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Magnésio e Envelhecimento

Magnésio e Envelhecimento

Magnésio e Envelhecimento

INTERAÇÕES COM OUTROS NUTRIENTES EM GERIATRIA

Com o Envelhecimento a atividade física reduzida é correlacionada com abaixa exigência calórica dos idosos, que necessitam de uma maior quota de proteínas, o que obrigatoriamente aumenta a necessidade de ingestão de Mg++.

As gorduras interferem com a absorção do Mg++, fato descrito há quase 80 anos.
Dietas com altas taxas de gordura podem resultar em hipomagnesiemia com subsequente arritmia em pacientes com esteatorréia.

Estudos experimentais em ratos e observações clínicas evidenciam a importância de elevar os níveis de suplementação de Mg++, uma prática que se revelou eficaz contra a deposição de gorduras no coração e vasos.

Em ensaio clínico, mulheres jovens com excreção media diária de 63 mg/dia de Mg++ sob dieta de 4-5/mg/quilo/dia ( segundo a RDA ), exibiram níveis elevados mesmo com dieta baixa em gordura: 1 grama/dia.

Embora os níveis de lipídios não correspondem efetivamente aos níveis de Mg no soro em pacientes com arteriosclerose + hiperlipidemia, o tratamento com suplementação de Mg++ reduziu as taxas de LDL e aumentou o nível de HDL, resultado em melhora clínica.

As taxas de açúcar aumentaram a excreção urinária de Mg++ (42,44,108), e a perda de Mg++ pode contribuir para a hipertrigliceridemia em ratos sob déficits de Mg++ submetidos à dieta com alto nível de sacarose, mas pobre em gorduras.

As dietas muito ricas em carboidratos aumentam necessariamente as exigências de tiamina e consequentemente as necessidades de Mg++.

Baixos índices de proteínas na dieta acarretam um balanço negativo de Mg++, conforme estudo em adolescentes e adultos jovens, distúrbio esse corrigido com aumento da quota protéica.
Todavia, a sobrecarga protéica alimentar aumenta a excreção de Mg++.

É interessante notar que dietas marginais ou baixas em proteínas foram acompanhadas de retenção de nitrogênio sob a ação de suplementação otimizada de Mg++ ( acima da RDA),fato que pode ser interessante para o envelhecimento – os idosos de baixa renda, que tem reduzido acesso aos alimentos protéicos.

O Mg++ é um co-fator das enzimas de ativação da tiamina e, alem disso, o Mg++ fixa a tiamina à proteína dos tecidos. Por seu turno, a deficiência de tiamina inibe a utilização de Mg++ pelos tecidos.
Isto posto, o tratamento de pacientes idosos, alcoólicos ou não, com tiamina, inclui o risco de uma baixa resposta à tiamina e o agravamento do déficit magnesiano.

No tocante à piridoxina, os estudos incipientes da fenomenologia de déficit de Mg++ revelaram a indução aguda do quadro com a deficiência concomitante de piridoxina ( às vezes com riboflavina ), fenômeno descrito a mais de 50 anos.

A deficiência experimental de B6 causa perda de Mg++ nos tecidos, e às vezes se associa com hipermagnesiemia transitória e fluxo de Mg++ dos tecidos, em seguida de hipomagnesiemia quando da depleção de Mg dos tecidos.

A deficiência de B6 no envelhecimento seguida à dose de sobrecarga com triptofano pode ser atribuída à fosforização deficiente da piridoxina pela piridoxal – fosfoquinase que é magnésio-dependente. Assim sendo, a correção do déficit nutricional de piridoxina deve ser acompanhada da correção do déficit de Mg++.

Há vínculos importantes entre o Zn++, Mg++ e a piridoxina. O déficit de B6 induz perda de Zn++ e Mg++ e nos tecidos, os quais participam de muitos reações enzimáticas. O zinco é necessário à acumulação de Mg++ nos mitocôndricos associados aos fosfagênios.

O Mg++ e a vitamina E (e a b-tocoferóis ) têm sido importantes interações na remoção de danos produzidos pelos radicais livres sobre as membranas e o aparelho imunológico, defeitos esses aplicados no curso do envelhecimento.

Tanto a vitamina E, de ação reconhecida sobre os radicais livres, como o Mg++ são essenciais para preservar a integridade das membranas, sendo digno de nota o baixo teor de Mg++ nos tecidos de animais submetidos à carência experimental de vitamina E.

Seria interessante determinar se o putativo efeito de retardamento do envelhecimento pelos antioxidantes em  ação contra a peroxidação dos lipídios pode ser potencializada pelo Mg++.

No tocante à vitamina D, que é o maior agente fixador de Ca++ no organismo, há interações muito importantes. O déficit experimental de Mg++ interfere com a utilização da vitamina D, cuja deficiência também resulta em baixa absorção de Mg++ e hipomagnesiemia.

A correção do déficit de Mg++ corrige as formas refratárias de hipovitaminose D em crianças.

Por seu turno, o excesso de vitamina D pode agravar o déficit magnesiano acentuando a hipomagnesiemia.

A hiper – reatividade de vitamina D e altos índices dietéticos de Ca++/Mg++ foram claramente correlacionados com doenças cardiovasculares.

No envelhecimento, há maior tendência à deficiência de vitamina D, segundo observações realizadas no hemisfério Norte, contribuindo para baixa responsividade orgânica especiffica ao 1-25-colecalciferol no déficit de Mg++.

Nos países tropicais, a situação pode ser inversa devido à alta radiação ultravioleta durante a maior parte do ano induzindo uma excessiva síntese de Vitamina D pela pele, sobretudo em pessoas de raça branca que parecem mais propensas à maior morbiletalidade cardiovascular do que os indivíduos de raça negra, adaptados ecologicamente à alta radiação tropical.

O prolapso de válvula mitral é muito encontradiço em pessoas de raça branca e quase inexistente na raça negra. Como esta síndrome é atribuída ao déficit de Mg++ no segmento branco do que no segmento negro da população, em função de provável excesso de 1-25-colecalciferol nos brancos.

Estudos preliminares realizados no Brasil acerca do envelhecimento, apontaram para uma maior reserva de Mg++ no miocárdio de negros do que no tecido correspondente dos brancos; tendo o estudo sido realizado em vitimas de acidentes de trânsito. Isto pode explicar a decantada vitalidade e longevidade dos negros em nosso meio.

(continua)

Arnoldo Velloso da Costa

Texto completo:

Parte 1: Magnésio e o Envelhecimento

Parte 2: O Magnésio e o Envelhecimento – EXIGÊNCIA NUTRICIONAL

Parte 3: Magnésio e Envelhecimento – INTERAÇÕES COM OUTROS NUTRIENTES

Parte 4: Magnésio e Envelhecimento – CONSIDERAÇÕES GERONTOLÓGICAS SOBRE O MAGNÉSIO

Parte 5: Magnésio e Envelhecimento – O COLÁGENO E A TENDÊNCIA À FIBROSE

Parte 6: Magnésio e Envelhecimento e Longevidade

 

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