através do sistema nervoso simpático e das secreções das glândulas endócrinas.

O sistema nervoso simpático, também designado por sistema neurovegetativo, actua sobre os órgãos, retardando ou acelerando o seu trabalho. Desta forma, adapta a todo o momento a sua actividade às necessidades da vida quotidiana, que estão em contínua modifica­ção) for exemplo, quando devemos enfrentar um perigo, as funções digestivas inibem-se, uma vez que não contribuem para a nossa de­fesa.

Quando o perigo tiver passado, as funções circulatórias e respira­tórias retardam-se e estimulam-se as funções digestivas, para que a digestão interrompida possa continuar.

Quando, devido a uma atitude errada, uma pessoa se coloca sob um estado de tensão constante, as suas funções digestivas, para tomarmos o exemplo anterior, encontram-se num estado crónico de indigestão, com o qual se produzem numerosos resíduos e toxinas que originarão a degradação do terreno.

Consoante as respostas do sistema simpático às diversas solicita­ções, outras modificações poderão produzir-se: as evacuações poderão realizar-se mal, se os excretores estiverem permanentemente inibidos; ou poderão ocorrer oxidações, se for o sistema respiratório aquele que estiver reprimido, etc.

As glândulas endócrinas – tiróide, supra-renais, etc. – desajustam­-se do mesmo modo que o sistema nervoso simpático. Por exemplo, o medo estimula a secreção de adrenalina pelas glândulas supra-renais, e uma agitação e uma irritação constantes aceleram o funcionamento da tiróide. Assim, temos que as secreções hormonais influen­ciam o funcionamento dos órgãos, daí derivando, também, as más digestões ou evacuações, uma diminuição das trocas ou da circulação que provocarão a degradação do meio humoral.

A influência da nossa vida psíquica sobre a saúde física, por muito discreta que seja, é, no entanto, fundamental. Se desejamos obter uma cura autêntica, o aspecto psíquico, ainda mais que os outros factores de risco que nos forçam a modificar o nosso modo de vida, exige de nós uma transformação profunda.

A influência dos pensamentos é tal que, até certo ponto, deles dependem a vida e a morte.

 

Do livro Compreender as Doenças Graves

CRISTOPHER  VASEY

Editora Estampa

Fonte: http://solucaoperfeita.com/a-causa-da-crise/

 

A SIDA

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A SIDA 

SIDA é a designação abreviada de Síndroma de Imunodeficiência Adquirida. Como o seu nome indica, esta doença caracteriza-se por uma deficiência do sistema imunológico que não é hereditária, mas sim adquirida no transcurso da vida do doente. Para que se compre­enda bem o que é a SIDA, é necessário, antes de mais nada, possuir­-se um conceito claro do sistema imunológico e da sua forma de acção.

 

A Imunidade

 

O sistema imunológico é constituído pelo conjunto de procedimen­tos de defesa que o organismo possui para se proteger dos perigos que o ameaçam. O organismo é, pois, capaz de reconhecer o que é alheio àsua organização interna.

Graças ao seu sistema de defesa, também é capaz de destruir e eliminar os elementos perturbadores, quer provenham do exterior (germes infecciosos, substâncias tóxicas…) quer provenham do inte­rior (células anormais: cancerosas ou habitadas por vírus).

A imunidade é o estado de um organismo protegido de todas as consequências doentias provocadas pelas agressões microbianas, não porque essas agressões não se produzam, mas sim porque é capaz de triunfar facilmente sobre as infecções que provocam.

Em oposição ao estado de imunidade encontra-se aquele em que o organismo, quando se encontra infectado ou envenenado, não reage para se defender. Significa que está em estado receptivo. Este estado não pode prolongar-se por muito tempo, pois se um organismo não consegue triunfar sobre os seus agressores, eles triunfarão sobre ele e destruí-Io-ão. O resultado do combate é sempre a morte, quer seja do agredido (o organismo) quer seja dos agressores (os micróbios).

 

A Periculosidade dos Micróbios

 

A ideia mais difundida é que o micróbio, e não o terreno, é a causa principal de todas as doenças. A noção de micróbio e o carácter nefasto dos germes infecciosos no organismo não se consegue com­preender claramente.

Por assim dizer, os micróbios vivem em todo o lado. Povoam tanto o ambiente que nos rodeia (as nossas casas, o ar que respiramos, os alimentos que comemos) como o “ambiente interior”, ou seja, as mucosas e as cavidades ocas dos nossos órgãos.

Os maiores micróbios pertencentes ao reino animal são, por exem­plo, a ameba da disenteria ou o parasita do paludismo. Os micróbios vegetais tanto podem ser fungos microscópicos (bolores ou fermen­tos) como algas (bactérias ou bacilos, como o estreptococo da escar­latina e o bacilo da difteria).

Os vírus são micróbios de origem mineral. São os mais pequenos. Encontram-se presentes na poliomielite, no sarampo, na papeira, na varicela, na gripe, na meningite, no herpes, na hepatite B, na raiva…

A acção dos microrganismos não é sistematicamente má, como geralmente se pensa. Se todos os micróbios fossem perigosos, o ser humano há muito teria desaparecido da face da Terra. Na verdade, alguns microrganismos têm até uma actividade benéfica, como os que formam a nossa flora intestinal, indispensável ao desenvolvimento correcto dos processos digestivos. Há outro tipo de micróbios desig­nados como neutros, como, por exemplo, os micróbios da pele. O organismo tolera-os, sem tirar deles qualquer proveito, mas também sem sofrer pela sua presença. Ao contrário, quando os micróbios patogénicos que constituem a terceira categoria de microrganismos se encontram no interior do corpo, exploram os recursos deste, passando a viver à sua custa sem nada lhe oferecer em troca.

Por outro lado e nesta situação, tudo quanto constitua um benefício para os micróbios representa, para o hospedeiro, perdas e prejuízos que podem tornar-se importantes até ao ponto de fazer perigar a sua vida.É evidente que o sistema imunológico começa a funcionar ante a presença desta terceira categoria de microrganismos. O organismo reclama procedimentos de defesa para poder libertar-se deles. Então, perguntamos, em que é exactamente nociva a acção de um germe infeccioso?

Por si só, a acção de um micróbio que penetra no nosso organismo seria desprezível; o que se passa é que ele não permanece sozinho por muito tempo, uma vez que se multiplica rapidamente.

Logo, os tecidos sentem-se rapidamente invadidos por uma multidão de micróbios semelhantes, cuja acção nefasta aumentará de forma proporcional ao número de micróbios presentes.

Para poderem viver, sugam dos líquidos orgânicos as substâncias nutritivas de que necessitam e expulsam para o exterior os resíduos. Ora, esse exterior para onde expulsam os seus próprios detritos é nem mais nem menos que o interior do nosso organismo.

Algumas destas substâncias, sem serem tóxicas, podem, no entan­to, agir de forma nefasta. Frequentemente, digerem vários constituin­tes dos tecidos que os rodeiam, o que facilita a sua penetração e difusão pelos tecidos vizinhos.

Mas o problema provém, sobretudo, das lesões orgânicas que daqui derivam, principalmente se têm lugar nos órgãos nobres, como o cérebro ou o coração. Além disso, essas substâncias não tóxicas po­dem perturbar o metabolismo do tecido hospedeiro e desviá-lo para uma direcção anormal e perigosa. Por exemplo: o metabolismo desviado da glicose conduz à gangrena.

Os produtos tóxicos segregados pelos micróbios possuem uma acção ainda mais nefasta. As toxinas, ao envenenarem qualquer órgão, perturbam o seu funcionamento (paralisia nervosa da poliomielite, contracção muscular mortal no caso do tétano) ou destroem tecidos celulares inteiros, causando lesões ulceradas da pele e das mucosas, etc. Para além do mais, a destruição rápida de um grande número de células produz uma grande quantidade de resíduos e substâncias tó­xicas que terão também, por sua vez, uma acção intoxicante sobre o organismo.

Em suma, os efeitos nefastos de uma infecção microbiana são o envenenamento do corpo e a destruição dos tecidos.

 

Defesas do Organismo ou o Sistema Imunológico

 

O organismo, para poder proteger-se e lutar contra os agentes infecciosos, dispõe de dois procedimentos diferentes. Por um lado, um procedimento de protecção não específico, que actua de forma indis­tinta sobre todos os germes infecciosos, sejam eles quais forem. Ao estado de protecção que daí resulta chama-se imunidade natural inata. Corresponde ao estado geral de resistência do corpo face às agressões.

O segundo procedimento apenas é utilizado quando o primeiro se revela insuficiente, ao ser superado pela invasão microbiana. É como se se tratasse de um sistema de defesa de reserva. Por outro lado, a sua acção é muito mais especializada, uma vez que actua de modo diferente consoante as características do agressor. Por esse motivo, o estado de protecção que se produz recebe o nome de imunidade es­pecífica adquirida.

O estudo destes procedimentos volta a evidenciar a importância primordial do terreno. Com efeito, apesar dos termos “agressor” e “invasor” utilizados para designá-los, os micróbios não são impulsio­nados por uma lógica de destruição, mas, como todo o ser vivo, esforçam-se para encontrar condições de vida convenientes. Se um organismo humano lhas oferecer, eles prosperam e multiplicam-se com toda a naturalidade. Os prejuízos que originam no organismo hospedeiro são uma consequência e não uma meta.

O desenvolvimento de uma doença infecciosa deve-se mais à nossa incapacidade de resistir do que à força intrínseca do micróbio. Em geral, sucumbimos com maior rapidez devido às nossas fraquezas do que à força que o micróbio possa possuir. Esta relação de inter­dependência entre o organismo e a doença foi magnificamente resumida por Pidoux, médico do século XIX: “Quanto mais decai o orga­nismo, mais sobe a doença; quanto mais ele se degenera, mais ela se desenvolve. Ela vive dele, forma-se nas suas alterações e nos seus resíduos.”

 

Defesas não específicas

 

A pele e as mucosas que envolvem as cavidades internas do orga­nismo representam a primeira linha de defesa contra a penetração dos germes. Pela sua própria estrutura, ambas constituem uma barreira impermeável aos germes, que só poderá ser atravessada em caso de ferimento ou queimadura. Além disso, as secreções sebáceas e sudoríparas exercem uma actividade antimicrobiana, sempre que as glândulas em questão funcionem devidamente. O mesmo ocorre com as glândulas das mucos as – glândulas salivares, lacrimogéneas, etc. ­que também contêm, na sua maior parte, substâncias antimicrobianas.

A própria composição dos líquidos orgânicos e o estado do terreno constituem outro elemento das defesas não específicas. O ponto de vista clássico admite que a possibilidade de sobrevivência de um germe no interior dos nossos tecidos depende do grau de acidez ou aIcalinidade, do grau de oxigenação, dos metais catalisadores presentes e, também, da sua maior ou menor saturação em secreções endócrinas. Por outras palavras, consoante o estado de equilíbrio dos nossos líquidos orgânicos, um germe ver-se-á, ou não privado das condições necessárias à sua sobrevivência. Se o meio lhe for hostil, morrerá imediatamente ou o seu desenvolvimento será seriamente dificultado. Nestas circunstâncias, o corpo possui uma imunidade na­tural face aos germes que nele penetram.

Se, apesar de tudo, um germe consegue sobreviver, mesmo dadas as debilidades do terreno, a sua vida perigará pela presença de um tipo especial de glóbulos brancos: os fagócitos, que actuam como guardiões do organismo. Estes glóbulos brancos encontram-se no sangue em grande número (6000/mm3) e, ainda, em diferentes lugares estratégicosdo organismo, por exemplo, nos gânglios.

Os fagócitos reproduzem-se rapidamente para fazerem frente aos agressores. Seja qual for o micróbio invasor, os fagócitos destroem-no, comendo-o (fagocitose). O afluxo de sangue à região invadida pelos micróbios facilita a chegada dos fagócitos e determina uma inflamação local. Se a invasão afectar todo o organismo, produz-se uma inflamação generalizada que se traduz em febre.

As defesas não específicas do organismo são suficientes para o protegerem da maioria dos riscos de infecções.

 

Defesas específicas 

 

Nos casos em que tanto os meios de defesa gerais como polivalentes são insuficientes para impedir a invasão dos germes, o sistema imunológico recorre a defesas específicas, essencialmente aos linfóci­tos, que são glóbulos brancos diferentes dos fagócitos. Estes podem ser linfócitos T, que matam os germes infecciosos ao entrarem em contacto directo com eles, ou linfócitos B, que os matam à distância, segregando substâncias tóxicas para o germe, isto é, os anticorpos.

Seja qual for o germe infeccioso que penetre no organismo, existe sempre um linfócito perfeitamente adaptado para exterminá-lo, mas ineficaz para a destruição de qualquer outro tipo de germe.

Quando o sistema imunológico localiza um germe perigoso, selec­ciona os glóbulos brancos capazes de proceder à destruição do invasor e estimular a sua auto-multiplicação.

Deste modo, os linfócitos T e os linfócitos B são capazes de se multiplicar rapidamente, para poderem destruir o inimigo antes que este os destrua.

Entre os linfócitos T, há uma categoria sobre a qual deve recair a nossa atenção, devido ao papel importante que desempenha e às suas implicações com a SIDA; trata-se dos linfócitos T4. Comportam-se como se fossem chefes de orquestra, dirigindo as reacções de defesa. Após a localização do germe infeccioso, estimulam a multiplicação dos linfócitos T especializados na destruição de células anormais ­por exemplo, as que albergam o vírus. Além disso, os linfócitos T4 põem em funcionamento todos os meios de defesa. Sem eles, o corpo encontrar-se-ia numa situação desesperada, pois se o “director das operações” faltasse, o sistema de defesa não estaria a postos para combater o invasor.

 

SIDA, uma doença Vírica  

 

O vírus implicado na SIDA é designado por HIV(Human Immuno­deficiency Virus) ou por LAV(Lymphadenopathy Associated Virus­vírus associado à linfadenopatia).

Uma propriedade comum aos vírus em geral é a de não poderem sobreviver de forma independente. Eles precisam de viver no interior de uma célula hospedeira, animal ou vegetal, já que utilizam os cons­tituintes da célula para viverem e se multiplicarem.

Este estado de dependência explica os danos originados pelas in­fecções víricas. Quando os vírus se multiplicam exageradamente numa célula, perturbam-lhe o funcionamento e acabam por originar-lhe a morte por rebentamento. Os vírus, libertados desta maneira, vão co­lonizar outras células para poderem sobreviver, células essas que, por sua vez, serão destruídas também. Deste modo, os vírus vão causando lesões em tecidos importantes.

Cada tipo de vírus possui afinidade com determinados tecidos. Por exemplo, o vírus da hepatite tem predilecção pelas células do fígado, o vírus do sarampo, pela  pele.

vírus LAV tem predilecção pelos linfócitos T4. É este o aspecto dramático desta infecção. O vírus LAVcoloniza e destrói as células que estão encarregues da sua própria destruição!

Dado o estado de dependência da célula, o vírus LAV não poderá multiplicar-se senão quando a própria célula se multiplicar, isto é, quando o número de linfócitos T4 aumentar para fazer frente a uma infecção. No entanto, enquanto a célula, ao dividir-se, só dá origem a duas células-filhas, o vírus reproduz-se em milhares de exemplares. Este processo ocasionará o rebentamento da célula e fará com que os vírus libertados colonizem outros linfócitos T4. O mesmo fenómeno reproduzir-se-á nas células recém-infectadas, dando lugar a que cada vez mais linfócitos T4 sejam infectados e destruídos e, então, com o tempo, o seu número irá diminuindo. Felizmente, possuímos vários biliões de linfócitos T4. Mas, quando a doença se desenvolve, chega­-se a um momento em que a quantidade fica tão restringida que o corpo não terá condições de se defender contra outros agentes infec­ciosos que o invadam. Por falta de linfócitos T4, os germes infecciosos encontram apenas um número muito escasso de defensores para se oporem à sua entrada no organismo.

A presença do vírus HIV no nosso organismo não é sinónimo declarado de SIDA. O nosso corpo é capaz de albergar alguns micró­bios, mesmo de estirpe muito perigosa, porque o sistema imunológico impede a sua multiplicação e disseminação, encerrando-os em “células-prisões”. Os micróbios não são mortos, são apenas neutralizados, ficando impedidos de exercer a sua actuação nociva. Mas estes mi­cróbios “adormecidos” e encarcerados só permanecem isolados na sua “prisão” se o sistema imunológico os lá mantiver. Se houver um descuido na sua vigilância, ao manifestarem-se deficiências no sis­tema imunológico, quebra-se o equilíbrio. São, então, libertados e podem exercer uma acção nociva sobre o corpo que os contém.

Um indivíduo portador de um germe infeccioso, mas que não apresente sintomas da doença (porque o germe em questão se encon­tra neutralizado pelo sistema imunológico), designa-se por portador são ou portador as sintomático.

No caso da SIDA, é necessário que o vírus HIV se multiplique, colonize e, sobretudo, destrua uma quantidade suficiente de linfócitos T4.

A SIDA comporta diferentes estágios de gravidade, dependendo do grau de deficiência do sistema imunológico (pouco, médio ou muito deficiente). No entanto, no estado actual de conhecimentos, a doença parece progredir inexoravelmente a caminho da destruição total dos linfócitos T4, e, portanto, nestas circunstâncias, trata-se de uma doença muito grave.

 

Características da SIDA

 

Sendo a função dos linfócitos T4 a destruição dos germes infec­ciosos e das células anormais (cancerosas, por exemplo), os danos provocados pela sua diminuição numérica e funcional traduzir-se-ão, naturalmente, por infecções múltiplas e pelo desenvolvimento de tumo­res cancerosos.

Numa pessoa atingida pela SIDA, os germes infecciosos encontram um terreno favorável e multiplicam-se desenfreadamente. A morte será o resultado dessas infecções secundárias que desorganizam, lesionam, envenenam e esgotam completamente o doente.

A pele, as vias respiratórias, os gânglios, o fígado, o sangue, enfim, todo o organismo está sujeito a infecções, à mercê dos micróbios que entram em contacto com o doente. As diarreias intermináveis e os problemas de deglutição que resultam das infecções localizadas no tubo digestivo perturbam por completo as possibilidades de alimen­tação do doente que, progressivamente, vai perdendo peso e forças. O cérebro e o sistema nervoso são, também, atingidos, o que acarreta paralisia, perda de vista e graves distúrbios nervosos e psíquicos.

A falta de linfócitos T4 deixa também o campo livre para o desen­volvimento de células cancerosas. Os tumores manifestam-se princi­palmente na pele, nas mucosas e nos gânglios linfáticos cerebrais. Com infecções múltiplas e tumores cancerosos, a SIDA apresenta-se como a concentração de todos os males.

 

Sanear o terreno é torná-lo insalubre para os Germes infecciosos

 

O tratamento dos sintomas da SIDA conduz a situações paradoxais complexas, uma vez que as características da doença se opõem ao funcionamento dos meios habituais deste tratamento. Com efeito, para destruir eficazmente o vírus HIV, seria necessário destruir as células que o albergam. Ora, essas células são, precisamente, os linfócitos T4 do sistema imunológico. Destruindo-os, destruir-se-ia, simultanea­mente, o sistema imunológico.

De outra forma, atacando o problema por um ângulo diferente, quer dizer, deixando o vírus livre e tentando reforçar o sistema imunológico através da estimulação dos glóbulos brancos defensores, chega-se, de novo, a um beco sem saída. Efectivamente, como vimos antes, estimular a multiplicação dos linfócitos T4 é dar o impulso e a possibilidade de multiplicação também aos vírus HIV. Seria, por­tanto, favorecer a disseminação do vírus da SIDA e, com isso, a des­truição do sistema imunológico.

 Será que, também neste caso, a natureza não está a indicar-nos que a verdadeira solução reside numa actuação sobre o terreno, que é a causa profunda da falta de resistência do sistema imunológico, e não, apenas, na luta contra os efeitos e os sintomas? Não será um sinal de que o doente não pode receber passivamente os tratamentos e que, pelo contrário, deverá chamar a si a responsabilidade, no sentido de modificar as condições do seu terreno, trabalhando activamente para modificar todo o seu ser físico e psíquico? Sanear o terreno significa tomá-lo insalubre para os germes e reforçar o potencial de defesa do sistema imunológico.

Apesar da sua simplicidade, este enquadramento já utilizado com êxito por pessoas doentes de SIDA responde, igualmente, às perguntas que, hoje em dia, se colocam a respeito desta doença:

Por que algumas pessoas que estão em contacto directo com o vírus não se contagiam?

Por que, apesar de tudo, a doença não se declara em algumas pessoas contagiadas?

Por que, num ou noutro portador são, o vírus desperta subitamente e conduz à situação de doença declarada?

As respostas a estas três perguntas resumem-se em quatro pala­vras: o estado do terreno. O vírus não consegue implantar-se ou, se o consegue, é neutralizado num terreno são e resistente.

Se aparece subitamente num portador são até então, isso deve-se às modificações das condições do seu terreno… que, entretanto, se degradaram.

Como já sublinhámos, o iniciar de tratamentos tendentes à modi­ficação do terreno não se opõe ao uso de tratamentos anti-sintomas paliativos e transitórios. Os remédios anti-sintomas, naturais ou quí­micos, são, inclusivamente, indispensáveis para aliviar o doente.

tratamento dos sintomas da SIDA conduz a situa­ções paradoxais complexas, ao passo que o saneamento do terreno o tornará insalubre para os germes infeccio­sos e reforçará o potencial de defesa do sistema imuno­lógico.

 

Do livro Compreender as Doenças Graves

CRISTOPHER  VASEY

Editora Estampa

Fonte: http://solucaoperfeita.com/category/como-lidar-com-uma-doenca-grave/

As carências – Compreender as Doenças Graves

carências

AS CARÊNCIAS

O corpo não contém nos seus tecidos todas as substâncias nutri­tivas de que necessitará durante a sua existência. Assim, depende, necessariamente, das coisas que provêm do exterior. Os alimentos que ingerimos devem proporcionar-nos, regular e suficientemente, todos os nutrientes (ácidos aminados, glúcidos, gorduras, minerais e vitaminas, etc.) que são indispensáveis para a formação e manutenção dos NOSSOS órgãos, bem como ao seu funcionamento.

Quando o organismo se encontra privado de um destes nutrientes, o seu funcionamento fica perturbado: em primeiro lugar, na diminuição da velocidade das suas funções; em seguida, se o estado de carência se prolongar, algumas funções orgânicas podem ser interrompidas, sobrevindo então a morte. Deste modo, dependendo das carências, os tecidos não se recompõem, diminui a resistência das mucosas, a mus­culatura perde a sua tonicidade, a actividade das enzimas reduz-se, esgotam-se as secreções, o sangue empobrece e os glóbulos brancos perdem as suas capacidades defensivas.

Nas enfermidades provocadas por carências, nada pode travar a evolução dos transtornos nem a degradação do terreno, excepto a administração da substância em falta. Enquanto esta substância não for administrada, o organismo continuará no seu processo de deterioração. Como o corpo depende totalmente do nutriente que lhe falta, nenhum outro medicamento será capaz de substituí-lo. O facto de a solução dos transtornos ser fácil se forem administrados alguns mi­ligramas da substância em questão não lhes retira a gravidade que possam ter, enquanto durar o estado de carência.

Até mesmo a carência de um único nutriente pode acarretar con­sequências catastróficas. Com efeito, os nutrientes dependem uns dos outros. A ausência de um deles pode anular a utilização de outro e, mediante uma reacção em cadeia, desembocar num estado de carên­cias múltiplas.

Apesar de vivermos numa época de abundância, os estados de carência são muito mais comuns do que se imagina. Trata-se tanto de uma carência de aporte (os alimentos proporcionados ao organismo não contêm todos os nutrientes), como de uma carência de utilização (o organismo recebe os nutrientes, mas não pode utilizá-los).

As carências de aporte

No caso mais simples, não se consomem os alimentos que contêm a substância em falta. No passado, isto acontecia com os habitantes de regiões muito isoladas e que dispunham de um número restrito de alimentos. Nos nossos dias, as carências de aporte devem-se mais a uma escolha deliberada. Muitas pessoas, baseando-se em informações mal compreendidas, proscrevem totalmente um alimento ou uma categoria de alimentos e acabam por praticar regimes unilaterais que os conduzem directamente às enfermidades de carência. Alguns supri­mem indiscriminadamente da sua alimentação todas as gorduras, após terem lido, par exemplo, que os ácidos gordos estavam implicados nas doenças cardiovasculares; outros não comem fruta, por medo de se intoxicarem com os produtos de tratamento, etc.

Os regimes praticados por razões filosóficas ou estéticas podem igualmente conduzir a graves carências, se não se tiverem em conta os imperativos fisiológicos.

Outra causa de carências de aparte, muito corrente hoje em dia, provém do facto de que os alimentos que consumimos já não contêm todos os nutrientes que deveriam. Foram deles privados pela utiliza­ção de qualquer dos múltiplos procedimentos usados para modificar o seu aspecto exterior ou para aumentar o seu tempo de conservação. Pode tratar-se da refinação dos cereais que, embora permita obter uma farinha mais branca, priva, no entanto, o consumidor dos preciosos nutrientes do grão, nutrientes esses que se encontram principalmente na parte que é desperdiçada no momento da refinação. Os óleos ve­getais são também submetidos a toda uma série de transformações mecânicas, calóricas e químicas que lhes fazem perder as suas vita­minas e os seus oligoelementos. Acontece o mesmo com os açúcares refinados que, privados de qualquer elemento vivo, se podem conser­var quase indefinidamente. Há que citar, igualmente, a desnaturação dos alimentos devida a meios de cultivo ou criação inadequados que diminuem fortemente a sua proporção de nutrientes, a secagem dos frutos a altas temperaturas, a cocção sistemática dos alimentos e o desperdício da água dessa cocção.

As carências de utilização

Este tipo de carências tem origem na impossibilidade que o orga­nismo demonstra em utilizar alguns dos nutrientes que lhe são admi­nistrados.

Algumas vezes, inclusivamente antes de serem absorvidos pelo sangue, os nutrientes são destruídos nos intestinos pelas substâncias tóxicas procedentes das fermentações e das putrefacções intestinais e, outras vezes, o meio interno está tão saturado de resíduos que as trocas se fazem deficientemente: os nutrientes não conseguem chegar ao seu lugar de utilização.

Numerosas substâncias químicas, provenientes dos aditivos, da poluição e dos medicamentos, actuam de forma inibidora sobre as vitaminas ou sobre os oligoelementos. Os nutrientes estão, pois, pre­sentes no corpo, mas inactivos ou destruídos pela contaminação quí­mica. Por mais correctamente que a pessoa carenciada se alimente, o consumo destes inibidores, para além dos seus efeitos tóxicos, condu­-la ao estado de carência.

O simples consumo de excitantes provoca carências, pois a sua utilização exige um aporte superior de nutrientes para que o organismo possa neutralizar os seus venenos. O consumo de tabaco aumenta as necessidades orgânicas de vitamina C; o álcool, de vitamina B; etc. E, sublinhemos, as carências de vitamina C diminuem as possibilida­des de defesa do organismo, desequilibram o sistema nervoso e favo­recem a contaminação humoral, por provocarem a má utilização dos alimentos.

Outras razões pelas quais o corpo se mostra incapaz de se bene­ficiar do aporte de nutrientes provêm do facto de que estes lhe são subtraídos, antes de poder utilizá-los. Efectivamente, numerosos ali­mentos com carências, como açúcar refinado, farinhas brancas e óleos refinados, juntamente com todos os produtos alimentares com eles preparados, são designados por “ladrões de vitaminas”. Por serem carenciados, não contêm as enzimas (vitaminas, metais-catalizado­res … ) necessárias para que se faça a sua digestão. Deste modo, as substâncias vitais serão extraídas do próprio corpo, com o propósito de tornar possível a degradação digestiva dos alimentos com carên­cias. Estes, em vez de fornecerem ao corpo as substâncias nutritivas que poderiam proporcionar-lhe, acabam por lhe retirar as que contém. Quando se consomem regularmente produtos deste tipo, as reservas do corpo são saqueadas e podem produzir-se graves situações de carência.

O funcionamento do organismo perturba-se quando se encontra privado de um dos nutrientes indispensáveis.

Texto do livro COMPREENDER AS DOENÇAS GRAVES de CRISTOPHER VASEY