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A Purga do Intestino

A purga do intestino

O intestino, um tubo de sete metros de comprimento e de três a oito centímetros de largura, pode reter uma enorme massa de matérias fecais. Drenar o intestino significa desembaraçarmo-nos dessa massa, que geralmente se encontra em fermentação e putrefacção e que é ponto de partida para múltiplas infecções produzidas pela degenera­ção e mutação da flora intestinal. Esta acção é, igualmente, propícia à passagem das toxinas através das mucosas intestinais (600 m de superfície de desassimilação), pois os intestinos, como todos os canais excretores, filtram o sangue que passa através dos seus tecidos para extrair os refugos. Na continuação do processo, estes serão eliminados conjuntamente com as matérias fecais.

É indispensável uma quantidade suficiente de fibras vegetais para encher o intestino e estimular o seu peristaltismo. Um maior e regular consumo de legumes crus ou cozidos, de fruta e de cereais integrais (arroz integral, massas integrais e pão integral) costuma ser suficiente para restabelecer o funcionamento intestinal.

Caso seja necessário, pode aumentar-se o volume do bolo fecal juntando farelo de trigo (1 a 3 colheres de sopa por dia) ou grãos de linho (1 a 2 colheres de sopa por dia) aos alimentos (iogurte ou sopa, por exemplo). Estes produtos possuem a capacidade de inchar em contacto com a água e, deste modo, encher o intestino.

O efeito laxativo das plantas é mais ou menos forte e, por isso, pode adaptar-se às diferentes capacidades intestinais.

Laxativos suaves: ponha de molho em água 3 a 6 ameixas secas ou 2 a 3 figos secos, durante todo o dia. A noite, beba a água e coma a fruta.

Laxativos medianamente fortes: arracian [1] em tintura-mãe, de 20 a 70 gotas em água, antes de se deitar. O efeito produz-se de manhã, ao acordar.

Malva (Malva sylvestris) em tintura-mãe, 3 vezes ao dia, de 20 a 50 gotas em água, antes das refeições.

Laxativo forte (nos casos de obstipação persistente): óleo de rícino, de 1 a 3 cápsulas (consoante a marca), à noite,

com água.

Os clisteres intestinais são, também, bastante eficazes. Exis­tem numa grande variedade, desde o duche rectal à lavagem completa do cólon: irrigação do cólon. A excepção desta última técnica, todos são fáceis de efectuar em casa, com a ajuda de um equipamento mínimo.

 

[1] Arracian – Árvore de madeira flexível que dá um carvão muito leve. (N.T.)

 

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

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A purga do Fígado

A purga do fígado

Se não houvesse mais do que um órgão a estimular, esse seria, sem sombra de dúvida, o fígado. Do seu bom funcionamento depende o funcionamento de todo o organismo. Desempenha um papel chave em todas as funções vitais. Não só filtra e elimina os resíduos, como neutraliza e destrói os venenos e as toxinas, as substâncias cancerígenas e os micróbios.

Para que o seu funcionamento seja correcto, o fígado necessita de calor. Trabalha a uma temperatura que se situa entre os 39 e os 40 graus, portanto a uma temperatura superior à do resto do corpo. O simples facto de se lhe proporcionar calor auxilia o seu trabalho. Esta ajuda pode efectuar-se por intermédio de um saco de água quente, que se coloca na região do fígado três vezes ao dia, entre 10 a 30 minutos, normalmente após as refeições. Não nos surpreendamos com a simplicidade do processo. A sua extraordinária eficácia deriva, exac­tamente, da sua simplicidade.

Existem três plantas que estimulam especialmente o fígado: o dente de leão, o rábano negro e o alecrim.

DENTE DE LEÃO (Cardo, Taraxum officinale) – em tintura-mãe, 3 vezes ao dia, de 10 a 50 gotas em água, antes das refeições.

RÁBANO NEGRO (Raphanus niger) – em comprimidos, 3 vezes ao dia, de 1 a 3 comprimidos (consoante as marcas), com água, antes das refeições.

ALECRIM {Rosmarinus officinalis) em comprimidos ou cápsulas, 3 vezes ao dia, de 1 a 3 comprimidos, consoante as marcas, com água, antes das refeições.

– Numerosas tisanas “para o fígado e vesícula”, ou “tisana hepá­tica”.

 

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

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Eliminar as toxinas

Eliminar as toxinas

Quando o terreno se encontra sobrecarregado de toxinas, os órgãos congestionados e o sangue impuro, os tecidos envenenados e as cé­lulas asfixiadas pelos resíduos, há apenas uma solução lógica para devolver ao corpo a sua saúde: limpá-lo.

É preciso ter-se vivido a experiência de uma cura de limpeza orgânica para nos apercebermos da importância do volume de toxinas capaz de se acumular no nosso corpo e para constatar o facto de que o desfazermo-nos delas faz evoluir todo o estado orgânico, no sentido da cura.

As “portas de saída”, que se torna necessário abrir para que as toxinas possam sair, são as vias excretoras: o fígado, os intestinos, os rins, a pele e as vias respiratórias. São o imprescindível lugar de passagem para o exterior do corpo e, também, os órgãos que filtram o sangue, libertando-o de resíduos.

Estimulando as vias excretoras, estimula-se a eliminação de resíduos que se acumularam no próprio órgão e facilita-se a depuração do sangue. Mas, para limpar o organismo em profundidade, isso continua a ser insuficiente. A grande massa de resíduos não se encontra no sangue, mas sim incrustada nas profundezas dos tecidos. Portanto, é necessário extraí-la, para que os refugos possam ser conduzidos ao sangue e, em seguida, aos canais excretores. Para proceder ao desalojamento das toxinas que impregnam os tecidos, é conveniente recor­rer a métodos diferentes dos que se utilizam para estimular as vias excretoras.

Na aplicação das curas de limpeza, estes dois pontos sucedem-se: abrem-se as portas de saída, antes de se desalojarem os depósitos profundos de toxinas. Se procedermos em sentido contrário ou simul­taneamente, as toxinas desalojadas apresentar-se-ão como uma massa demasiado volumosa para os canais ainda insuficientemente abertos. E preferível desfazermo-nos das toxinas superficiais, antes de fazer­mos aparecer as que se encontram mais internamente.

 

Abrir os canais excretores

 

Existem inúmeros meios de abertura dos canais excretores. Os que se seguem são alguns de entre os mais eficazes e os mais fáceis de serem aplicados por todos.

A estimulação das funções evacuadoras do organismo efectua-se maravilhosamente bem com o auxílio de plantas medicinais, desde que doseadas correctamente. Doses demasiado fracas não estimulam adequadamente as evacuações, e doses demasiado violentas irritam e fatigam os canais excretores. A dose ideal encontra-se sem muita dificuldade começando por porções fracas aumentando-as progressi­vamente, dia após dia. A dose ideal será aquela imediatamente ante­rior à que começa a desencadear reacções demasiado violentas.

As varias apresentações de plantas ou preparados que citaremos a seguir, juntamente com o seu modo de aplicação, permitirão aos in­teressados passar rapidamente à acção, mas não formam uma lista exaustiva. É óbvio que outras plantas ou preparados poderão ser uti­lizados com igual êxito.

Quando a um doente é ministrado um purgante, deverá constatar um aumento objectivo da evacuação de toxinas; por exemplo, a urina mais carregada, os intestinos correctamente esvaziados.

Como a contaminação do organismo se foi produzindo durante anos, não se deve pretender que uma purga de alguns dias seja sufi­ciente para obter uma purificação do terreno. As curas através de purgantes, bem adaptadas à capacidade do doente, devem prolongar­-se durante alguns meses. Confrontados com a longa duração das curas, alguns pacientes têm receio de se tornarem dependentes das plan­tas medicinais que utilizam e vacilam em tomá-las por períodos tão prolongados. No entanto, tentando evitar uma ilusória dependência das plantas, apenas se tornam cada vez mais dependentes das suas próprias toxinas!

No início de uma cura de limpeza, os canais excretores serão abertos faseadamente, para evitar que o organismo se esgote pelo cansaço excessivo. Em seguida, se o estado do paciente o permitir, serão estimulados conjuntamente. Se tal não for possível, serão esti­mulados alternadamente, mediante curas de três ou quatro semanas.

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

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Conselhos práticos para melhorar o seu terreno

MÉTODOS DE REGENERAÇÃO

 

Conselhos práticos para melhorar o seu terreno

Que posso fazer para corrigir o estado do meu terreno? Esta é a pergunta que as pessoas geralmente fazem a si mesmas, depois de compreenderem o que representa para a saúde pessoal o estado do seu terreno.

A resposta a esta pergunta varia, dependendo da pessoa estar ou não a sofrer de uma doença grave, ou do grau dessa mesma doença.

Apesar dos princípios da recomposição de um terreno serem sem­pre idênticos, o modo como são aplicados varia enormemente de doente para doente e de estádio para estádio. Os conselhos que damos aqui limitam-se, pois, necessariamente, a expor e ilustrar esses prin­cípios directos. Todo aquele que desejar actuar a título preventivo poderá adoptá-los, beneficiando muito com isso. Os doentes aprovei­tarão bastante com eles, como forma de complementar um tratamento clássico, pois sentirão alívio nas suas perturbações e melhorarão o seu estado geral. No entanto, não são, de modo algum, suficientes para serem tomados como tratamento propriamente dito, principalmente para os que já se encontram em pleno processo de doença grave. Estes deverão procurar, obrigatoriamente, médicos competentes. Com efeito, a utilização dos meios preconizados e sua adaptação exacta a cada paciente, reajustando-os com a evolução do estado geral, é uma arte. Além disso, a correcção do terreno dos doentes graves pressupõe uma aplicação muito mais rigorosa e profunda dos princípios que aqui apresentamos. Finalmente, o leitor que deseje aprofundar um ou outro aspecto deverá consultar a bibliografia inerente a esta matéria.

Hipócrates dá-nos a linha mestra da correcção do terreno: “Aplicar um remédio é actuar em oposição à causa da doença e impedir que ela persista.

Dado que as doenças se devem a uma degradação do terreno por acumulação de resíduos e por carências, logicamente haverá que:

–        Fazer sair os resíduos que se encontram no corpo.

–        Evitar a penetração de novos resíduos.

–        Satisfazer as carências.

Os meios preconizados para drenar as sobrecargas ou satisfazer as carências são de uma simplicidade desconcertante. Será que para o homem do século XX, acostumado a tratamentos muito sofisticados, serão eficazes os conselhos práticos que citaremos em seguida? Sim, pois estão totalmente baseados na concordância com as leis naturais e com os imperativos fisiológicos. A gestão destes princípios segue o mesmo sentido de orientação e corrobora-os.

“Aplicar um remédio é actuar em oposição à causa profunda da doença.”

 

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

OS PROCESSOS DOENTIOS

OS PROCESSOS DOENTIOS

Segundo os critérios mantidos, é possível elaborarem-se listas de doenças diferentes sob o título de “doenças graves”. Além disso, uma pessoa poderá curar-se de um cancro e morrer de uma “gripe má”. Na realidade, o importante é mostrar que, no fundo, a natureza das doen­ças é sempre a mesma: a degradação do meio, devida às sobrecargas e às carências.

As seis doenças apresentadas neste livro permitiram demonstrar esta verdade, e, além disso, era importante expor a concepção naturista de doenças tão conhecidas e tão discutidas. Do mesmo modo, cada uma delas ilustra um tipo de consequências doentias que podem provir da degradação do meio:

–    doenças cardiovasculares: contaminação dos órgãos pelos resíduos;

–    diabetes: esgotamento das glândulas;

–    esclerose múltipla e poliartrite reumatóide: duas formas de destruição dos tecidos, por culpa dos resíduos;

–    cancro: desconcerto da vida celular;

–   sida: diminuição das resistências, vulnerabilidade ante as infecções.

 

As descrições destas seis doenças concretas têm, portanto, um alcance geral. São, igualmente, as descrições dos processos doentios típicos que aparecem em outras doenças, normalmente conjugados. Os princípios básicos são os mesmos, mais ou menos modificados, logicamente, segundo o órgão ou a parte do corpo que estiverem afectados.

 

No fundo, a natureza das doenças é sempre a mesma.

 

De: Christopher Vasey

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.

A POLIARTRITE REUMATÓIDE

A POLIARTRITE REUMATÓIDE, OU POLIARTRITE CRÓNICA EVOLUTIVA

 

Os dois ossos de uma articulação unem-se da seguinte maneira: a extremidade convexa de um encaixa na extremidade côncava do outro. Estão envoltos por uma cobertura cartilagínea que permite o deslizamento dos dois ossos, um sobre o outro. Esta cartilagem é uma substância lisa e polida, tanto mais espessa quanto maiores forem as pressões a que a articulação estiver submetida. A mobilidade das duas peças articulares é ainda garantida pela presença, entre as duas car­tilagens, de uma pequena quantidade de um líquido fluido e viscoso que se designa por líquido sinovial. Este líquido está contido numa cavidade fechada, limitada pelas duas superfícies cartilaginosas e por uma membrana que se insere no bordo destas duas superfícies: a membrana sinovial.

Os extremos dos dois ossos mantêm-se juntos mediante um tubo fibroso, a cápsula, uma espécie de bainha ou invólucro de forma cilíndrica, unida aos ossos e próxima das duas superfícies articulares. Resistente e elástica, esta mantém-nos a ambos juntos com os liga­mentos e os tendões. Estes últimos, constituindo a parte terminal dos músculos, servem para transmitir à articulação os movimentos que lhe são ordenados.

Na poliartrite crónica evolutiva, o processo degenerativo da arti­culação inicia-se por uma inflamação da membrana sinovial. Quando esta repara os danos que se originaram no momento em que se pro­duziu a inflamação, formam-se excrescências de carne, como acontece na cicatrização de qualquer ferida. Estas excrescências insinuam-se entre as cartilagens articulares que, paulatinamente, se irão deteriorando e desgastando.

Numa primeira fase, as superficies cartilaginosas tornam-se rugo­sas e perfuram-se em alguns lugares, e, em vez de deslizarem suave­mente uma sobre a outra, irritam-se mutuamente. Cada movimento e, o que é pior, o simples contacto, provocam dores que se devem ao estado de hipersensibilidade praticamente permanente dos tecidos.

Com o tempo, a destruição e desaparecimento do tecido cartilagíneo dará lugar à destruição do tecido ósseo. Em vez de estarem separados pelo líquido sinovial e pelas superfícies cartilagíneas, os dois ossos encontram-se em contacto um com o outro. Além das dores inevitá­veis que daí derivam a cada movimento e com a crescente deteriora­ção do tecido ósseo, pode também ocorrer que as extremidades dos dois ossos se tornem fixas, soldando-se uma à outra. Então, a articula­ção estará condenada, tornando-se inutilizável, e os músculos, ao não serem usados, atrofiar-se-ão.

A destruição da articulação não resulta unicamente do traumatismo que constitui a fricção das extremidades da membrana sinovial. Como acontece em quase todas as formas de reumatismo, existe um outro factor, a acção de um terreno ácido, que é necessário tomarmos em consideração.

A acidez do organismo deve-se a um consumo abusivo de alimen­tos ácidos em si mesmos (vinagre, frutas ácidas, etc.), mas, sobretudo, de alimentos que, no momento da sua digestão e utilização por parte do organismo, produzem numerosos resíduos ácidos, como por exem­plo carnes, açúcar, farinhas refinadas, excesso de cereais, bebidas industriais, etc. Esta acidez será também acentuada pela suboxigenação e pelas carências. O modo de vida e de alimentação actuais favore­cem, pois, a multiplicação dos transtornos provocados pela acidez.

“Sem qualquer dúvida que o ácido é o mais prejudicial de todos os estados dos humores”, dizia Hipócrates. A sua acção agressiva e corrosiva sobre os tecidos obriga o corpo a reagir, neutralizando-a com bases minerais (cálcio, sódio, magnésio, etc.). Quanto mais nu­merosos forem os ácidos, mais minerais deverá ceder o corpo. Encontra-os nos tecidos do organismo, especialmente naqueles onde existem em maior abundância: os ossos.

A acidez dos tecidos acarreta, infalivelmente, uma desmineralização do organismo em geral e dos ossos em particular. As articulações que se encontram debilitadas, pela agressão dos ácidos e pelas perdas de minerais, degeneram pelo simples facto de nadarem num terreno ácido e, em consequência, perderem toda a resistência frente à deterioração, aos traumatismos e às diversas agressões.

Este factor, o terreno ácido, explica por que, na fase final da poliartrite crónica evolutiva, todas as articulações se encontram afecta­das. Com efeito, nadam neste terreno. Isto explica igualmente a razão pela qual o fenómeno de desmineralização do osso se observa, inclu­sivamente, fora das zonas de fricção da articulação.

O processo de degradação não poupa nenhum elemento articular. Os tendões também são atingidos. Conforme se trate de extensores ou de flexores, quando se bloqueiam ou se gastam mantêm a articulação numa posição de flexão ou de hiperextensão, sem possibilidade de modificação.

Devido à inflamação, toda a região articular assume um inchaço que é mantido pelo estado crónico da doença. A par das lesões cartila­ginosas e ósseas, surge uma deformação permanente das articulações.

Com a evolução da doença, a mobilidade das articulações será cada vez mais dolorosa e também cada vez mais difícil. As deslocações e, inclusivamente, os movimentos da vida diária (lavar-se, comer, etc.)tornam-se, em alguns casos, impossíveis.

A poliartrite crónica evolutiva é uma doença inflamatória das ar­ticulações (artrite) que incide sobre muitas articulações (poli). É cró­nica, no sentido em que não se manifesta em crises agudas, curtas ou passageiras, mas sim em crises que se prolongam. O adjectivo “evolutivo” significa que o mal não permanece fixo ou localizado, mas que se propaga e se agrava com o tempo.

Efectivamente, com o correr dos anos, os doentes vêm as suas articulações serem atingidas, uma após outra. Os danos iniciam-se, com frequência, pelos dedos e pelos pulsos. Mas os pés, os tornozelos, os joelhos, os cotovelos e os ombros não estão livres de, na continua­ção, serem atingidos, assim como a coluna vertebral e, inclusivamente, a articulação mandibular.

Da agilidade à rigidez, do prazer da deslocação ao suplício da movimentação, transcorre uma longa evolução, que não deveria ter que produzir-se. No entanto, para nos desligarmos de uma doença, é necessário que conheçamos as suas causas. Quais são, então, as causas que produzem a degeneração das articulações e por que motivo se inflamam?

A inflamação é uma resposta do organismo a uma reacção irritante ou às perturbações criadas por diversos factores, quer sejam micróbios patogénicos, agentes físicos (golpes ou feridas), ou agentes químicos (toxinas, venenos, resíduos, etc.).

Ao contrário de outras formas de artrite, a poliartrite crónica evolutiva não é causada por uma infecção microbiana, pelo menos de forma clara ou primária. A hipótese dos traumatismos também pode ser posta de lado, pois é pouco provável que todas as articulações de um doente tenham sofrido traumatismos.

Assim, resta-nos analisar o terceiro factor: os agentes químicos, quer dizer, as substâncias capazes de irritar os tecidos orgânicos que, como vimos já, são numerosas e têm duas origens: a interna, que consta de resíduos e restos procedentes do funcionamento do próprio organismo, e a que se compõe de substâncias nocivas proporcionadas pelos alimentos, bebidas, medicamentos e excitantes.

A presença destas substâncias no meio orgânico é considerada pela medicina natural a causa profunda de todas as doenças. A poliartrite crónica evolutiva não é uma excepção. As articulações nadam em líquidos orgânicos saturados de resíduos ácidos e irritantes que as dilatam, agridem a mucosa sinovial e as cartilagens e desmineralizam os ossos. A inflamação resulta da agressão, mas também da reacção de defesa do organismo que tenta proteger as suas articulações da acção destruidora dos resíduos.

Enquanto durar a agressão, enquanto o meio orgânico em que a articulação está imersa permanecer saturado de resíduos, a inflamação persistirá. Em contrapartida, quando o corpo dispõe de meios sufi­cientes para se purificar, as articulações deixam de sofrer agressões e, neste caso, a inflamação desaparece.

Instala-se, pois, uma fase de remissão. Todavia, basta que as so­brecargas aumentem ou que ocorram novas carências para que o processo inflamatório volte a desencadear-se. As agressões poderão suceder-se, afectando agora uma articulação, depois outra, à medida que a intoxicação e a agressão das toxinas chegam até elas.

A poliartrite crónica evolutiva apresenta-se como uma expressão mórbida suplementar de um terreno degradado. Efectivamente, longe de ser uma doença localizada apenas nas articulações, faz-se acom­panhar por muitos outros transtornos que revelam o grau de impureza humoral.

Os resíduos acumulam-se nos tecidos cutâneos sob a forma de nódulos. Os vasos sanguíneos, obstruídos pelos sedimentos, inflamam-se ou entopem-se. Os gânglios linfáticos, congestionados, incham. As glândulas lacrimais entopem-se. Os rins sofrem lesões graves devido à quantidades de resíduos que devem eliminar. Em certos casos, o corpo cria uma porta de saída artificial para eliminar os resíduos, como é o caso da úlcera varicosa ou o sangramento das hemorróidas, pois os canais excretores encontram-se completamente cheios.

Por outro lado, os problemas digestivos crónicos são comuns e as carências são numerosas e importantes.

Apesar da aparência inequívoca da poliartrite crónica evolutiva, produzem-se remissões prolongadas, e a progressão da doença é por vezes interrompida graças aos tratamentos que não se limitam aos sintomas, mas que atacam também a raiz dos transtornos.

Da agilidade à rigidez, do prazer da deslocação ao suplício da movimentação, transcorre uma longa evolu­ção, não justificável.

 

De: Christopher Vasey

 

Do livro Compreender as doenças Graves Editorial Estampa Lda.